A troca de botijões de gás é uma operação lenta, confusa e que demanda tempo e dinheiro. Essas trocas acontecem todos os dias, com milhões de botijões, em pátios diversos no Brasil, porque não existe uma fidelização da companhia de gás. O cliente pode comprar hoje um botijão da Nacional Gás, por exemplo, e amanhã outro da Copa Energia. Os entregadores recolhem os depósitos vazios sem questionar a marca. Mas depois, vão perder tempo envolvidos na destroca dos vasilhames.
Para colocar ordem nesse processo, reduzir custos e otimizar as operações, duas empresas se uniram em torno de uma solução: a pernambucana Suape Logística (Sulog) e o Grupo Nova Fase, do Paraná. Com investimentos de R$ 6 milhões, elas inauguraram no pátio de triagem de caminhões da Sulog, localizado no Complexo Industrial e Portuário de Suape, um exclusivo e inovador Centro de Destroca (CD) de botijões de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), o popular gás de cozinha.
A Sulog aportou R$ 5 milhões nas instalações físicas, numa área de 4 mil m², e a Nova Fase outros R$ 1 milhão na automação, sistema de esteiras, câmeras de monitoramento e estrutura operacional. A estimativa é de que sejam separados de 40 mil a 50 mil vasilhames por dia.
Impacto no mercado de gás
Esse projeto, que gerou 70 empregos diretos, vai permitir que as empresas Nacional Gás, Copa Energia, Super Gás e Liquigás possam levar adiante os planos de centralizar em Suape o envase dos botijões, encerrando essas operações em Alagoas e Paraíba. “Isso trará grande redução de custos, porque toda estrutura destinada ao envase nesses estados será desmobilizada e os botijões serão enviados pelo ramal rodoviário para posterior distribuição pelas empresas locais”, explica Bruno César, diretor executivo da Sulog.
Dinâmica da destroca
Com tecnologia, a dinâmica de destroca de botijões fica simplificada e ágil. Os caminhões chegam ao pátio de triagem agendados e, no horário acertado, as esteiras de separação são conectadas a eles. Noventa e seis câmeras e sensores fazem a leitura dos vasilhames e os separam com base em suas cores. Em seguida, eles são levados para envasamento nas companhias de gás que ficam instaladas na área primária do Porto de Suape
“As trocas eram muito desorganizadas. Ao voltar com os botijões vazios, os funcionários de cada empresa separavam manualmente os vasilhames da concorrente, para que fossem recolhidos posteriormente. Isso gerava descontrole no estoque, perdia-se muito tempo com essa operação de idas e vindas de uma empresa a outra”, recorda o diretor.
Inovação
A unidade instalada em Pernambuco não apenas é o primeiro Centro de Destroca do Norte Nordeste, mas também o primeiro do Brasil com automação. “A integração do sistema de 96 câmeras, plataforma tecnológica de reconhecimento de padrões e as linhas transportadoras de movimentação de vasilhames com separadores automáticos é, de fato, um projeto pioneiro e sem nada parecido até onde conhecemos no país”, explica Rodrigo Lengler, diretor de Tecnologia e Inovação da Nova Fase.
“Além dos benefícios indiretos de mobilidade urbana e racionalização de tráfego na região, traremos benefícios diretos junto aos terminais de distribuição de gás, conferindo agilidade, produtividade, foco e redução de custo em toda cadeia logística”, afirma Bruno César.
O diretor da Sulog destaca os ganhos sociais e de bem-estar para os transportadores, que deixam de fazer as destrocas embaixo de sol e chuva, realizadas manualmente em pátios descobertos no interior da área portuária e de forma precária, sem nenhum sistema ou processo visando garantir cumprimento de metas de saúde, segurança ocupacional e produtividade.
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