
Impulsionado pela nova rota marítima com a Ásia, o Porto do Pecém alcançou, entre janeiro e abril de 2025, o melhor desempenho de sua história, com a movimentação de 220.376 TEUs, unidade padrão que equivale a contêineres de aproximadamente seis metros de comprimento. O volume representa um crescimento de 37% em relação ao mesmo período do ano anterior e consolida o terminal cearense como um eixo logístico estratégico no comércio exterior brasileiro.
O desempenho positivo também se refletiu na movimentação total de cargas. Foram 6,67 milhões de toneladas movimentadas, o que representa uma alta de 12,4% em relação ao primeiro quadrimestre do ano anterior. A evolução é atribuída à combinação de infraestrutura eficiente, novas rotas internacionais e investimentos estratégicos.
Nova rota asiática e exportações impulsionam resultados
Para o diretor comercial do Complexo do Pecém, André Magalhães, o bom momento decorre da resposta estratégica à dinâmica do comércio exterior. “A nova rota da Ásia, em parceria com o serviço Santana da MSC, junto com a movimentação de materiais siderúrgicos e a exportação de minério de ferro, foi essencial para este desempenho. O Porto do Pecém está em franca ascensão como um ponto logístico crucial entre continentes”, afirmou.
Magalhães também revelou que novas operações minerais estão em fase de negociação, com foco na criação de uma rota regular para exportação de novos materiais. “Essas iniciativas fortalecem nosso papel como centro logístico global e ampliam as perspectivas econômicas para o Ceará”, completou.
Segundo o presidente do Complexo do Pecém, Max Quintino, os resultados reforçam a posição do terminal como hub logístico internacional. “Esse avanço comprova a competitividade da nossa operação. Projetos estruturantes como o Terminal de Tancagem e a integração com a Transnordestina ampliarão ainda mais nossa capacidade de movimentação nos próximos anos”, declarou.
Cabotagem e longo curso em alta
A navegação por cabotagem — transporte entre portos nacionais — somou 4,19 milhões de toneladas, com alta de 12%. Os principais produtos desembarcados foram minérios, cereais, combustíveis minerais e ferro fundido. Já nos embarques, destacaram-se sal, plásticos, ferro fundido e combustíveis minerais.
Na navegação de longo curso, o crescimento foi de 14%. No desembarque internacional, os volumes foram puxados por combustíveis minerais, ferro fundido, máquinas e plásticos. As exportações tiveram como destaque ferro fundido, minérios, sal e frutas.
Nova conexão com a Ásia amplia competitividade do Pecém
A nova rota com a Ásia, responsável por impulsionar os recordes operacionais do Pecém, é operada pela MSC por meio do serviço Santana. A linha liga o terminal cearense a portos estratégicos como Yantian, Ningbo, Shanghai e Qingdao (China), Busan (Coreia do Sul), Cingapura e Mundra (Índia), além de escalas em Cristóbal (Panamá) e Caucedo (República Dominicana), antes de seguir para outros portos brasileiros.
Com essa operação, o tempo de transporte entre o Ceará e a Ásia caiu pela metade, passando de 60 para cerca de 30 dias, o que fortalece a logística de exportação de cargas sensíveis, como frutas e carnes. De acordo com o Complexo do Pecém, a nova linha deve gerar um aumento de até 1.200 contêineres por semana no volume operacional, com expectativa de crescimento adicional de 10% na movimentação anual.
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