O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta segunda-feira (3/07), do ato de início das obras de um novo trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), em Ilhéus, na Bahia (BA). Os ministros dos Transportes, Renan Filho, e da Casa Civil, Rui Costa; além do governador do estado, Jerônimo Rodrigues (PT); e o secretário nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro, também estiveram presentes.
“É pela soberania nacional que precisamos construir a Ferrovia de Integração Oeste-Leste e outras ferrovias pelo país. É pelo crescimento do Brasil. Nosso país será do tamanho que quisermos”, disse Lula, em seu twitter oficial.
“Eu queria dizer aos empresários queestão nesta empreitada para construir a ferrovia que não é interesse de um empresário ou de outro empresário, é interesse da soberania nacional fazer essa ferrovia e outras ferrovias no país para que a gente possa ter esse país competitivo com qualquer outro país do mundo”, acrescentou Lula em discurso.
Lula lembrou que, apesar do projeto de malha ferroviária do Brasil ser antigo, o país deixou de formar engenheiros ferroviários e de investir na indústria desse modal. “Esse país não produz mais trilhos, aliás, esse país não produzia mais dormente. Eu lembro que nós criamos a maior fábrica de dormente do mundo quando começamos a fazer a Transnordestina. E ela hoje parou. A CSN [Companhia Siderúrgica Nacional] há 40 anos atrás produzia trilhos, hoje não produz mais”, disse.
Pelos próximos três anos, a região entre Ilhéus e Aiquara deve atrair cerca de 1,2 mil brasileiros que atuarão na liberação da área, fixação de trilhos e início da operação do trecho 1F do lote 1 da Fiol. Com 127 quilômetros de extensão, o novo segmento beneficiará diretamente os habitantes de sete municípios baianos, além de Ilhéus e Aiquara, os trilhos do lote 1F atravessam Uruçuca, Ubaitaba, Gongogi, Itagibá e Aurelino Leal.
Dividida em cinco lotes, a Fiol 1 já conta com dois lotes concluídos e os demais possuem previsão de entrega para 2026. Quando pronta, ela terá 537 quilômetros de extensão e atravessará 19 municípios, de Ilhéus a Caetité, tornando-se um importante corredor logístico com capacidade para movimentar até 60 milhões de toneladas de carga por ano. “A Fiol ainda vai cortar o Brasil de Leste a Oeste, de Ilhéus até Água Boa, no Mato Grosso, passando por Caetité e Barreiras [na Bahia], e por Mara Rosa, em Goiás. Essa ferrovia vai inserir a Bahia na estratégia do desenvolvimento do Brasil”, afirmou Renan Filho.
Já o governador Jerônimo Rodrigues destacou a geração de empregos. “Com a autorização para o início das obras de trecho da Ferrovia Oeste Leste, marcamos a história do desenvolvimento da Bahia com mais um capítulo que vai gerar 1.200 empregos para baianas e baianos, potencializar a nossa agropecuária e fortalecer a integração nacional”, pontuou.
Transportando riquezas
Com duração de 36 meses, as obras no trecho 1F contarão com investimentos de R$ 1,1 bilhão da Bahia Ferrovias S.A. (Bafer), subconcessão da Bahia Mineração Ltda. (Bamin), que assumiu a concessão – e as obras – da Fiol 1 por 35 anos, após leilão realizado pelo Governo Federal em 2021. No total, o investimento previsto na consolidação da ferrovia soma R$ 5,41 bilhões (Capex) e mais R$ 13,37 bilhões em custos operacionais (Opex).
A estrada de ferro será fundamental ao escoamento para o mercado externo do minério de ferro produzido no Sul da Bahia, por meio do futuro Porto de Ilhéus, bem como para o transporte de grãos do oeste baiano para o porto, em direito de passagem. Outras cargas que devem passar pelo corredor logístico incluem alimentos processados, cimento, combustíveis, soja em grão, farelo de soja, manufaturados, petroquímicos e outros minerais.
Futuro
O Ministério dos Transportes trabalha em projetos para a concessão de outros dois trechos da Fiol: a Fiol 2, entre Caetité (BA) e Barreiras (BA), com obras em andamento; e a Fiol 3, de Barreiras (BA) a Figueirópolis (TO). Quando esses três corredores forem concluídos, a estrada de ferro somará 1.527 quilômetros de trilhos no total, conectando o futuro Porto de Ilhéus a Figueirópolis, onde fará a conexão com a Ferrovia Norte-Sul e o restante do país. A projeção é que, ao entrar em plena operação, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste promova uma redução de 86% na emissão de gases do efeito estufa na atmosfera.
Ranking econômico
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (3) que o Brasil seria, “na pior das hipóteses”, a quarta melhor economia do mundo se tivesse mantido o ritmo decrescimento que tinha ao fim de seu primeiro mandato presidencial, quando ocupava o sexto lugar no ranking.
“Nós éramos a sexta e recuamos para a 13ª economia, numa demonstração de que o país andou para trás. Nosso país caiu em um mundo obscuro e a gente perdeu noção da grandeza e do que esse país poderia fazer pelo seu povo”, destacou, durante a cerimônia de início das obras de um novo trecho da Fiol.
“Esse país foi tomado pelo ódio e foi tomado pela mentira. Nós, agora, estamos restabelecendo o país que nós precisamos. E é isso que eu quero conversar com os empresários. O que um governo pode oferecer para um conjunto de empresários brasileiros e estrangeiros que querem investir em um país como o Brasil?”, questionou o presidente.
*Com Agência Brasil
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