Primeiro navio do mundo movido a metanol já está navegando

Os investimentos em navios que emitem menos CO2 fizeram a Maersk perder posição para MSC.
navio a metanol da maersk
Navio movido a metanol da Maersk/Foto: divulgação

Já está navegando o primeiro navio porta-contêiner do mundo movido à metanol verde e ele pertence ao grupo dinamarquês A. P. Moller-Maersk. O metanol verde é o combustível que pode acelerar a transição energética no transporte marítimo.

Este composto químico pode ser usado como um combustível líquido de baixo carbono e é uma alternativa promissora aos combustíveis fósseis em áreas onde a descarbonização ainda é um grande desafio, como é o caso do setor de navegação. Ele pode ser gerado a partir do hidrogênio verde.

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O Maersk é líder global de logística integrada e sua subsidiária APM Terminals instalará um novo terminal de contêiner no Porto de Suape. A companhia pretende atingir zero emissões líquidas de gases de efeito estufa em 2040 em todos os seus negócios. A empresa pretende transportar um mínimo de 25% da carga marítima utilizando combustíveis verdes até 2030, em comparação com uma base de referência de 2020.

O navio com motor biocombustível foi construído pelo estaleiro Hyundai Mipo, em Ulsan, na Coreia do Sul. A companhia informou que suas embarcações da próxima geração serão compostas por motor duplo, que pode navegar com metanol verde, bem como com combustível convencional com baixo teor de enxofre.

Freio e perda de posição

Os investimentos nessas embarcações que emitem menos CO2 fizeram a companhia dar um freio na aquisições de navios tradicionais. Esse movimento levou a Maersk a perder, em 2022, o posto de maior empresa de navios no mundo para o armador Miditerranean Shipping Company (MSC), que tem sede na Suíça. Mas os executivos do armador dinamarquês ouvidos pelo Movimento Econômico asseguraram que foi um recuo necessário para que a Maersk pudesse dar esse passo em direção à sustentabilidade.

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O navio movido a metanol saiu da Coreia do Sul e segue até o porto de Copenhagen, na Dinamarca, onde chegará em 14 de setembro, para realização oficial da cerimônia de nomeação. Quem dará o nome à embarcação é que Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, que foi nomeada madrinha do porta-contêiner.

Para a Maersk, o navio que levou dois anos para ser entregue, “representa um impulso importante para o uso de combustível verde em larga escala no transporte marítimo”. O navio será destinado ao serviço de transporte de carga no Mar Báltico e tem capacidade para 2,100 TEUs – contêineres de 20 pés. Segundo a companhia, vai demorar um pouco para o Brasil ver esse tipo de embarcação por aqui.

Frota da navios

Este navio é o primeiro de um total de 25 embarcações encomendadas pela empresa com configuração de motor bicombustível. A frota, que marca a nova geração de embarcações da Maersk, estará em operação a partir de 2027.

A companhia informou que a operação dos primeiros navios porta-contêineres com motor duplo é um passo importante em direção ao objetivo de longo prazo de renovar gradualmente toda a frota da AP Moller – Maersk para operar exclusivamente com combustíveis verdes e “causar um impacto tangível nos esforços da indústria para reduzir as emissões de gases de efeito estufa”.

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