V.tal aposta alto no armazenamento de dados e inaugura seu 2º edge data center no CE

A V.tal é uma empresa de rede neutra, ou seja, ela aluga sua infraestrutura de fibra óptica para outras operadoras.
Edge data center da V.tal , o segundo em fortaleza/Foto: divulgação V.tal

DE FORTALEZA – Apostando fortemente no crescente negócio do armazenamento de dados em nuvem no Brasil, a V.tal inaugurou seu segundo edge data center em Fortaleza, nesta sexta-feira (03), num investimento de R$ 200 milhões. É o mais moderno entre os quatro em operação na América Latina. Localizado na Praia do Futuro, o edge data center já nasce com a certificação, Tier III. Até 2025, outra unidade será inaugurada em Porto Alegre.

A nova estrutura, chamada de Big Lobster, está totalmente integrada à cable landing station (CLS). Essa CSL da V.tal, que opera desde 2002, tem um papel relevante para a internet brasileira: ela concentra o ponto de troca de tráfego do Ceará, o chamado PIX. A posição estratégica de Fortaleza é muito favorável e permite que a cidade receba em sua costa 17 cabos submarinos de fibra óptica com redes de dados dos Estados Unidos, África e Europa.

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Governador Elmano de Freitas (centro) com diretores e autoridades na inauguração do data center/Foto: divulgação V.tal

O PIX permite que operadoras e provedores troquem tráfego diretamente e acessem conteúdo das principais distribuidoras de conteúdo (OTTs) do mundo. Assim, o investimento no edge data center faz parte de uma visão estratégica da V.tal.

“Somos uma empresa de infraestrutura digital na qual o negócio de data center tornou-se relevante”, disse Bento Louro, vice-presidente de Wholesale da V.tal, referindo-se à proposta de valor da empresa. Mas por que o data center se tornou relevante? “Antes, ninguém pensava em depositar seus dados no Brasil, mas isso começou a mudar. Esse é um negócio que vai crescer muito por aqui”, explicou Cícero Olivieri, vice-presidente de Engenharia da V.tal.

Estrutura da V.tal

No novo edge data center, o serviço de aluguel de espaço de para hospedagem web, que no jargão do setor chama-se colocation, comporta mais de 600 posições da racks em quatro salas. São 7 mil metros quadrados de área construída, com capacidade de 5MW. Bem maior que o primeiro data center da V.tal no estado, construído em 2018, que comporta 200 racks e tem 1MW de capacidade. Mas V.tal não atende o cliente final, apenas operadoras.

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Além dos edge data center do Ceará, a V.tal conta com outros dois – um no Rio de Janeiro e outro em Barranquilla, na Colômbia-, somando 26 mil km de cabos ópticos submarinos. Eles ligam o Brasil à Argentina, Venezuela, Colômbia, Bermudas e Estados Unidos. A empresa tem ainda três mil pontos de presença (pequenos data centers) espalhados pelo país, mil deles com clientes contratados.

Essa rede de infraestrutura – e serviços-, eleva a posição da V.tal perante a concorrência, tornando-a única no Brasil e na América Latina. Mas para a direção da empresa é só o começo: “Esse é um mercado muito grande. Somos entrantes e desafiantes e temos longa jornada pela frente”, disse Bento Louro.

A V.tal é uma empresa de rede neutra, ou seja, ela aluga sua infraestrutura de fibra óptica para outras operadoras. A companhia surgiu a partir da separação dos ativos de fibra óptica da Oi, em maio de 2022, quando o Conselho-Diretor da Anatel autorizou a transferência do controle para fundos geridos pelo banco BTG Pactual. Na ocasião, o BTG pagou cerca de R$ 12,9 bilhões por 52% da companhia. Além das redes de fibra óptica oriundas da Oi, a V.tal agregou a infraestrutura da Globenet, que já pertencia ao banco e atua com conexões internacionais submarinas. “Essa inauguração é um marco porque representa a primeira operação conjunta da V.tal com a Globenet”, disse Cícero Olivieri.

Governo do Ceará

A solenidade de inauguração, que reuniu autoridades e jornalistas de todo Brasil nesta sexta-feira, contou com a presença do governador Elmano Freitas e de secretários de estado. A presença de Freitas sinaliza a importância que a infraestrutura tecnológica tem para os planos do governo. “O setor de tecnologia é definitivamente estratégico para o desenvolvimento da economia do estado”, ressaltou o governador na ocasião, acrescentando que até 2026 todo estado estará coberto com 5G e o que fará do Ceará um “case nacional”.

Neste cenário, o secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Salmito Filho, informou que o governo está trabalhando num planejamento estratégico e que, no tocante ao setor de tecnologia, pretende aproveitar a infraestrutura tecnológica diferenciada para criar polos em diversas regiões contempladas por campi universitários e escolas profissionalizantes. “Desta forma, vamos estimular os ecossistemas de inovação para atender aos setores que abraçam as cadeias produtivas cearenses”, informou. O planejamento será apresentado no Plano Plurianual à Assembleia Legislativa do Ceará.

Há uma década, o Ceará criou um cinturão digital que abraça todo o estado e conferiu a todos os municípios alta conectividade. São 144 mil quilômetros de fibra óptica. “É um bom legado que a governança pública cearense construiu, que dá vantagem competitiva ao estado e que fez com que empresas cearenses provedoras de sinal de internet se tornassem gigantes, como a Brisanet. Agora vamos dar continuidade a isso organizando o polo e integrado os ecossistemas”, disse Salmito Filho.

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