Prorrogação de desconto para carros é incerta. Fiat e Jeep contam com 40% dos incentivos

Até agora, a Fiat e a Jeep requisitaram juntas R$ 130 milhões em incentivos.
Jeep
Jeep, uma das marcas que mais requisitou incentivos/Foto: divulgação Stellantis

O presidente em exercício Geraldo Alckmin disse, nesta terça-feira (20), que não há uma decisão definitiva do governo sobre a prorrogação do programa de compra de veículos com desconto. Para ele, a medida foi um sucesso.

O programa para a renovação da frota será custeado por meio de créditos tributários, descontos concedidos pelo governo às montadoras no pagamento de tributos futuros. De acordo com balanço divulgado ontem (19), 65% dos recursos destinados para descontos em carros já foram utilizados.

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Na última atualização dos números do programa que dá descontos na compra de carros, ônibus e caminhões, o governo informou que em 15 dias, 65% dos recursos pra descontos na venda de carros já foram consumidos pelas montadoras.

Isso corresponde a R$ 320 milhões dos R$ 500 milhões liberados pelo governo federal há 15 dias nessa modalidade do programa. O que representa um aumento de 88% em relação ao balanço divulgado na última sexta-feira. Até agora, a Fiat e a Jeep requisitaram juntas R$ 130 milhões em incentivos. 

Dar ou não dar

“[A extensão do programa] não é uma decisão definitiva. Provavelmente, acabou os R$ 500 milhões acabou o programa [para carros]”, disse. “O estímulo vai continuar no caso do caminhão e do ônibus porque esse é mais demorado [para utilização dos créditos], porque você tem que retirar da rua um caminhão antigo ou um ônibus antigo para renovar a frota. Mas essa é uma decisão um pouquinho mais à frente, agora o fato é que foi um sucesso”, disse.

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No total, o governo reservou R$ 1,5 bilhão para o programa: R$ 500 milhões para automóveis, R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para vans e ônibus. Ele tem prazo de quatro meses, mas deve se esgotar antes, assim que acabarem os créditos tributários.

Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, participou de um evento na Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre a regulação do mercado de carbono no Brasil e a competitividade industrial.

Geraldo Alckmin
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin/Foto: ABR

“Renovação da frota preserva emprego, substitui uma frota envelhecida por veículos novos que poluem muito menos e dá mais segurança no caso os veículos leves”, acrescentou o vice-presidente.

Os descontos no valor final dos carros incluídos no programa do governo federal vão de R$ 2 mil a R$ 8 mil, podendo aumentar a depender dos critérios usados pelas fábricas e concessionárias. O tamanho do desconto no preço dos carros vai depender de três critérios: menor preço, maior eficiência energética (menos poluente) e maior porcentagem de conteúdo nacional, que é o total de partes do carro fabricadas no território brasileiro.

No caso da renovação da frota de caminhões e ônibus com mais de 20 anos, é preciso comprovar que os veículos antigos foram retirados de circulação.

Juros básicos

Alckmin avaliou que a redução de carga tributária estimula as vendas e a atividade produtiva e que, por isso, há a necessidade de redução dos juros no país. “Hoje 70% da venda de carro é à vista. Quem não tem dinheiro para comprar à vista não compra. Então, o que nós fizemos: enquanto o juros não cai, e nós temos certeza de que ele vai cair, vamos ajudar para que o consumidor possa ter acesso [a bens novos]”, disse.

Nesta terça-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) iniciou a quarta reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. O órgão deve manter o aperto monetário com a Selic em 13,75% ao ano, mesmo com a queda recente da inflação.

Para o governo, o atual nível da taxa Selic atrapalha os investimentos. Embora a taxa básica tenha parado de subir em agosto do ano passado, está no nível mais alto desde o início de 2017 e os efeitos de um aperto monetário são sentidos na desaceleração da economia.

Balaço traz Fiat e Jeep na dianteira

Até agora, a montadora Stellantis foi a que mais consumiu os recursos do programa e as que menos solicitaram os recursos foram Honda, Nissan e Toyota com R$ 10 milhões cada. Sozinhas, as marcas Fiat e Jeep, da Stellantis, estão na dianteira das vendas, com 40% dos recursos. Quando se soma as outras duas marcas da montadora, Citroën e Peugeot, o total chega a R$ 170 milhões, valor que corresponde a 53% dos R$ 320 milhões em créditos liberados pelo governo.

São nove as montadoras de carros que aderiram ao programa já estão oferecendo mais de 250 versões e 32 modelos novos, com valores que vão até R$ 120 mil.

Os descontos para os consumidores vão de R$ 2 mil a  R$ 8 mil e consideram três fatores: menor preço, eficiência energética e conteúdo nacional. Quanto maior a pontuação nesses critérios, maior o desconto.

A relação completa dos carros pode ser consultada na página do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços: gov.br/mdic

No caso dos ônibus, os recursos solicitados por 13 montadoras chegam a 43% dos R$ 300 milhões; e pra caminhões, 14% dos R$ 700 milhões foram consumidos por 10 montadoras. Nessas modalidades, os descontos vão de  R$ 33 mil a R$ 100 mil e quanto maior o preço do veículo, maior o desconto.

O programa de redução de preço dos carros e de incentivo a renovação da frota de caminhões e ônibus vai até quando os recursos durarem.

O objetivo do programa é suavizar a crise no setor, que responde por 20% do PIB da indústria de transformação e está com 50% de sua capacidade instalada ociosa.

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