Mercado imobiliário de Pernambuco está otimista com grandes investimentos

Mercado imobiliário: atentas ao cenário, empresas como OR, Vale do Ave, Moura Dubeux e MRV começam a executar estratégias de negócios, de olho no cenário que se desenha para os próximos quatro anos no estado
Mercado imobiliário: empresas de Pernambuco estão otimistas diante da perspectiva de um novo ciclo de grandes investimentos públicos e privados no estado, que tem previsão de gerar um efeito dinamizador na economia local
Mercado imobiliário espera aquecimento no efeito em cadeia gerado por grandes investimentos públicos e privados previstos em Pernambuco/Foto: Moura Dubeux (Divulgação)

O mercado imobiliário de Pernambuco está otimista diante da perspectiva de um novo ciclo de grandes investimentos públicos e privados no estado, que tem previsão de gerar um efeito dinamizador na economia local, com a injeção de bilhões de reais, a exemplo do que aconteceu na segunda metade dos anos 2000. Atentas ao cenário, empresas como OR, Vale do Ave, Moura Dubeux e MRV começam a executar estratégias de negócios, de olho no cenário que se desenha para os próximos quatro anos.

O governo federal é um elemento fundamental na expectativa de retomada do crescimento da economia local. A reativação da Refinaria Abreu e Lima, Transnordestina e das encomendas de grandes embarcações aos estaleiros instalados em Pernambuco estão entre os principais projetos que receberão dinheiro de Brasília. Apenas a duplicação da Rnest e a volta das obras da ferrovia estão orçadas em R$ 11 bilhões.

- Publicidade -

Já na lista de projetos privados estão a implantação da Blau Farmacêutica (R$ 1 bilhão), a construção do terminal de contêineres da APM/Maersk no Porto de Suape (R$ 600 milhões) e o início da produção de veículos híbridos/elétricos no complexo automotivo da Stellantis Goiana.

Mercado imobiliário: atentas ao cenário, empresas como OR, Vale do Ave, Moura Dubeux e MRV começam a executar estratégias de negócios, de olho no cenário que se desenha para os próximos quatro anos
Pedro Pessoa: “queremos ser uma empresa do mercado imobiliário de Pernambuco, não do Paiva”/Foto: OR (Divulgação)

Mercado imobiliário em Pernambuco terá atuação mais agressiva da OR, braço da Novonor

Criada na segunda metade dos anos 2000 como braço de empreendimentos imobiliários do antigo Grupo Odebrecht, agora Novonor, a OR, que é focada em alto padrão, tem um plano bastante agressivo para essa nova fase da economia local.

- Publicidade -

Até agora concentrada na Reserva do Paiva, bairro de Jaboatão dos Guararapes planejado pela própria OR, a empresa anunciou esta semana a expansão de sua atuação para todo o estado de Pernambuco.

A investida vai começar pelo Recife. Depois, serão integradas à nova estratégia cidades da Região Metropolitana, como Cabo de Santo Agostinho e Olinda e, posteriormente, grandes polos econômicos do interior do estado, começando por Caruaru, no Agreste, e Petrolina, no Sertão do São Francisco. “Vamos deixar de ser uma empresa da Reserva do Paiva para ser uma empresa de Pernambuco”, afirma o diretor superintendente Pedro Pessoa.

Sobre o panorama em que esse plano começa a ser implementado, o executivo explica que “o mercado imobiliário de uma forma geral é muito sensível ao que acontece na economia como um todo. Nesse aspecto, o nicho de alto padrão é diferenciado, pois, como se costuma dizer, é imune às crises devido à renda muito elevada da clientela. Por outro lado, em períodos de crescimento econômico, o segmento, que tradicionalmente é pouco elástico, tende a se expandir, e essa é a expectativa em torno de Pernambuco”.

Vale do Ave reforça a aposta no mercado imobiliário do litoral sul pernambucano

A Vale do Ave, uma das construtoras e incorporadoras líderes do mercado de luxo em Pernambuco, trabalha com a perspectiva de reativação da expansão imobiliária no eixo entre o Recife e o litoral sul do estado, iniciada no ciclo de crescimento local dos anos 2000.

Esse movimento parou e até retrocedeu, nos anos 2010, com o final desse ciclo, na esteira das crises que se sucederam no país e particularmente na região do Complexo de Suape, onde, devido à Lava-Jato, houve a decisão da Petrobras de concluir apenas metade da Rnest e o cancelamento das encomendas da petroleira ao estaleiro Atlântico Sul Heavy Industry Solutions (EAS), entre outros problemas.

