O ESG não pode ser incoerente, por Ton Holanda

A aplicação dos três pilares do conceito é inegociável para as organizações.
Ton Holanda
Ton Holanda


Por Ton Holand*

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Pacto Global da Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), 78,4% das empresas brasileiras já adotam a agenda ESG em suas operações. Os consumidores exigem cada vez mais produtos e serviços que tenham uma preocupação com impactos ambientais e socioeconômicos, e a adoção de práticas sustentáveis colabora com a melhora da imagem e reputação das organizações.

Mas a aplicação desse conceito na rotina de uma empresa não é tarefa simples. Ela pode significar custos altos, que incluem investimentos em tecnologia, qualificação dos colaboradores, adequação de processos e até mesmo a contratação de novos profissionais.

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A agenda ESG não é algo construído da noite para o dia, e observo que parte das organizações não conseguem entender isso. Contudo e felizmente falando, a BCP Engenharia não só entende a importância de se trabalhar as três letras do acrônimo, como também preocupa-se diariamente em trabalhar com processos que fazem parte de uma cultura ESG.

Se levarmos em conta os três principais pilares do conceito (sustentabilidade ambiental, social e governança corporativa), nem sempre eles são levados à risca. É comum que organizações apliquem práticas que abrangem apenas um ou dois desses pilares para passarem a seus stakeholders a imagem de que suas atividades são sustentáveis.

Segundo a pesquisa da HRTech Mereo em parceria com a consultoria Global Kyvo, apenas 33% das empresas conseguem focar nos três pilares ao mesmo tempo. A maioria delas tem como principal aposta no pilar social, abordando questões de diversidade e bem-estar dos colaboradores. Ações que envolvem o “S” foram impulsionadas após a pandemia de Covid-19, que aumentou a preocupação em relação à gestão de pessoas.

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Entretanto, esse fenômeno descaracteriza o ESG. O conceito abrange diferentes áreas justamente porque elas são indissociáveis, e só a aplicação de práticas seguindo essa lógica é capaz de trazer os benefícios da agenda. Se uma empresa aplica apenas um pilar, ela pode desproteger os outros e parecer incoerente.

Como as pessoas vão enxergar uma empresa com boas práticas de sustentabilidade ambiental, mas que coleciona processos trabalhistas por irresponsabilidades no pilar social? Isso não é ESG. A sociedade e os investidores estão atentos a cada passo das organizações, e um mínimo deslize pode ter efeitos devastadores.

*Ton Holanda é CEO da BCP Engenharia

**Os artigos não expressam necessariamente a opinião do Movimento Econômico.

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