Lula sanciona Lei que compensa em R$ 27 bi as perdas de estados e municípios referentes ao ICMS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, nesta terça-feira (24/10), o Projeto de Lei Complementar nº 136, que autoriza a compensação de R$ 27 bilhões da União aos estados e ao Distrito Federal pela perda de receita que os entes federativos tiveram com a redução do ICMS sobre combustíveis. A medida foi aplicada […]
Com a sanção, fica assegurado que todos os municípios terão em 2023 pelo menos a mesma arrecadação que tiveram em 2022
Ao centro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acompanhado pelos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil). Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, nesta terça-feira (24/10), o Projeto de Lei Complementar nº 136, que autoriza a compensação de R$ 27 bilhões da União aos estados e ao Distrito Federal pela perda de receita que os entes federativos tiveram com a redução do ICMS sobre combustíveis. A medida foi aplicada entre junho e dezembro de 2022 durante o Governo Bolsonaro e foi apontada como eleitoreira, já que atravessou todo pré-eleitoral e de campanha eleitoral.

Prefeitos de todo Brasil se movimentaram e foram à Brasília cobrar do Congresso e Governo Federal a recomposição das perdas na arrecadação do ICMS. Foto: CNM

O texto sancionado é resultado de um acordo entre Governo Federal, Congresso Nacional, estados e municípios. Até chegar a um consenso, entidades como a Confederação Nacional dos Municípios, da qual a Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) faz parte, fizeram mobilizações em seus estados, assim como em Brasília. Foram rodadas de conversas entre os municípios Senado, Câmara Federal, Ministérios e até mesmo o Tribunal de Contas da União. Houve até um movimento de paralisação de serviços não essenciais das prefeituras, que ficou conhecimento popularmente como “Greve dos Prefeitos”.

Prefeitura de Glória do Goitá, interior de Pernambuco, se movimentou colocando faixas na sede da administração municipal. Foto: Divulgação/Arquivo


“Faremos também a antecipação da parcela da compensação que somente ocorreria em 2024. E vamos aumentar as transferências do Fundo de Participação dos Estados e dos Municípios para recuperar as perdas de arrecadação em 2023”, afirmou o Lula, ao assinar a sanção ao lado dos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais).

Segundo avaliação do presidente, a medida assegura que nenhum município perderá nada de arrecadação em relação ao ano de 2022. “Isso significa que vamos garantir aos municípios a mesma quantidade de dinheiro. Aos estados, vamos garantir a recomposição das perdas de arrecadação dos meses de julho e agosto de 2023”, detalhou Lula.

Para o presidente, o esforço de articulação realizado demonstra o compromisso do Governo Federal em promover o crescimento da economia, em equilibrar a distribuição de recursos e aliviar as dificuldades fiscais dos municípios e estados.

“E o principal: mais recursos para a continuidade da prestação de serviços públicos essenciais à população brasileira. Isso significa democracia. Municípios, estados e União trabalhando junto para melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro”, resumiu o presidente.

AMUPE

A presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) e prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado, teve papel fundamental na articulação entre os prefeitos da Região Nordeste e nas mobilizações em Brasília. Foto: CNM

A presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) e prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado afirmou que “esta é uma conquista significativa para os Municípios brasileiros. A compensação do FPM representam um alívio financeiro crucial para nossas cidades, que enfrentam desafios constantes na prestação de serviços essenciais à população. A atuação conjunta da Amupe com a CNM, e dos gestores e gestoras municipais foi essencial para garantir que nossos Municípios recebessem o apoio necessário no momento.”

CNM

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, requisitou a atenção dos prefeitos para que os problemas estruturais sejam, de fato, resolvidos. Foto: CNM

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, destacou a mobilização dos prefeitos que integraram a frente que pressionou pela recomposição da arrecadação do imposto. “A medida era urgente e necessária e conseguimos, com a força do movimento e a união dos gestores municipais, apresentar os dados e aprovar a medida no Congresso Nacional”, destaca o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. “No entanto, é preciso que todos estejam, de fato, atentos à real situação do país. Essa crise não é pontual, não vai passar se não forem, realmente, solucionados os problemas estruturais, como má repartição do bolo tributário e subfinanciamento de programas federais.”

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A CNM já divulgou – por mensagem de texto enviado para os Municípios filiados – os valores que serão repassados ao FPM e, em breve, fornecerá mais informações. Quanto à antecipação do ICMS, a estimativa da entidade é que o pagamento previsto para 2024 – e que agora será pago em 2023 – some R$ 2,73 bilhões. A CNM ressalta ainda que atuou para garantir, no texto sancionado, o repasse dos Estados aos Municípios e, por isso, o texto estabelece que os governos estaduais comprovem mensalmente ao Tesouro Nacional, por meio de declaração, o repasse da parcela devida aos governos municipais.

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