Lula prepara terreno do PT para 2024 com Humberto na coordenação

No segundo turno das eleições de 2020, o PT era a legenda que tinha mais candidaturas na disputa. Mas, perdeu 11 das 15 eleições que participava
O senador Humberto Costa está escalado por Lula para preparar o PT para as eleições municipais de 2024. Foto: Roberto Stuckert Filho

O Partido dos Trabalhadores, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já começa a se articular nacionalmente para aumentar sua representatividade e densidade política nas eleições municipais de 2024. Para tanto, criou o Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE), que será coordenado pelo senador Humberto Costa, que também é o vice-presidente nacional da legenda.

Segundo Humberto, a ideia é iniciar o trabalho ouvindo os diretórios estaduais, municipais, os partidos que integram a federação e todos que participam do projeto de união e reconstrução do país.

“A vitória de Lula foi muito importante porque, mesmo enfrentando uma grande rede de mentiras e o uso criminoso e político da máquina pública, conseguimos vencer, restabelecer a democracia e trazer de volta um projeto de país que visa melhorar a vida da população e garantir o desenvolvimento sustentável do Brasil”, afirmou Humberto.

Segundo Humberto, o GTE iniciará os trabalhos com uma avaliação da situação do partido em capitais e municípios com maior densidade eleitoral. A cada 15 dias, o Grupo de Trabalho Eleitoral deverá se reunir para debater as estratégias visando o fortalecimento do partido. A meta do PT é aumentar o número de prefeitos e vereadores da legenda e reforçar o governo Lula nos mais de 5.600 municípios brasileiras.

É preciso recordar que, em 2020, foi a primeira vez desde a redemocratização que o PT não elegeu prefeitos ou prefeitas em capitais. Neste ano, no primeiro turno, o Partido dos Trabalhadores (PT) conquistou 183 prefeituras. Comparando com seu desempenho de 2016, quando havia eleito 254 prefeitos, teve uma queda expressiva.

No segundo turno das eleições de 2020, o PT era a legenda que tinha mais candidaturas na disputa. Mas, perdeu 11 das 15 eleições que participava, sendo duas derrotas em capitais: Recife e Vitória. Uma das maiores derrotas neste 2º turno ocorreu na capital pernambucana, onde Marília Arraes (PT) disputava com João Campos (PSB), eleito com mais de 56% dos votos. Só venceu em Contagem e Juiz de Fora, em Minas Gerais, e Diadema e Mauá, em São Paulo.

Com o resultado das eleições de 2020, o PT passou a ocupar a 11ª posição entre os partidos, considerando o número de prefeituras. O primeiro dessa lista, o MDB, também diminuiu saindo de 1.044 prefeituras para 784. Neste ano, o país era governado por Jair Bolsonaro, até então filiado ao PL, uma sigla que saiu de 297 para 345 chefes de executivo municipal, ocupando a sexta colocação no ranking de partidos que elegeram mais prefeitos.

Agora, com Lula na presidência da República, o PT ganhou fôlego novo para reestruturar suas bases políticas em todo território nacional. Por isso, anuncia o primeiro passo da sua estratégia para recuperar o espaço perdido após o ciclo encerrado de maneira prematura com Dilma Rousseff.


Pernambuco

A preparação do terreno que será iniciada por Humberto Costa parece divergir do posicionamento do PSDB, da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, que em entrevista concedida no programa Roda Viva da TV Cultura disse que não estava em tempos de discussões eleitorais para as eleições municipais.

No Recife, o prefeito João Campos (PSB) provavelmente será o único candidato que terá Lula no seu palanque mesmo que a tucana não queira se indispor politicamente com o presidente da República. É que a governadora deve ter um candidato à prefeitura da Capital que saia diretamente do Palácio do Campo das Princesas.

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O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o prefeito João Campos (PSB). Foto: Rodolfo Loepert/Prefeitura do Recife


O PSB está mergulhado no governo Lula, desde a vice-presidência ocupada por Geraldo Alckmin. O PSB também tem o Ministério da Justiça, com Flávio Dino, que tem como Secretário Nacional de Justiça Secretário Nacional de Segurança Pública. No Ministério dos Portos e Aeroportos está Márcio França, ex-governador de SP, que participa das tentativas de retomada econômica do Porto de Suape e do Porto do Recife.

O PT também ocupa cargos na Prefeitura do Recife. Ou seja, não se espera que o PT rompa com o PSB em prol de um voo solo na direção do executivo municipal. Por isso, é importante o desenho político e eleitoral que Humberto começa a traçar e tirar do papel em âmbito nacional. Cabe ao PT, analisar quais sã as especificidades de cada cidade, de cada região, de cada composição político-partidária adequada para que os petistas tenham a possibilidade de retomada de crescimento. Vai ser preciso ceder para que aliados cresçam, mas vai ser preciso colocar o time em campo sem perder tempo para se tornar eleitoralmente sólido.

Fontes de dados: TSE

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