APM Terminals quer ajudar Suape a romper a barreira de 1 milhão de TEUs

Investimentos da APM em Suape chegam no momento em que a capacidade do porto começa a ficar restrita
Aristides Junior Diretor Presidente para o Porto de Suape da APM Terminals Americas
Aristides Junior Diretor Presidente para o Porto Suape da APM Terminals Americas/Foto: divulgação

Aguardando as últimas licenças para iniciar a implantação de seu Terminal de Uso Privativo (TUP) no Porto de Suape, a APM Terminals tem expectativa de começar a operar contêineres no atracadouro até julho de 2026. A empresa do Grupo Maersk chega com força. Aristides Júnior, diretor presidente para Suape da APM Terminals Américas, disse com exclusividade ao Movimento Econômico, que a empresa quer ajudar Suape a quebrar a barreira do 1 milhão de TEUs ( uma medida padrão utilizada para calcular o volume de um container) num futuro próximo.

A APM vai trazer uma operação integrada para Suape. A expectativa com o porto pernambucano é grande. “Suape está localizado no centro de um raio de 800km no Nordeste, uma região que é quase o PIB do Chile”, ressalta o diretor presidente, acrescentando que isso faz do complexo portuário um potencial hub regional para cargas conteinerizadas.

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Para crescer, a APM aposta em novas rotas marítimas. “Quero ver linhas de navios norte-americanos e asiáticos chegando a Pernambuco. Mas, para isso, a infraestrutura precisa vir antes”, pontua Aristides Jr. Essa infraestrutura que a APM vai disponibilizar envolve investimentos de R$ 1,6 bilhão na primeira de três etapas do projeto. Ao final de 10 anos, a empresa deve somar um aporte de R$ 2,8 bilhões no atracadouro pernambucano.

APM amplia capacidade

Esses investimentos chegam em bom momento. Não só porque Suape tem hoje a tarifa portuária mais cara do mundo, segundo a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), mas porque um estudo do Centronave – uma associação de empresas de navegação que reúne companhias como a própria Maersk-, indica que em 2023, a demanda por cargas no país já deve superar a capacidade operacional (que corresponde a 70% do total) dos terminais, como revelou o Valor Econômico em recente reportagem. Em Suape, conforme apurou o Movimento Econômico, esse esgotamento pode ocorrer em 2027 caso não entre em cena um novo operador.

“Quando um terminal atinge 80% de sua capacidade, está na hora de acender a luz vermelha. Neste ponto, as chances de surgirem problemas são grandes”, explica o diretor presidente. No entanto, com o TUP da APM Terminals, a movimentação em Suape deve crescer 55% na fase inicial das operações, com os estimados 400 mil TEUs que devem ser movimentados pela companhia. E espaço não falta para crescer. A área do TUP tem capacidade para movimentar dois milhões de TEUs.

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O terminal de contêiner da APM Terminals será o primeiro 100% eletrificado na América Latina. “Só não será zero em emissões de carbono porque os caminhões que nos atendem usam diesel”, ressalta Aristides Jr, que prepara sua mudança para o Recife, onde a empresa já mantém 12 funcionários cuidando da implantação do terminal.

O time local está ocupando provisoriamente parte das instalações do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), de quem a APM adquiriu um terço da área para o TUP. A transação envolveu R$ 455 milhões e contribuiu para amortizar em 40% a dívida do EAS, que está em recuperação judicial.

O TUP da APM abre um campo potencial para novos negócios na região, porque vai exigir novas estruturas na cadeia de logística, como armazéns e frigoríficos, impactando do mercado imobiliário às empresas de distribuição de mercadoria.

Porto de Pecém

Os investimentos em Pernambuco, porém, não reduzem a atenção com outro terminal portuário da região, o porto cearense Pecém. Ali, a empresa mantém um terminal com os três maiores guindastes em operação no país. Capazes de empilhar até 10 contêineres, esses equipamentos estão ajudando a ampliar a movimentação no terminal cearense.

Tercon da APM no porto de Pecém
Terminal de contêiner da APM Terminal no Porto de Pecém/Foto: ME

“Pecém vem crescendo muito. Já movimentamos lá cerca de 500 mil TEUs”, ressalta Aristides Jr, explicando que no Ceará o perfil do negócio segue exclusivamente voltado à cabotagem, com destaque para minérios, frutas, arroz e calçados. No Ceará, a empresa fez investimentos de R$ 150 milhões.

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