APM Terminals oficializa investimentos em Suape “para acabar com problema histórico”

O presidente do Porto de Suape, Roberto Gusmão, disse que o novo terminal de contêineres é o empreendimento mais importante que conseguiu captar nestes 20 anos.

A direção do APM Terminals oficializou, nesta quinta-feira (1), a instalação de um segundo terminal de contêineres no Porto de Suape, apostando em melhorar a eficiência na operação e atrair novas linhas de navegação que podem encurtar o tempo de distância das viagens a destinos localizados na Ásia e Europa. “Queremos resolver um problema que existe aqui há muito tempo, que é a ineficiência e o alto preço de Suape. Sabemos como isso é doloroso para os importadores e exportadores”, disse Martijn van Dongen, Head of Growth da APM Terminals, em seu discurso num evento realizado na sede administrativa do Porto.

A solenidade contou com cerca de 60 convidados e a presença do governador Paulo Câmara, do presidente de Suape, Roberto Gusmão, e demais autoridades de estado. Várias lideranças empresariais estiveram presentes. Na ocasião, Leonardo Levy, Diretor de Expansão da APM Terminals para as América, reafirmou o investimento de R$ 2,6 bilhões, o maior em curso feito pela empresa no Brasil, e o comunicou que o início das obras deve ocorrer até o final do próximo ano. A operação está prevista para começar até 2026.

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Será o segundo maior terminal de contêineres do Brasil, segundo informações do governo de Pernambuco. O empreendimento vai gerar 350 postos de trabalho e contribuir para tornar as operações portuárias mais competitivas em Pernambuco. “A nossa expectativa é de que multiplique por três a movimentação de contêineres em Suape nos próximos 10 anos”, afirmou o governador Paulo Câmara (PSB), logo depois do anúncio.

Será um Terminal de Uso Privativo (TUP) e vai se instalar numa área comprada ao Estaleiro Atlântico Sul (EAS) que está em recuperação judicial. A capacidade inicial de movimentação será de 400 mil TEUS, unidade equivalente a um contêiner de 20 pés. Em 2021, foram movimentados 518 mil TEUS no Complexo Portuário pernambucano.

O TUP terá condições diferenciadas de operação comparando com o atual Terminal de Cotêineres do Porto de Suape (Tecon-Suape) por ser um terminal privativo que vai ficar fora da área do porto organizado, que segue regras próprias. “São condições diferenciadas, mas a ideia é dos dois terminais conviverem competitivamete e empresarialmente e serem, ao mesmo tempo, opções para quem vai utilizar a movimentação de contêineres em Suape”, comentou Paulo Câmara.

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O presidente do Porto de Suape, Roberto Gusmão, disse que o novo terminal de contêineres é o empreendimento mais importante que conseguiu captar nestes 20 anos. Ele estava se referindo ao impacto que uma movimentação de contêineres mais eficiente pode trazer à economia do Estado.

O Head of Growth da APM Terminals, Martijn van Dongen espera que, ao diminuir os altos custos da movimentação de contêineres do Porto de Suape, a empresa contribua para tornar o porto pernambucano mais próximo do mercado global.

Subsidiária do grupo de origem dinamarquesa A. P. Moller-Maersk, a APM Terminals decidiu fazer em Suape o maior investimento no Brasil. A empresa também está investindo R$ 150 milhões no Porto de Pecém, no Ceará, e R$ 350 milhões no de Itapoá, em Santa Catarina. “Suape é um dos 10 maiores portos do Brasil, o oitavo em movimentação de contêiner e o terceiro em cabotagem”, justificou o diretor de Expansão da APM Terminals para as América, Leonardo Levy.

Ele disse que o TUP da APM Terminals vai ocupar uma área de 49,2 hectares. A empresa venceu o leilão para adquirir a área que pertenceu ao EAS o novo terminal é resultado do revocacionamento dos estaleiros do cluster naval de Suape, após a venda de parte da área pertencente ao Estaleiro Atlântico Sul (EAS). O processo teve desfecho com a realização de um leilão, quando a Maersk cobriu a maior oferta com um valor de R$ 455 milhões. Esse resultado já foi homologado pela Justiça Federal para o pagamento de parte do passivo aos credores do EAS.

