Pecuária tem reforço no combate à mosca dos estábulos em PE em 2024

Secretário Cícero Moraes defende que ações precisam avançar além da guerra ao inseto e incluir controle, manejo e apoio à avicultura e pecuária
Entidades da avicultura e pecuária discutiram com Cícero Moraes (SDA) ações de reforço na guerra à mosca-dos-estábulos
Associações da avicultura e pecuária se reuniram com o secretário Cícero Moraes para avançar no combate à praga/Foto: Cláudio Carvalho (SDA)

A pecuária terá um reforço, este ano, no combate à praga da mosca-dos-estábulos na microrregião do Brejo Pernambucano, no Agreste do estado. As ações serão intensificadas em oito municípios: Amaraji, Barra de Guabiraba, Bonito, Camocim de São Felix, Chã Grande, Cortês, Gravatá e Sairé, os mais afetados pela proliferação do inseto. A área total abrangida é de 150 mil hectares, onde atuam dois mil produtores rurais.

Essa foi a principal decisão tomada nesta quarta-feira (21) pelo Grupo de Trabalho responsável pelo enfrentamento da mosca-dos-estábulos e que inclui Secretaria Estadual de Desenvolvimento Agrário (SDA), Associação Avícola de Pernambuco e União Nordestina da Agropecuária (UNA).

- Publicidade -
Pecuária e avicultura se reuniram com Governo de Pernambuco para intensificar guerra à mosca-dos-estábulos
Pecuária é o setor mais afetado pelo avanço da mosca-dos-estábulos em Pernambuco

Entre as ações que serão implementadas, uma das mais importantes é a proibição da utilização da cama de aviário ou cama de frango como adubo, a partir de julho próximo, cumprindo determinação legal.

O material – mistura de palha, serragem, cascas, dejetos das aves e outros produtos – é usado na avicultura para forrar o chão dos galpões, de forma a absorver umidade e evitar o contato direto das aves com o piso.

Rico em diversos nutrientes, esse composto é reaproveitado tradicionalmente, na região, como adubo orgânico para o cultivo de inhame. O problema é que a cama também serve para que a mosca-dos-estábulos ponha seus ovos e a aplicação na lavoura acaba contribuindo para a proliferação da praga.

- Publicidade -

Lei proíbe a cama de frango

Uma lei estadual (nº 17.890/2022) foi aprovada pela Assembleia Legislativa de Pernambuco, proibindo a cama de frango no Brejo Pernambucano, entre julho e novembro. A legislação, no entanto, acabou flexibilizada no mesmo ano da aprovação.

A mudança permitiu o uso do adubo, condicionado ao manejo adequado e fiscalização. Na prática, a situação fugiu de controle e a utilização indiscriminada gerou avanço da mosca-dos-estábulos, com prejuízos aos pecuaristas.

Em dezembro passado, o Governo de Pernambuco voltou a proibir o aproveitamento da cama aviária no plantio no Brejo, entre julho e novembro (período de maior incidência da mosca). Também estabeleceu regras mais rígidas para o restante do ano.

Secretário defende ações além do combate

O secretário da SDA, Cícero Moraes, já agendou novo encontro do GT para março em que serão discutidos projetos complementares que, além de enfrentar a mosca, garantam apoio aos empresários do setor.

“A cama de frango está proibida por lei, em parte do segundo semestre, mas precisamos ter estratégias para o controle permanente da mosca e soluções para a cadeia produtiva impactada”, afirma.

Grupo de Trabalho da mosca-dos-estábulos volta a se reunir em março para refinar ações na avicultura e pecuária
GT da guerra à mosca dos estábulos volta a se reunir em março para refinar estratégias que serão executadas/Foto: Cláudio Carvalho (SDA)

Pecuária: quais as ações de combate à mosca?

As estratégias adicionais de reforço do combate à praga serão definidas na próxima reunião do GT, mas já estão em discussão. Entre elas, está uma fiscalização mais agressiva que evite o uso da cama de aviário na agricultura, a difusão de práticas de manejo adequadas para outros tipos de adubo, a criação de uma rede para reuniões técnicas nos municípios mais afetados e a divulgação de pesquisas mais recentes sobre o inseto.

Também está sendo formatada uma agenda de palestras para os criadores e a criação de materiais (digitais e físicos) com orientações aos produtores.

O que diz a Avipe?

O presidente da Avipe, Giulliano Malta, reitera a disposição do setor para contribuir no enfrentamento do problemas. Ele também coloca as granjas do Brejo Pernambucano à disposição do governo do estado e instituições de ensino e pesquisa.

“Estamos engajados, mas é preciso muito mais que isso. Temos que avançar nos estudos para entender o que acontece na microrregião e que leva à proliferação da mosca, já que não existe esse problema em outras áreas do estado”, defende. Essa mesma necessidade é ressaltada pelo presidente da UNA, José Orlando Duarte.

Como a mosca-dos-estábulos afeta a pecuária?

A Stomoxys calcitrans – nome científico da mosca-dos-estábulos ou mosca da vinhaça – ocorre em diversos países do mundo e no Brasil está distribuída amplamente em todo o território nacional. É um inseto hematófago (se alimenta de sangue) que ataca preferencialmente bovinos e eqüinos. Mas pode atacar também animais domésticos e o próprio homem.

Os animais atacados, além da perda de sangue e de peso, são afetados pela dor provocada pelas picadas. O estresse gerado altera o comportamento do rebanho, influenciando na alimentação. Sem apetite, o emagrecimento se agrava e a produção de leite é reduzida.

Outros impactos são a redução da produtividade do rebanho, queda na fertilidade das fêmeas, aumento da incidência de abortos e morte de bezerros. 

Leia mais sobre pecuária:

CCLJ da Alepe aprova projeto para combater praga da mosca dos estábulos

Frigorífico da Masterboi completa 1 ano e faz pecuária dar salto no NE

Pesquisa irá reforçar combate à mosca dos estábulos em Pernambuco

- Publicidade -
- Publicidade -

Mais Notícias

- Publicidade -