Descarbonização dá ao Nordeste a chance de reposicionamento nacional

O Nordeste está com a faca e o queijo na mão para promover grandes mudanças econômicas e sociais, tendo como pilar a sustentabilidade.
Fórum Nordeste
Fórum Nordeste reuniu as principais lideranças do setor energético e especialistas no tema da descarbonização/Foto: ME

Quase todos os palestrantes e debatedores que passaram pelo palco do Fórum Nordeste 2023, nesta segunda-feira (04), disseram que a região será protagonista nacional na transição energética. Importante ressaltar que o evento promovido pelo Grupo EQM, que é liderado pelo empresário Eduardo Monteiro, reuniu as maiores autoridades no tema da descarbonização do país.

Um protagonismo que se justifica não só pelo enorme potencial da região para geração de energias limpas e renováveis – que o Nordeste, inclusive, passou a exportar para o resto do Brasil -, mas pelo fato de vários estados nordestinos serem produtores de etanol. Vamos somar a isso a presença de uma das maiores e mais modernas plantas de montadoras de veículos do planeta – a Stellantis; e também de um dos maiores fabricantes de baterias da América Latina – o Grupo Moura. Além dessas unidades fabris situadas em Pernambuco, a região passa a contar em breve com a montadora chinesa de carros elétricos BYD, que está chegando à Bahia.

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Com tudo isso, a transição energética dá ao Nordeste a chance de um reposicionamento nacional sem precedentes. Ou seja, a região está com a faca e o queijo na mão para promover grandes mudanças econômicas e sociais, tendo como pilar a sustentabilidade. É a oportunidade que o Nordeste tem de fazer sua participação no PIB nacional sair dos 13,5% para patamares mais elevados.

Alguém disse no evento que o Nordeste será a nova fronteira da expansão nacional. Eu digo que já é. A questão agora é saber como irá se conduzir neste novo cenário. Não basta gerar energia e exportá-la, é preciso adensar a cadeia produtiva agregando valor ao produto. Não basta produzir hidrogênio verde, é preciso aproveitar as oportunidades que se abrem com esse revolucionário combustível limpo para participar do mercado mundial com produtos de valor agregado, como bem pontuou em sua palestra Hugo Nunes, diretor-executivo de Negócios Liberalizados da Neoenergia, para quem o Nordeste é mais renovável que o próprio Brasil.

Trem do futuro

O empresário Paulo Sales, do Grupo Moura, foi uma das principais lideranças regionais presente no Fórum Nordeste. Ao Movimento Econômico, Sales disse temer que o Brasil perca o “trem do futuro”. Na sua opinião, o país está muito atrasado no processo de descarbonização, diante do ritmo empregado pela China e pela Europa. Sales alerta que o governo precisa estar atento ao processo e estimular a indústria a se atualizar, eliminando o risco de o Brasil se tornar um importador de carros elétricos.

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Precisamos de incentivos

“Toda grande mudança de paradigmas, ainda mais no Brasil, que tem enorme dificuldade de financiamento, que convive com problemas de equacionamento fiscal, deixa o empresário temeroso de investir”, ressaltou Paulo Sales. Segundo ele, o governo brasileiro não tem condições de estimular o processo. “Na Europa e na China houve estímulo ao consumo do carro elétrico. E eles avançaram muito por lá. O Brasil também precisa de incentivos para o consumo e para achar a tecnologia certa. Não podemos ficar perdendo tempo e não tomar o rumo. Se a solução para o país é o carro híbrido a álcool, vamos avançar nisso, botar todas as fichas e fazer disso um diferencial do Brasil, como foi, na época, o Proálcool”, disse Sales.

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