A governadora Raquel Lyra (PSDB) comentou sobre a possibilidade do governo estadual assumir a responsabilidade pelo Metrô do Recife e disse que essa ideia conta com um aporte de R$ 2 bilhões do governo federal e com concessões para que exista investimento privado. A governadora participou ontem da abertura do Fórum Nordeste 2023, realizado pelo Grupo EQM, no Recife, para debater a transição energética.
Para a governadora, é fundamental que os 1,5 mil trabalhadores tenham ‘suas funções reorientadas pelo governo federal’. “O que o governo federal se comprometeu é de que não vai acontecer com os metroviários daqui, o que aconteceu lá em Minas Gerais, que todos entraram num programa de demissão. Aqui, esses metroviários, conforme o compromisso do governo federal transmitido pelo ministro da Casa Civil (Rui Costa) é garantir que esses metroviários sejam acolhidos dentro do próprio governo federal”, argumentou, durante entrevista concedida à Rede Globo Nordeste.
A possibilidade de haver a privatização do equipamento também foi levada em consideração pela governadora, que lembrou da proposta inicial trabalhada dentro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Uma modelagem de concessão, é que eles nos entreguem a gestão do metrô”, apontou.
Diligência do Congresso Nacional
No mês de agosto, uma diligência do Congresso Nacional que vistoriou o Metrô do Recife, e confirmou as péssimas condições do equipamento que atende os cerca de 200 mil usuários e trabalhadores do equipamento. O Metrô do Recife tem um déficit anual de custeio de R$ 300 milhões. A visita foi proposta pelo presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), Humberto Costa (PT-PE) e realizada em parceria com a Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, representada pelo deputado Túlio Gadêlha (Rede).
Para Humberto Costa, o processo de ‘sucateamento’ do metrô teve avanços no Governo Temer e no Governo Bolsonaro. “Bem, o que nós vimos foi uma situação estarrecedora e um sucateamento que foi realizado nesses últimos dois governos anteriores ao presidente Lula com a redução de recursos para custeio, para investimento. Mas, ao mesmo tempo nós vimos um potencial muito grande que o metrô tem, seja pela expertise dos seus funcionários, seja também porque ele tem uma estrutura muito grande e o que nós precisamos, nesse momento, antes de fazer qualquer discussão, é garantir que esse processo de sucateamento estanque, que ele pare”, afirmou o petista.
O estado de decadência do metrô pode levar até mesmo a uma paralisação de ordem técnica, segundo Humberto Costa. “O que nós estamos preocupados é com o que nós vimos, que por conta de falta de peças, de falta de manutenção, de falta de quadros, a gente possa ter uma paralisação técnica do metrô”, disse.
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