Após dois anos consecutivos sem realização oficial e irrestrita do principal evento popular do país devido à pandemia de Covid-19, este ano, o Carnaval volta a acontecer nos formatos tradicionais da festa, com eventos de rua e de salão, incluindo as prévias. Segundo a Federação de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), a expectativa é de que a retomada do evento seja promissora, trazendo oportunidades para quem deseja empreender e gerar uma renda extra.
Entre os micros e pequenos negócios mais beneficiados pela realização do Carnaval, destacam-se os segmentos de alimentação e bebidas, de embelezamento e cuidados pessoais – como perfumarias, cosméticos, maquiagem, penteado e manicure – e confecções, incluindo adereços e customização de vestuários. O setor hoteleiro também carrega boa expectativa para a retomada do carnaval, mesmo considerando o fator complicador para os turistas nacionais, que foi a alta de preços das passagens aéreas em 2022, principalmente ao longo do segundo semestre, momento em que as viagens comumente são planejadas.
Ainda assim, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Pernambuco (ABIH-PE) estima uma ocupação de 90% em Recife e Olinda, além de 95% em Ipojuca. Isso, porque o carnaval pernambucano é bastante reconhecido por sua diversidade cultural e grande variedade de estilos musicais, além de ser favorecido pela atratividade das praias na Região Metropolitana do Recife (RMR). “O carnaval consegue atrair para Pernambuco o folião e o não folião. Quem é atraído pela festa, vem a Recife e Olinda, prioritariamente. Quem busca descanso e belezas naturais, procura nossas praias. Quem prefere descanso, vai ao interior”, explica o presidente da Fecomércio-PE, Bernardo Peixoto.
A prefeitura do Recife estimou para este ano uma circulação de até 4 milhões de foliões e turistas, entre Olinda e Recife, durante os dias de carnaval. “São dois anos sem a realização da festa que mais emprega no ano. Isto porque o turismo movimenta mais de 50 cadeias produtivas. São hotéis e pousadas, bares e restaurantes, taxis e veículos de aplicativo, comércio em geral, formal e informal, todos impactados pela presença massiva de turistas nas cidades onde há carnaval”, complementa Peixoto.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que o volume de faturamento das atividades típicas do turismo no Carnaval de 2023, a preços de janeiro deste ano, será de R$ 263,7 milhões em Pernambuco, ou 3,2% do volume esperado para o Brasil como um todo. Para se ter uma referência comparativa, segundo os dados da CNC, em 2020, no primeiro carnaval afetado pela pandemia, o volume de faturamento chegou a R$ 188,40 milhões, registrando uma queda de 37,4% em relação ao ano anterior. Nos dois anos seguintes, o volume cresceu 18,8% e 17,8%, respectivamente.
O segmento de alimentação deve gerar o maior faturamento entre as atividades, representando cerca de 44% do volume em 2023, seguido do transporte de passageiros (29%) e hospedagem (11%). Em termos de postos de trabalhos gerados para o período, a CNC estima que serão abertas 511 mil vagas temporárias para o Carnaval entre as atividades típicas do turismo, número que representa 2,1% da expectativa estimada para o Brasil. As áreas de cozinha e limpeza, juntas, devem concentrar percentual relevante (41%) das oportunidades de ocupação.
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