Por Patrícia Raposo
A pernambucana Agemar, holding que atua em Infraestrutura e Logística, fechou a semana com mais 11 aeroportos sob gestão. O conjunto de terminais aéreos fica em São Paulo. Junto com a Socicam – Infraestrutura e Participações, a Agemar, através de sua subsidiaria Dix Empreendimentos, venceu a licitação em julho passado, na B3. Os contratos foram assinados na última quinta-feira (17). Agora, a Agemar detém em carteira 14 terminais aeroportuários, uma vez que a empresa também opera o aeroporto do arquipélago de Fernando de Noronha e os Aracati e de Jericoacoara, ambos no Ceará.
Fundada em 1983 por Manoel Ferreira, a Agemar hoje é uma referência em infraestrutura e logística no Nordeste. E começa avançar por várias regiões. Seus negócios se espalham por várias áreas: do mar ao céu a Agemar se faz presente. Perto de completar 40 anos de fundação, a empresa se renova e inova.
Além de gerir o aeroporto Governador Carlos Wilson, a Agemar também é responsável, desde 1995, pelo suprimento regular de combustível do arquipélago de Fernando de Noronha. E mais recentemente, a empresa realizou um ousado projeto, que tornou possível os voos diretos para essa ilha, um paraíso turístico que pertence ao estado de Pernambuco.
Com investimentos de R$ 15 milhões, a Agemar construiu um navio tanque, com casco duplo e capacidade e para 440 mil litros de combustível. Um tipo de embarcação autorizada a transportar o querosene de aviação.
Isso permitiu que sua parceria, a empresa potiguar Revise Combustível, investisse R$ 4,7 milhões para construir o primeiro Posto de Abastecimento de Aeronaves (PAA), algo que a ilha pedia há muito tempo. Mas para isso, era necessário que um navio com as devidas especificações técnicas para o transporte do querosene de aviação começasse a operar.
“Desde 2012 vínhamos tentado com as distribuidoras de combustíveis de querosene de aviação a instalação de um PAA em Noronha. Mas havia a exigência de um navio que cumprisse os requisitos de tanques e costado duplos. No final de 2016, decidimos construir o navio, pois no mercado de usados não existia nenhum disponível”, explica Manoel Ferreira.
Manoel é um empresário ousado. Seu navio Santa Maria saiu do papel antes da certeza do PAA – que só teve suas negociações concluídas quando o navio já estava em fase avançada. “Fizemos a aposta com a Agemar. O navio é um case de sucesso”, analisa Wilson Moraes, sócio proprietário da Revise Combustível.
Rota área inédita
E com essa iniciativa ousada, Manoel Ferreira permitiu a criação de uma rota aérea inédita. Desde 20 de dezembro do ano passado, voos diretos saem do aeroporto de Congonhas, na capital paulista, para o arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco. Antes, para chegar às ilhas, o turista precisava fazer escala em estados nordestinos. Agora, os jatos Embraer E2, com 134 passageiros operados pela Azul, pousam e decolam diariamente na ilha.
E com o navio Santa Maria, a Agemar passa a ter duas embarcações tanque para levar combustível do Recife para Noronha. Mas seus planos são maiores. A empresa se prepara para ser a primeira a concorrer com a Transpetro na distribuição de combustível por cabotagem na costa do Norte e Nordeste. “Vamos distribuir o óleo diesel S10, que é voltado ao abastecimento das regiões metropolitanas. Vamos disputar esse mercado”, avisa Manoel Ferreira.
A operação da Agemar considera o Porto de Suape como ponto de partida para distribuir o S10 entre o Ceará e Belém. “E não ficaremos só nesse combustível, a Rnest (Refinaria Abreu e Lima) recebe outros combustíveis, como gasolina importada. E tem ainda o álcool”, lembra o empresário. Seus clientes serão as principais distribuidoras – Raízen Combustíveis, a BR Distribuidora, a Ipiranga e a British Petroleum (BP).
A Agemar aguarda os incentivos previstos no projeto BR do Mar para garantir preços competitivos. Segundo ele, o BR do Mar traz inúmeras vantagens, pois proporcionará investimentos e modernização da navegação de cabotagem no país. Estima-se que ampliará em 40% a capacidade da frota de cabotagem nos próximos anos.
Forte dos Remédios
Manoel Ferreira também disputou e ganhou a licitação em torno da Fortaleza de Nossa Senhora dos Remédios (ou Forte dos Remédios). O Consórcio Dix/Pentágono/IDG fez a maior oferta, chegando ao valor de R$ 238 mil mensais pela concessão, por 10 anos. O grupo também vai assumir obras de recuperação estimadas em R$ 700 mil.
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O consórcio é formado pelas empresas Pentágono Empreendimentos, Dix Empreendimentos e IDG – Instituto de Desenvolvimento e Gestão, responsável pela gestão do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. A empresa vencedora poderá explorar comercialmente o forte, que tem estrutura de 4 mil metros quadrados, com a instalação de lojas, cafés, livrarias, entre outros serviços.
E uma das ideias que o consórcio tem é desenvolver uma melhorar a acessibilidade ao forte, construindo um elevador funicular. Mas isso ainda depende de avaliação do IPHAN.
Contêiner sustentável
O fundador da Agemar também tem desenvolvido negócios sustentáveis. Inspirada nesse conceito, a sua empresa começou a ofertar módulos e containers habitáveis. No ano passado, movimentou mais de 400 unidades, sendo 350 alugadas.
Nos próximos dias irá entregar 20 containers para a Prefeitura de Sirinhaém, um balneário no litoral sul de Pernambuco, que irá utilizá-los como quiosques de praia. “O problema neste negócio atualmente é que faltam contêiner no mercado. Uma crise global”, lamenta Manoel.
Os containers são um sucesso porque permitem rapidez, praticidade e desburocratização na instalação. Hoje, é possível ver lojas, residências, canteiros de obras, pousadas, restaurantes e até salas de aula operando dentro de contêineres e a grande maioria tem a marca da Agemar.
Esse case de sucesso da Agemar, Manoel Ferreira vai levar para o evento Análise Ceplan 2022, promovido pela Ceplan Consultoria em parceria com o Movimento Econômico, no próximo dia 7 de março. Para saber mais sobre este evento: clique aqui.
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