Mercado imobiliário: Recife reduz estoque, mas segue em retração até início de 2024

Mercado imobiliário: Estudo mostra que não há perspectiva de recuperação do setor no curto prazo, no Recife, que sete dos 10 bairros mais caros para se morar do NE.
Mercado imobiliário do Recife apresenta retração na oferta de unidades novas há cinco anos
Mercado imobiliário do Recife não apresenta sinais de recuperação no curto e médio prazos/Foto: Moura Dubeux (Divulgação)

O mercado imobiliário do Recife segue em retração, com queda de 39% no acumulado de 12 meses até julho deste ano. De acordo com pesquisa da Ademi-PE, realizada pela Brain Inteligência Estratégica, o setor vem conseguindo equiparar o ritmo de lançamentos com o de vendas, reduzindo o estoque, mas ainda assim não há expectativa de melhoria do panorama geral em 2023 e início de 2024.

O presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco, Rafael Simões, destaca a queda nas vendas no comparativo agosto de 2022/julho de 2023 em relação aos 12 meses anteriores como evidência de que a esperada recuperação não vai acontecer este ano nem no começo de 2024, apesar do início da trajetória de corte da Taxa Selic, pelo Banco Central, e sinais de controle da inflação.

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Segundo ele, a baixa no estoque só vem sendo possível devido à desaceleração dos lançamentos, em 41%, no período em análise. Nos 12 meses, foram apresentadas ao mercado 3.550 novas unidades, 1.825 a menos que as 5.375 do período anterior. Em meia década, a oferta de imóveis novos registra redução ainda mais drástica.

Mercado imobiliário com menos estoque

Os estudos da Ademi-PE apontam que, desde 2017, o setor lança menos do que vende. O reflexo é uma diminuição no estoque de 60% em cinco anos. Com isso, o número foi reduzido de 10.858 unidades paradas em junho de 2017 para 4.159 unidades em julho de 2023.

“Se consideramos que a demanda é constante, o que vemos é uma natural escassez de produtos. Sem dúvida, há reflexos no preço da moradia, onde Recife figura na pesquisa Fipe Zap de aluguéis como a cidade que tem sete dos dez bairros mais caros para se morar em todo o Nordeste”, analisa.

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Para o executivo, “não existe perspectiva de zerar o estoque tendo em vista que ainda existem grandes lançamentos previstos pelas empresas em 2023 e no início de 2024”. Outro fator que contribui para essa percepção é a instabilidade na economia global, com reflexos no Brasil, gerada pela continuidade da Guerra na Ucrânia e a eclosão recente de uma nova guerra em Israel.

Estúdios na liderança

No recorte sobre tipos de imóveis, a pesquisa da Brain apontou unidades especiais, como os estúdios, entre os mais lançados e também mais comercializados no mercado residencial. 

As unidades de dois dormitórios predominam em termos de vendas e lançamentos, mas também há um espaço crescente para unidades de alto padrão com ticket médio de R$1 milhão a R$1,5 milhão”, observa Rafael Simões.

Na visão do economista e pesquisador titular do Núcleo de Estudos Regionais e Urbanos (NERU), Raul da Mota Silveira, os sinais de ajuste no mercado imobiliário de Recife, com uma redução no estoque e queda nos lançamentos e vendas, vem se mostrando persistentes.

“Há 5 anos atrás, estávamos ainda em recuperação da crise de 2015-2016, com baixo crescimento do Produto Interno Bruto, o PIB. Além disto, a taxa de juros estava ainda elevada, próxima à atual, aliás, e o baixo crescimento da economia não teve melhora sustentada nos últimos anos. Faz muito sentido, nesse contexto, que os estoques tenham chegado a níveis tão elevados, forçando uma redução do número de lançamentos”, explica o economista.

De acordo com ele, o predomínio de apartamentos de dois quartos no topo dos mais vendidos segue o padrão de demanda associado à redução do tamanho da família e a queda de renda dos brasileiros, nos últimos anos, agravada pela pandemia da Covid-19.

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