A iniciativa possibilitará mais conexões com os principais portos do mundo, além de incrementar a movimentação de cargas de cabotagem (entre portos nacionais). O Complexo Portuário concentrará volumes ainda maiores de cargas conteinerizadas a serem distribuídas no Nordeste e no restante do País, com uma redução de custos que tornará Suape mais competitivo tanto em preço quanto em localização. “Essa novidade, juntamente com diversos projetos realizados ao longo destes anos, buscam tornar o porto mais competitivo e atraente para novos negócios nacionais e internacionais”, declarou o diretor-presidente do Porto de Suape, Roberto Gusmão.

Maior investimento da APM Terminals na América Latina, o terminal está projetado para ter infraestrutura de primeira linha. Tem como carros-chefes dois conceitos alinhados com o modelo de gestão praticado em Suape: a sustentabilidade e a eficiência pela inovação tecnológica. Como em todas as suas operações no mundo, o grupo europeu conta com um Programa de Descarbonização, que busca minimizar a pegada de carbono.

O diretor de Desenvolvimento da Região das Américas APM Terminals – Grupo Maersk, Leonardo Levy, ressaltou a importância da cadeia global do Porto para as cargas de cabotagem. “Temos uma grande expectativa de que, com mais competitividade e eficiência, os exportadores e os importadores vão reagir trazendo mais linhas de navegação diretas, conectando a Ásia e a Europa diretamente ao Porto de Suape”, concluiu. Ele citou como exemplo que atualmente uma carga que vai da Ásia a Suape leva 65 dias. “Se houver escalas diretas, pode chegar a 45 dias. Isso gera economia para os importadores que vão processar essas matérias-primas”, disse.

A APM Terminals conta com uma série de ferramentas para maximizar a eficiência das suas operações e encontrará em Suape um ambiente de desenvolvimento de plataformas tecnológicas com a ambiciosa meta de se tornar o porto mais moderno do Brasil. Neste sentido, conta com aliados estratégicos situados no Porto Digital do Recife, como a CESAR School, que está desenvolvendo cinco módulos de Sistemas de Operação dos Terminais Portuários; e o Softex Recife, que está viabilizando trabalhos conjuntos da estatal portuária e das empresas em funcionamento no polo de tecnologia com as mais de 200 startups instaladas.

Participaram da solenidade os secretários estaduais Alexandre Rebelo (Planejamento e Gestão), Décio Padilha (Fazenda), Marcelo Canuto (chefe de Gabinete do governador) e Alexandre Gabriel (chefe da Assessoria Especial); o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe), Roberto Abreu e Lima; e a prefeita de Ipojuca, Ana Célia.

Também estiveram presentes o comandante da Capitania dos Portos de Pernambuco, capitão-de-mar-e-guerra Frederico Medeiros; a cônsul honorária da Holanda, Anelin Van Den Hoek; a CEO do Estaleiro Atlântico Sul, Nicole Mattar; o diretor de relações institucionais da Maersk Brasil, Mark Juzviaque; e os conselheiros do Estaleiro Atlântico Sul Roberto Brizola e Ernesto Camarço.

Sobre a Maersk e APM Terminals

A. P. Moller-Maersk Group é uma operadora logística global dedicada à prestação de serviços de logística de transporte, em atividade desde 1801. No ano passado, teve faturamento superior a US$ 62 bilhões, em disputa acirrada com a MSC na liderança mundial do transporte marítimo. O grupo opera em mais de 130 países de todos os continentes. Do mesmo grupo faz parte a APM Terminals, com sede em Haia, na Holanda, que atua em 42 países e opera 45 terminais de carga do grupo em todo o mundo, contando com mais de 22 mil trabalhadores. Em 2021, movimentou quase 13 milhões toneladas em mais de 29 mil escalas de navios, que geraram receita superior a R$ 20,5 bilhões.

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