Os desafios do setor de saúde serão discutidos no X Congresso Fenaess no Recife

A sustentabilidade dos hospitais estarão nos temas centrais a serem debatidos no X Congresso Fenaess
George Trigueiro Sindhospe
O presidente do Sindhospe, George Trigueiro, diz que o evento é o primeiro depois da pandemia. Foto: cortesia

Os desafios do setor de saúde como a Lei do Piso de Enfermagem, a reforma tributária, a situação financeira dos hospitais e até como o setor se preparar diante da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) vão alimentar os debates da X Edição do Congresso Fenaess que começa nesta quinta-feira (24) no Hotel Marante, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. O evento é promovido pela Federação Nacional dos Estabelecimentos e Serviços de Saúde (Fenaess) em conjunto com Sindicato dos Hospitais Particulares de Pernambuco (Sindhospe).

Conhecido como um dos eventos mais importantes do ramo médico-hospitalar do País, o tema da atual edição é “Saúde brasileira: entre a realidade e a sobrevivência”. Um desses desafios é o pagamento do piso de enfermagem que pode levar os hospitais particulares a gastarem mais R$ 5,3 bilhões por ano, segundo um estudo citado pelo presidente da Fenaess, Breno Monteiro, que não vê condições dos hospitais particulares terem este acréscimo nas suas despesas. Ele também é presidente da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde).

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De acordo com Breno, a situação é difícil no setor e as operadoras de saúde suplementar estão operando com prejuízos há quaro trimestres. Os valores dos planos de saúde para o consumidor só faz aumentar no Brasil, principalmente para as pessoas com mais idade. Ao ser questionado sobre isso, Breno respondeu “as operadoras não repassam os reajustes para os hospitais”. Os hospitais prestam serviço às operadoras de plano de saúde.

Segundo Breno Monteiro e George Trigueiro, o reajuste alto que o plano de saúde cobra do consumidor está indo para a indústria de medicamentos. Existem alguns medicamentos de alto custo para doenças específicas que os planos de saúde têm que bancar, quando é concedida uma decisão judicial. E isso também ocorre para alguns procedimentos que não são incluídos na cobertura dos planos de saúde. “O impacto da judicialização no setor é enorme. Não vou culpar o judiciário. Qualquer ser humano, liberaria uma medicação, quando o paciente corre o risco de morrer. É lógico que o juiz vai conceder uma liminar para o paciente receber o medicamento”, resume Breno. Ele argumenta que o setor criou comitês de assessoria técnica para auxiliar o Judiciário nestes casos.

Também durante a coletiva Breno citou o custo alto de alguns medicamentos, como por exemplo, o Zolgensma que custa cerca de R$ 7 milhões no Brasil, sendo usado no tratamento da Atrofia Medular Espinhal (AME). “O mesmo medicamento é vendido quatro vezes mais barato na Inglaterra”, afirma o presidente da Fenaess.

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Programação do congresso

As inscrições para o evento estão abertas com vagas limitadas e devem ser feitas no site da Fenaess ou do Sindhospe. Também serão debatidos temas como as consequências que a Reforma Tributária e a Reforma Trabalhista vão trazer ao setor. Esta última traz perspectivas de mudança nas relações de trabalho.

Entre os palestrantes convidados, estão o presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Paulo Rebello, e o superintendente executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Marcos Paulo Novais. A relação entre prestadores de serviços, como hospitais, e as operadoras de planos de saúde será um dos temas centrais do evento.

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) terá um painel que vai contar com a participação da conselheira diretora da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), Nairane Rabelo. Também vai participar do encontro o médico e deputado federal Pedro Westphalen (PP/RS), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Serviços de Saúde. “É um congresso da retomada, o primeiro 100% presencial depois da pandemia”, afirma Breno. O Brasil tem 4.600 hospitais particulares

O presidente do Sindhospe, George Trigueiro, argumenta que a 10ª edição é simbólica também por celebrar os 40 anos de fundação da Fenaess e os 35 anos do Sindhospe. “Pernambuco tem um forte histórico quando o assunto é o setor médico-hospitalar. Somos pioneiros na área e o segundo maior polo médico do Brasil”, conta. “Também será uma grande oportunidade para falarmos da crise da sustentabilidade do setor saúde, com a falta de financiamento da rede particular conveniada ao SUS”, completa.

O evento será no Hotel Marante Executive, localizado na Avenida Domingos Ferreira, 668, em Boa Viagem, Recife. E vai acontecer durante a quinta-feira (24) e sexta-feira (25), começando às 9h30 e com a previsão de encerramento por volta das 18h. A programação completa está disponível no site do Sindhospe.

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