“Foi um momento de retração e distratos. O que vemos agora é um cenário de retomada não apenas dos investimentos das empresas em Suape, mas também do mercado imobiliário dessa região”, afirma o diretor técnico Zeferino Costa.  Ele sinaliza para uma atuação mais forte da marca em cidades do litoral sul, como Jaboatão dos Guararapes, Ipojuca – onde grande parte dos empreendimentos industriais de Suape está instalada – e Tamandaré.

Mercado imobiliário: Moura Dubeux projeta impacto positivo da economia de Pernambuco na performance da Mood,
Diego Villar, da MD, acredita que a nova marca do grupo, voltada para a classe média, será beneficiada pelo cenário econômico local/Foto: Moura Dubeux (Divulgação)

Moura Dubeux cria empresa para voltada para a classe média

O CEO da Moura Dubeux, Diego Villar, ressalta que “os grandes investimentos programados para Pernambuco trazem reflexo positivo para o nosso negócio, o que é mais um motivo para seguirmos confiantes com o planejamento de longo prazo, que inclui um reforço da atuação junto à classe média”

A companhia – que atua no planejamento, projeto, comercialização, incorporação e execução de obras em sete estados do Nordeste – criou recentemente até uma marca nova no grupo, a Mood, voltada para apartamentos destinados a esse segmento. Isso, depois de uma trajetória de sucesso da MD no nicho de alto padrão.

“Esse movimento que começa a acontecer na economia de Pernambuco vai contribuir para a performance da Mood, braço que irá ganhar espaço de maneira gradual em nosso grupo nos próximos anos”, frisa.

Mercado imobiliário: com quatro décadas de atuação e foco em soluções habitacionais para a classe média, a construtora e incorporadora MRV, do Grupo MRV&Co, acredita que o setor será beneficiado pelo esperado ciclo de desenvolvimento local e pelo panorama nacional
Alessandro Almeida, da MRV, tem expectativa positiva em relação à economia local e aos incentivos à moradia /Foto: MRV (Divulgação)

MRV avalia cenário econômico no estado como positivo para o setor

Com quatro décadas de atuação e foco em soluções habitacionais para a classe média, a construtora e incorporadora MRV, do Grupo MRV&Co, acredita que o setor será beneficiado pelo esperado ciclo de desenvolvimento local e pelo panorama nacional, com a volta do Programa Minha Casa Minha Vida.

Os investimentos econômicos, aliados aos incentivos federais e estaduais para a compra de imóveis, geram um efeito em cadeia, fortalecendo muito o mercado imobiliário. Com essa perspectiva, acabamos de lançar em Paulista, ao norte da Região Metropolitana, o complexo Asa Paulista, projeto com cinco edifícios, 2,4 mil apartamentos e VGV (valor geral de vendas) de R$ 510 milhões”, detalha o diretor comercial de Crédito no Nordeste, Alessandro Almeida.

“Além disso, pretendemos, nos próximos anos, lançar empreendimentos em outros municípios, como Camaragibe e Jaboatão dos Guararapes, e, com isso, vamos aumentar equipes de vendas e de pessoal nas obras”, adianta.

Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco vê o Recife com cautela

Presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), Rafael Simões, adota um tom mais cauteloso que os empresários na avaliação do médio prazo, particularmente no caso do Recife. A capital do estado tem se mantido, nos últimos dois anos, no ranking de cidades mais caras para se morar no Brasil.

Para ele, “novos investimentos podem gerar mais renda e empregos, influenciando a oferta de moradias”. “No entanto, outros fatores como acesso ao crédito e regulação urbana podem contrabalançar esse efeito. Em Recife, a oferta de imóveis novos diminuiu 60% nos últimos cinco anos e, como resultado, a cidade, tem os sete bairros mais caros do Nordeste para aluguel”, aponta.

Rafael Simões acredita que, “se o aumento de renda for acompanhado pela redução das taxas de juros e medidas de estímulo urbanístico ao desenvolvimento urbano no Recife, é provável que, no cenário macroeconômico e local que se vislumbra, a oferta de moradias aumente na capital, pelo menos até o nível de cinco anos atrás.”

Leia mais:

Casa Orange tem assinatura da Blackninja

Moura Dubeux alcança maior lucro líquido trimestral de sua história

Para atrair clientes, construtora aceita imóvel velho como pagamento

Potencial de compra do nordestino estimula investimento da construtora MRV

- Publicidade -
- Publicidade -

Mais Notícias

- Publicidade -