Dino sai, chega Lewandowski: PSB com menos espaço no Governo Lula

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, não aceitou perder mais esse espaço dentro do governo
O ministro da Justiça, FlávioDino, filiado ao PSB, vai deixar o atual cargo para ocupar uma vaga de ministro do STF. Ricardo Lewandowski deve ser o novo ministro da Justiça, mas não é do PSB. Foto: Divulgação.

Caso seja confirmado como novo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, pode representar politicamente uma baixa considerável na ocupação de cargos de um dos principais aliados do Governo Lula, o PSB. Primeiro, Flávio Dino, indicação de Lula para uma das vagas no STF, deixa de ser um quadro de peso para os socialistas, já que vai integrar a Suprema Corte. 

Em segundo lugar, Ricardo Lewandowski, ministro aposentado do STF, já pediu tempo para fazer a montagem do ministério dentro de seus critérios, o que passa pela desmontagem de quadros do PSB dentro da pasta. Por exemplo, o imediato de Dino e secretário-executivo, Ricardo Capelli, filiado ao PSB; assim como o secretário de Segurança Nacional e ex-deputado federal pelo PSB-PE, Tadeu Alencar, que devem deixar o ministério da Justiça.

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Não é que Lewandowski representa o PT, de Lula, já que não é filiado ao partido. Mas, Lewandowski enfraquece a representação do PSB no Governo. A indicação de Lewandowski é tratada como da cota pessoal do presidente. Meses atrás, os socialistas perderam o ministério de Portos e Aeroportos, que tinha Márcio França, para o Republicanos, de Silvio Costa Filho, quando Lula cedeu ao Centrão. França foi remanejado para o Ministério de Empreendedorismo, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, considerado de menor expressão. 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e vice-presidente Geraldo Alckmin, do PSB, que também ocupa o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Ou seja, por enquanto, o PSB continuaria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços , ocupado pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, não aceitou perder mais esse espaço dentro do governo.

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, não aceitou perder mais esse espaço dentro do governo. Foto: Sérgio Dutti/ PSB

Além da governabilidade do Governo Lula, também entra em jogo nesse processo a aproximação das eleições municipais de 2024. 

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Em São Paulo, foi anunciada a pré-formação da chapa PSOL e PT, com o deputado Guilherme Boulos e Marta Suplicy, que devem ser os candidatos a prefeito e vice à Prefeitura da capital paulista. Ambos devem ter como principal adversário o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que pode ter o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

A deputada federal Tabata Amaral, do PSB, tem sua pré-candidatura colocada à Prefeitura de São Paulo. Até agora, ela enfrentará o PT, de Lula, que fechou uma chapa com o PSOL, do deputado Guilherme Boulos, também pré-candidato a prefeito de São Paulo. Foto: Câmara Federal/ Ascom

Porém, o PSB também entra nesse contexto paulistano, já que a deputada federal Tabata Amaral tem sua pré-candidatura colocada. As movimentações feitas por Lula dentro de seu ministério podem forçar os socialistas, até mesmo, a recuar da candidatura de Tabata, em detrimento da manutenção de espaço dentro do Governo Federal. Mas, o PSB não jogou a toalha, pelo contrário, está no centro das negociações.

O prefeito do Recife, João Campos, também é vice-presidente nacional do PSB. Ele está no meio das articulações em torno de sua reeleição e da montagem das estratégias nacionais dos socialistas para as eleições municipais de 2024. Foto: Helia Sheppa/ PCR

No Recife, o PT se posiciona para ter a vice do prefeito João Campos (PSB), na tentativa de reeleição do socialista na capital pernambucana. Hoje, a vice-prefeita é Isabella de Roldão, do PDT. 

As movimentações feitas no âmbito do Governo Federal podem causar um afastamento entre o PT e o PSB. Porém, também podem reabrir diálogos para rediscutir espaços antes inegociáveis. Nos 10 primeiros dias do ano, ceder e negociar são palavras de ordem para que os acordos das eleições do dia 6 de outubro sejam fechados.

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