Mão de obra é um problema em seis das 12 regiões de PE, diz livro

A pesquisa que resultou no livro analisou oito bases de dados diferentes das 12 regiões de Pernambuco
O consultor de empresas Raphael D’Emery afirma que o livro de sua autoria pode ser usado por gestores públicos e investidores para ações mais assertivas. Foto: Divulgação

Das 12 regiões de desenvolvimento de Pernambuco, seis não estão formando a mão de obra adequada para as empresas, segundo o livro “Vocações Econômicas das Regiões de Desenvolvimento de Pernambuco”, de autoria do consultor de empresas, Raphael D’Emery. ” A formação da mão de obra está desconexada com o perfil produtivo destas regiões”, explica o estudioso.

As consequências desta desconexão, segundo o autor, é que ao ser contratado o funcionário que não está devidamente formado, precisa de um tempo de aprendizado maior e as empresas perdem competitividade. Isso acontece principalmente nas seguintes regiões: Agreste Setentrional, Mata Norte, Sertão Central, Sertão de Itaparica, Sertão do Araripe, Sertão do Moxotó.

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“A situação é mais discrepante no Agreste Setentrional”, constata Raphael. As razões pelas quais isso acontece “vão além do estudo” e deve incluir a informalidade e o perfil dos pequenos negócios tão comum na região. No Agreste Setentrional, estão alguns municípios que fazem parte do polo de confecções como Santa Cruz do Capibaribe e Toritama que têm muitos empresários que são autodidatas e aprenderam fazendo.

As condições da mão de obra foi um dos pilares estudados pelo autor para indicar as vocações de cada região, inclusive as presentes e “as emergentes” no levantamento realizado por Rafael. que traz outras finalidade de identificar as vocações presentes e emergentes de cada uma das regiões. “A intenção é que estas informações sejam usadas para desenvolver políticas públicas mais assertivas e também para aqueles que desejam investir em Pernambuco”, comenta Raphael.

Pesquisa das vocações

O consultor levou 14 meses para desenvolver a pesquisa que resultou no livro. “A cultura do maracujá me chamou a atenção por aparecer em apenas uma região como presente, mas também como vocação emergente em sete regiões. Pernambuco é o quarto maior produtor desta fruta no Brasil. “Esta cultura se destacou na comparação com as demais”, resume o consultor.

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Outra surpresa, segundo o consultor, foi a produção de minerais não metálicos no Estado, principalmente com a produção de granito, que também é exportado, gera muito emprego e a expressiva quantidade de empresas nesta atividade. “O granito é um dos itens da pauta de exportações de Pernambuco”, comenta Raphael.

Com relação ao Agreste Meridional, o estudo também revelou algumas vocações “que vão além do que já se sabia no senso comum”, diz Raphael. Ele acrescenta que esta região não é só bacia leiteira e tem outras atividades fortes, como a avicultura, a produção de feijão, a suinocultura, entre outras.

“Pernambuco é o sexto maior produtor de castanha de cajú no Brasil e 88% desta produção vem do Agreste Meridional do Estado”, conta Rafael. “O Agreste Central não é só polo de confecções. Também tem um polo eletro-metal-mecânico por causa do Grupo Moura. E há um polo moveleiro também em Gravatá, Caruaru e Bezerros. São polos consolidados”, conclui.

O levantamennto comparou oito bases de dados existentes sobre as atividades econômicas nas 12 regiões de desenvolvimento de Pernambuco entre 2021 e 2012. Publicado de forma independente, o livro tem 450 páginas e está disponível no site da consultoria de Rapahel, a Necotium (www.necotium.com.br), custando R$ 60,91 como e-book; R$ 136,88 com o livro físico em preto e branco e o livro físico colorido por R$ 247,57.

“O desejo de desenvolver este estudo veio a partir da minha experiência no mestrado em Desenvolvimento Regional, pela Universidade do Algarve, em Portugal, e a posterior experiência como pesquisador da Universidade de Coimbra, também em Portugal, na execução do projeto da Comissão Europeia, RIS3 Pernambuco. Uma vez que, nestas oportunidades, foi objeto de estudo o desenvolvimento regional em economias avançadas”, argumenta.

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