
A Fortescue, em parceria com o Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC), está conduzindo um amplo monitoramento ambiental marinho na região do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), em São Gonçalo do Amarante (CE). A iniciativa faz parte de um Acordo de Pesquisa e Inovação firmado em 2024 e visa mapear as condições ambientais da área onde será instalada a futura planta de hidrogênio verde (H2V) da companhia.
Os estudos, batizados de Marine Environmental Baseline Studies (MEBS), contam com a participação de mais de 30 pesquisadores da UFC e envolvem campanhas em mar, análises da biodiversidade marinha, geologia submarina e da faixa costeira. O trabalho cobre todas as fases do empreendimento — antes, durante e após a construção — e utiliza tecnologias como drones subaquáticos e câmeras de alta precisão. A previsão é de que os resultados desta etapa estejam concluídos no primeiro semestre de 2025.

Segundo Gianpaola Ciniglio, responsável pela área de Meio Ambiente da Fortescue no Brasil, os dados serão determinantes para definir a configuração técnica da planta, além de estabelecer padrões de gestão ambiental com foco em mitigação de impactos e operação sustentável.
Como parte do compromisso com a transparência e a inclusão social, a Fortescue e o Labomar promoveram uma devolutiva dos estudos para cerca de 70 pescadores e marisqueiras da Praia do Pecém, em evento realizado no Isla Beach Hotel. A atividade integra a agenda de performance social da companhia e tem o objetivo de ampliar o diálogo com comunidades diretamente envolvidas no território.
Escuta ativa no Pecém
Durante a programação, a exposição Universidade Azul, organizada pela UFC com apoio do CNPq, proporcionou uma experiência imersiva sobre os ecossistemas marinhos. A comunidade também participou de uma escuta ativa, voltada a discutir os impactos e as expectativas da transição energética para os próximos 15 anos.

Para Cinthya Oliveira, coordenadora de performance social da Fortescue, a escuta ativa é essencial: “Nosso compromisso é com uma transição energética que respeite as raízes e os saberes locais. Aprendemos ouvindo quem vive e conhece esse território.”
Lucineide Mendes Gomes, presidente da Colônia de Pescadores Z6 de São Gonçalo do Amarante, ressaltou a importância da iniciativa: “Foi uma oportunidade para sermos ouvidos e valorizados. Nossa esperança é que a pesca artesanal continue viva e reconhecida.”
A devolutiva faz parte do projeto Cenários Futuros para uma Transição Energética Justa no Território do Pecém, que teve início com workshops comunitários realizados entre fevereiro e março deste ano.
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