Gerenciando dados para mitigar desastres, Hexagon expande faturamento no NE

Cerca de 20% da receita da Hexagon no Brasil vem dos quatro estados nordestinos onde atua – Pernambuco, Bahia, Sergipe e Ceará.
Tecnologia da Haxagon em campo
Defesa Civil de Manaus faz uso da tecnologia da Hexagon/Foto: divulgação Hexagon

A intensidade e a velocidade com que mudanças climáticas vêm ocorrendo nos últimos anos, caracterizadas por chuvas intensas e desastres naturais, têm preocupado especialistas e governos. No mês março, técnicos reuniram-se no Seminário Internacional Grito das Águas do Distrito Federal e alertaram que o crescimento desordenado e a falta de investimento em políticas públicas, especialmente em saneamento básico, estão entre os principais fatores para o cenário de degradação ambiental.

No Nordeste, a chegada do período chuvoso preocupa vários governos, que têm intensificado seu o planejando de ações. Em Pernambuco, os estragos começaram antes mesmo da temporada chuvosa. Há poucos dias, vários municípios do Agreste do Estado foram afetados por fortes chuvas, que já causaram estragos também na Região Metropolitana do Recife e levaram a governadora Raquel Lyra a destinar R$ 23 milhões para reestruturar o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil do Estado.

A preocupação se repete em outros estados nordestinos. No Ceará, o grupo de contingência organizado pelo Governo do Estado inicialmente para debater ações de mitigação dos efeitos das secas, passou a monitorar situação de cidades afetadas pelas chuvas.

Plataforma da Hexagon

Essas situações estão abrindo um mercado interessante para empresas de tecnologia que dispõem de ferramentas para auxiliar políticas públicas de enfrentamento às adversidades. A sueca Hexagon, por exemplo, tem crescido na região ofertando uma tecnologia que ajuda governos com inteligência de dados.

Cerca de 20% da receita da empresa no Brasil vem dos quatro estados nordestinos onde atua – Pernambuco, Bahia, Sergipe e Ceará. E a expectativa para este ano é de um crescimento na casa dos 15% sobre o faturamento de R$ 11 milhões obtidos em 2022 por sua divisão de Segurança, Infraestrutura e Tecnologias Geoespaciais.

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inundação
Possibilidade de chuvas fortes põem em alerta diversos governos/Foto: Arquivo EBC

Essa divisão da Hexagon oferece uma plataforma que faz uso de inteligência artificial e geocalização para monitoramentos de forma geral, usando recursos como câmaras, sensores e imagens de satélites para prevenir e mitigar riscos.

“Quando a tecnologia é contratada, o gestor pode indicar os dados que acha relevante. Por exemplo: chuva acima de tantos milímetros pode provocar inundações em certas áreas ou pode colocar em risco comunidades em certo morros”, explica Fábio Guerra, gerente de Marketing da divisão na América Latina da Hexagon. O sistema então identifica se o volume de chuvas está para alcançar o nível de risco e emite alertas.

Os alertas são enviados aos gestores, em especial à Defesa Civil, que podem se antecipar aos problemas ou tomar decisões mais assertivas. A inteligência no uso de dados ajuda a planejar melhor, e de forma rápida, ações em situações como enchentes e deslizamento de barreiras, por exemplo.

Embora tenha aumentado a preocupação dos gestores públicos com as condições climáticas, a estimativa de maior faturamento não pode ser atribuída exclusivamente a esses fatores. No entanto, Fábio Guerra admite que do ano passado para cá, diante de diversos episódios dramáticos no país e da expectativa de chuvas cada vez mais fortes, a procura pela tecnologia tem se ampliado.

Hexagon tecnologia
Plataforma permite monitoramento constante/Foto: divulgação Hexagon

Com os dados organizados, a plataforma pode orientar se há necessidade de reforço, de qual tipo e onde. “Assim, em situações de emergência, bombeiros, policiais e socorristas, entre outros, conseguem reduzir o tempo de ação graças à possibilidade de um gerenciamento de informações que a plataforma é capaz de reunir rapidamente”, explica Guerra.

Ele diz que, em geral, existe uma lacuna entre uso dos dados e capacidade de resposta do gestor. “Se o nível da água está aumentando em algum local, é preciso saber qual quantidade de recursos deve ser direcionada para lá”, explica Guerra.

Em tempo real

É possível rastrear situações em andamento em tempo real, ajudando as equipes a ganharem velocidade e eficiência. A tecnologia indica se há necessidade de retirada de pessoas de alguma localidade, por exemplo. Monitora inda os morros, com base no histórico de imagens captadas por satélite, para entender a movimentação de terra e o risco que certas áreas oferecem.

A plataforma de segurança tem sido usada para coleta, gerenciamento e análise de dados também entre empresas de eletricidade, gás, telecomunicações, água, e transporte, permitindo comando, controle e planejamento em tempo real.

As soluções de inteligência de localização ajudam ainda organizações públicas e privadas que atuam nas áreas de Monitoramento Ambiental, Defesa, Transporte, Segurança Pública, Cadastros, Censo e áreas correlacionadas. “O sistema não gera dados, mas dá sentido a eles”, explica Guerra.

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