Nesta quarta-feira de cinzas, dia 22 de fevereiro, a prefeitura da capital pernambucana divulgou o balanço do Carnaval do Recife, que atraiu cerca de 2,7 milhões de foliões aos 44 polos de folia da cidade. Foram mais de mil horas de música. A festividade movimentou mais de R$ 2 bilhões na economia local, gerando 50 mil postos de trabalho temporários.
A cidade vivenciou o período carnavalesco ainda antes dos dias “curriculares” da festança, com mais de 50 prévias (festas com estilo carnavalesco) realizadas desde janeiro até última quinta-feira. A prefeitura informou que nos dias oficiais de Carnaval do Recife a programação foi 98% composta por artistas locais. No conjunto, foram 1.644 apresentações da Cultura Popular (aproximadamente 60%), 340 apresentações de orquestras de frevo e 500 apresentações de bois de Carnaval, caboclinhos, afoxés, maracatus e outras manifestações culturais.
A Central do Carnaval, espaço de apoio ao folião, recebeu 611 mil pessoas, 30% a mais que em 2020, obtendo um faturamento de R$ 2,8 milhões. O setor de Achados e Perdidos recolheu 575 documentos e objetos que ficarão disponíveis na Secretaria de Turismo e Lazer do Recife, localizada no 7º andar, do edifício sede da Prefeitura do Recife, desta quinta-feira (23) a 23 de março, das 8h às 17h, e através do telefone 3355-8598. Após essa data, os objetos serão enviados à agência central dos Correios.
A ocupação hoteleira durante o Carnaval do Recife, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Pernambuco (ABIH-PE), foi de 96,12%. Vale ressaltar que, em 2023, a permanência média passou para 5 noites, ultrapassando o dado anterior, de 4 noites.
Nesse período, os Centros de Atendimento ao Turista e o Centro de Informações na Central do Carnaval atenderam mais de 2 mil pessoas. O Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes – Gilberto Freyre refletiu a movimentação, com um fluxo de 420 mil passageiros e 100 voos extras – além dos 1.750 voos regulares – para atender à demanda.
“A avaliação que nós temos é de que foi um grande Carnaval, um Carnaval com muita organização e marcado com muita pacificação e presença espalhada em toda a cidade. Mais uma vez tenho a convicção de que o Recife se consolida como o Carnaval único, exemplar e que tem muita tradição”, afirmou o prefeito João Campos, durante coletiva com a imprensa.
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“Foi algo simbólico quando a gente vê vários artistas de diferentes origens, de cenas culturais diferentes, cada um a sua forma declarando o amor e a emoção de poder estar no Recife participando do Carnaval. Isso só reforça aquela dimensão que há uma dimensão de pertencimento grande que o nosso Carnaval é tão grande que não é um Carnaval apenas do Recife, mas um Carnaval de Pernambuco e do Brasil”, acrescentou o gestor municipal.
Já a secretária de Turismo e Lazer do Recife, Cacau de Paula, enfatizou os efeitos positivos na cidade. “A gente sabe que o Carnaval é uma vitrine e que o turista pode voltar com mais calma para conhecer a nossa cidade em outra época do ano. Isso é um legado do Carnaval que fica pro turismo da nossa cidade. Foi muito positivo ter esse retorno que a gente vai sentir pelos próximos meses após o Carnaval”.
Falta de segurança no Carnaval do Recife
A “Operação Carnaval na Paz”, coordenada pela Guarda Civil Municipal do Recife (GCMR) em apoio às forças da Secretaria de Defesa Social (SDS), contou com o efetivo de 3.494 agentes, sendo 218 coordenadores e 3.276 agentes de seguranças. Ainda de acordo com a gestão, estiveram à disposição da Guarda Municipal 60 viaturas e quatro motocicletas ativadas em caráter extraordinário.
A Prefeitura informou que a operação também contou ainda com 45 câmeras de vigilância no bairro do Recife, incluindo os principais acessos como as pontes do Recife e no foco da festa. Apesar das avaliações positivas realizadas pela gestão municipal, o Carnaval recifense voltou a enfrentar um problema que é um velho conhecido dos foliões que prestigiam os shows no Marco Zero: as brigas e arrastões durante os shows.
Vídeos feitos pela população durante o encerramento do período festivo, na terça-feira (21), mostram confusão e correria durante a apresentação do artista João Gomes. Após a confusão, parte do público decidiu voltar para casa mais cedo. Os problemas de segurança e mobilidade no polo carnavalesco também afastam foliões que gostam da festa, mas temem pela sua segurança pessoal e patrimonial.
Longe do Marco Zero, uma mulher aproveitava a festa no foi vítima de bala perdida durante um bloco, também na terça-feira (21), na rua Doutor Arsênio Tavares, no bairro da Mangueira, Zona Oeste do Recife. A vítima foi atingida no braço e na barriga, mas o autor dos disparos não foi identificado e o caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
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