Comércio do Nordeste enxerga oportunidade de faturar com cancelamento do Carnaval

Entidades representativas do comércio avaliam que abertura durante o Carnaval pode ajudar a recuperar prejuízos acumulados com a pandemia. Evento online debaterá o assunto

Por Juliana Albuquerque

Enquanto alguns setores, como o de eventos, por exemplo, lamenta o cancelamento do Carnaval de rua na maioria dos estados do Nordeste, o comércio aproveita o momento para tentar reduzir os prejuízos acumulados com a pandemia da Covid-19.

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Aberturas de lojas durante o Carnaval pode ajudar o comércio a recuperar parte das perdas com a pandemia. Foto: Amanda Perobelli

Na região, com exceção do Rio Grande do Norte, onde mesmo sem Carnaval de rua grande parte do comércio vai fechar durante os dias de Momo, estados conhecidos tradicionalmente como polos de folia, como Pernambuco, Ceará e Bahia, orientam a abertura do comércio.

A diretriz para abertura vem, inclusive, da Federação do Comércio, Serviços e Turismo (Fecomércio), que entendem que a abertura pode estimular o consumo e melhorar, desta forma, o desempenho das vendas do setor.

Fecomercio-PE
Bernardo Peixoto, presidente do Fecomércio-PE/Foto: Agência MakerMídia/Divulgação

“Em nosso posicionamento divulgado na semana passada, deixamos claro que entendemos a necessidade de proibir os eventos. Mas também estamos cientes do que isso vai causar nos setores do comércio de bens, serviços e turismo e precisamos, juntos, avaliar o dano e buscar alternativas para passar por mais esta intempérie da melhor forma possível, com resiliência e objetividade. Por isso, nossa orientação é que os empresários do varejo abram seus estabelecimentos no período, aproveitem a suspensão do ponto facultativo para tentar melhorar as vendas do trimestre e contribuir com a recuperação do setor e da economia”, explica Bernardo Peixoto, presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-PE.

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Debate no Youtube

Inclusive, na próxima sexta-feira, 25, a Fecomércio-PE, fará uma live em seu canal do YouTube, às 17h, para discutir o impacto do cancelamento do Carnaval no comércio de bens, serviços e turismo de Pernambuco, com lideranças empresariais locais.

Presidente da CDL-Recife, Fred Leal. Foto: Divulgação

Para Fred Leal, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife (CDL-Recife), na capital pernambucana a abertura do comércio no Carnaval era desejo dos lojistas.

“Fizemos uma pesquisa com os nossos lojistas e todos concordaram em abrir no Carnaval. O fim do ponto facultativo para o funcionalismo público estadual e municipal contribuiu para melhorar o consumo. Afinal, com mais gente nas ruas, temos uma boa oportunidade para tentarmos reverter os prejuízos acumulados ao longo da pandemia”, comenta o presidente da CDL-Recife, que acredita em alta de 5% nas vendas em relação ao ano passado.

Além da capital pernambucana, a campanha para abertura do comércio ganha coro no interior de Pernambuco. Em Caruaru, por exemplo, não vai ter Carnaval nem a tradicional feira da Sulanca, mas o Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) da cidade reforça que não há nenhum motivo para não abrir o comércio.

Na Bahia, um dos estados que além de cancelar o Carnaval suspendeu também o ponto facultativo dos servidores públicos, de acordo com a Fecomércio-BA, o entendimento é que o comércio pode abrir normalmente.

No capital do Ceará, a recomendação do governo local endossa esse movimento de abertura do comércio visto em outros estados do Nordeste.

Assis Cavalcante, presidente da CDL de Fortaleza. Foto: Divulgação

“A recomendação do governo foi em atenção a um pedido feito por nós da CDL-Fortaleza para que possamos repetir o sucesso das vendas que tivemos no ano passado, quando optamos também por abrir. É hora de aproveitar esse momento com grandes promoções para que possamos levar esses consumidores às nossas lojas e formarmos um grande dia para fazermos bons negócios”, afirma o empresário do setor e presidente da CDL-Fortaleza, Assis Cavalcante.

Ele acredita que muitos lojistas vão acatar a recomendação do executivo estadual e aproveitar o Carnaval para tentar recuperar o que foi perdido durante os piores momentos da pandemia.

Feriado bancário ameaça movimento

O que pode impactar essa projeção otimista, contudo, é o não funcionamento dos bancos. É que segundo a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), em razão de resolução do Banco Central do Brasil, o calendário de feriados bancários está mantido, o que inclui o período que vai de 28 de fevereiro a 1º de março.  Apenas na quarta (2), a partir das 12h, é que o atendimento ao público será retomado.

“Até tentamos argumentar junto à Febraban, mas sem sucesso. Sabemos que muita gente quando vai aos bancos aproveita para comprar no centro e, com eles fechados, isso pode impactar nessa movimentação que esperamos”, argumenta o presidente da CDL-Recife, Fred Leal.


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