Os bares e restaurantes de Pernambuco estão cada vez mais endividados, diante da alta na inflação. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Pernambuco (Abrasel-PE) mapeou a situação econômica do setor de alimentação fora do lar durante o mês de maio de 2022. O levantamento, que ouviu empresários do segmento, ocorreu entre os dias 21 e 28 de junho, em Pernambuco. No quesito faturamento, apenas 31% dos bares e restaurantes tiveram lucro durante o mês de maio. 35% trabalharam com prejuízo. Os outros 33% ficaram em equilíbrio.
Dos estabelecimentos ouvidos, 75% ainda não conseguiram repassar o aumento dos custos. Desse número, 40% responderam que fizeram reajustes, porém abaixo da inflação oficial e os outros 35% não conseguiram reajustar o cardápio. Somente 21% dos bares e restaurantes reajustaram o necessário para acompanhar a inflação e apenas 4% dizem ter feito reajuste acima da inflação.
Dos estabelecimentos que tiveram prejuízos, 79% citaram o aumento dos principais insumos (alimentos e bebidas) como um fator que contribuiu para o resultado negativo. Entre os outros principais fatores citados, estão as dívidas com empréstimos bancários (55%), redução no número de clientes (58%), queda nas vendas no mês (71%) e dívidas com impostos (53%).
“Vivemos um momento bem delicado. Temos uma demanda que está em baixa e os preços que permanecem subindo. A população perdeu poder de compra e os estabelecimentos não conseguem repassar os custos, o que acarreta operar apenas para pagar as contas, implicando, muitas vezes, em prejuízo nas operações. Precisamos de um apoio das autoridades das esferas municipais, estadual e federal para que o nosso setor possa enfrentar este momento de tantas dificuldades”, afirma Tony Sousa, presidente da Abrasel em Pernambuco.
Sobre impostos, 53%, ou seja, pouco mais da metade dos bares e restaurantes participantes da pesquisa estão com o imposto do Simples Nacional atrasado (eles representam 83% dos respondentes). Destes que estão em atraso, 35% já aderiram ao Relp (Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos). 25% das empresas estão inscritas no Cadastur. Entre as que estão inscritas e têm débitos na dívida ativa, somente 15% aderiram ao Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos). 33% disseram desconhecer o programa.
E 72% dos estabelecimentos ouvidos têm empréstimos contratados. Destes, 72,2% tomaram dinheiro de linhas regulares dos bancos e 53,2% fizeram empréstimo via Pronampe (muitos estabelecimentos tomaram os dois tipos de empréstimo). Dos que pegaram empréstimos de linhas regulares, 28% têm parcelas em atraso, contra 12% que estão em atraso com parcelas do Pronampe. 13,32% do custo mensal, em média, estão comprometidos com o pagamento de dívidas bancárias.