Murilo Cavalcanti deixa PCR, 1 semana após polêmica com prefeito do Rio

Márcio Didier O ditado popular afirma que coincidências ocorrem, mas não na política. Uma semana após se envolver numa polêmica com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, o secretário de Segurança Cidadã do Recife, Murilo Cavalcanti deixou o cargo, que ocupava há quase 10 anos, quando foi convidado pelo então prefeito Geraldo Julio e implantou […]

Márcio Didier

O ditado popular afirma que coincidências ocorrem, mas não na política. Uma semana após se envolver numa polêmica com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, o secretário de Segurança Cidadã do Recife, Murilo Cavalcanti deixou o cargo, que ocupava há quase 10 anos, quando foi convidado pelo então prefeito Geraldo Julio e implantou os Centro Comunitários da Paz (Compaz), na capital pernambucana.

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A exoneração, a pedido do secretário, foi publicada na edição de sábado do Diário Oficial do Município. Murilo Cavalcanti afirma que decidiu deixar a pasta para estudar a possibilidade de disputar uma cadeira na Câmara de Vereadores pelo MDB, partido que é filiado há vários anos. O prazo legal para desincompatibilização do cargo acabou neste sábado (6).

Polêmica com Eduardo Paes

Ele garante que a saída não tem “absolutamente nada” relacionado ao artigo que escreveu no jornal O Globo no último dia 29 de março, em que, logo no início do texto, afirma que a saída para a violência no Rio de Janeiro é o aeroporto do Galeão. Em seguida, aponta caminhos para resolver a questão da segurança utilizando as medidas adotadas pela cidade colombiana de Medellin.

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Arte: Foto PCR/Reprodução X

O prefeito Eduardo Paes não gostou da pimenta colocada no texto pelo secretário Pernambuco. Eles já haviam se estranhando e uma outra conferência. E a publicação de um texto num jornal do Rio criticando a cidade foi o que faltava para o gestor fluminense usar as redes sociais para atacar Murilo e, por tabela, o Recife.

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“É muita cara de pau. Não vem de gracinha com o Rio não que a coisa fica ruim!”, disparou o prefeito Eduardo Paes, na ocasião.

Após a declaração do gestor fluminense, o secretário disse que faz a brincadeira no início do texto como uma forma de fazer um início mais atrativo. Ele aproveitou para fazer dois desafios para o prefeito,

“Eu quero que o prefeito do Rio liste 10 indicadores como transporte, primeira infância, saneamento para que possa comparar Rio e Medellín, na Colômbia. E peço, também, que o prefeito escolha 10 bairros de Medellín e eu escolho 10 do Rio para que possamos entrar sem o aparato de segurança”, devolveu Murilo Cavalcanti, acrescentando que não teria nenhum problema de ingressas nos bairros de Medellin.

Admirador da experiência colombiana, ele argumenta que na década de 1980, o cenário em Medellín era muito parecido com o do Rio de Janeiro de hoje, com o tráfico de drogas dominando várias áreas. Por isso, ele fez as considerações sobre o Rio.

Murilo de olho na Câmara

O secretário afirma que o motivo da sua saída foi a pretensão que tem de disputar uma vaga na Câmara do Recife. Diz que tudo foi acertado com o prefeito e candidato à reeleição, João Campos.

Há 10 dias, o MDB, partido de Murilo, anunciou apoio à pré-candidatura de João Campos. Nos bastidores da política, era dado como certo o ingresso do MDB no Governo de Raquel Lyra.

No entanto, alas insatisfeitas com essa parceria com o Governo do Estado aturam para a mudança de rota do MDB na eleição da capital pernambucana.

No ato, ainda foram confirmadas as filiações de 25 nomes pré-candidatos a vereadores do Recife, como o vice-líder da oposição, Tadeu Calheiros, que deixou o Podemos, e de Mirinho, ex-Solidariedade. O MDB já possuía outro vereador, Samuel Salazar, líder do Governo na Câmara Municipal.

Uma chapa difícil para a disputa por uma das cadeiras da Câmara do Recife. Principalmente com o fato de que o número de vagas deverá cair de 39 para 37 vereadores. E esse será um dos pontos analisados por Murilo Cavalcanti. No entanto, acrescenta que independente se será ou não candidato, teve que deixar o cargo por causa da legislação eleitoral.

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