Enquanto uns choram, outros vendem lenço

Por Juliana Albuquerque Enquanto grande parte da cadeia produtiva do setor de eventos que tem no Carnaval a renda que deve prover os próximos seis meses de sobrevivência sofre com a notícia do cancelamento das festas de ruas, outra parte dessa mesma cadeia deve faturar como nunca – os grandes produtores de eventos. Na Bahia, […]
Ícone do Carnaval de Pernambuco, caboclo de lança. Foto: Pixabay

Por Juliana Albuquerque

Enquanto grande parte da cadeia produtiva do setor de eventos que tem no Carnaval a renda que deve prover os próximos seis meses de sobrevivência sofre com a notícia do cancelamento das festas de ruas, outra parte dessa mesma cadeia deve faturar como nunca – os grandes produtores de eventos.

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Na Bahia, por exemplo, diferente do tradicional, os grandes produtores de eventos migraram para o formato indoor para manter o faturamento em alta, após amargar, assim como os demais, prejuízos em 2021.

Presidente da Abeoc-BA, Cinara Cardoso. Foto: Divulgação

“Embora não seja praxe a realização de festas privadas durante o Carnaval da Bahia, em função da pandemia, esses eventos privados já estão sendo comercializados desde dezembro. Até mesmo porque eles não estavam esperando a definição do governo para se organizar e desde dezembro seguem comercializando seus espaços e abadás por valores que só quem pode pagar mesmo será beneficiado com a festa”, comenta a presidente da Abeoc-BA, Cinara Cardoso.

Segundo ela, esse segmento maior do setor, como um todo, não deve sofrer tanto o impacto do cancelamento oficial dos eventos de rua.

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“Podemos dizer que os grandes empresários de eventos vão perder com o cancelamento? Sinceramente, não. Porque esses vão continuar fazendo Carnavais de grande porte com valores que na Bahia variam entre R$500 a R$13 mil. Quem deixa de se beneficiar com o fim da festa de rua em 2022 é, de fato, a cadeia produtiva cultural, como blocos afros e outras categorias que sem o Carnaval de rua vão ter suas atividades restringidas, fora o próprio turismo que fica impactado, com repercussão em restaurantes e hotéis, que não conseguem obter uma receita gerada com os Carnavais privados. Eles movimentam a economia, mas de uma forma bem diferente da obtida com o alcance exponencial que tem em um Carnaval de rua”, explica a presidente da Abeoc-BA.

Tatiana Marques preside a Abeoc em Pernambuco. Foto: Divulgação

Em Pernambuco, o cenário não parece diferente. Com o passaporte da vacina como principal argumento de controle para disseminação do vírus, os produtores atuam livremente sem que haja nenhum impeditivo. No estado, a partir de 300 pessoas, a exigência é que o público deve estar 90% vacinado com duas doses ou vacina de dose única e 10% com 1ª dose e teste rápido de antígeno negativo realizado 24 horas antes do evento, ou teste RT-PCR negativo realizado até 48 horas também antes do evento.

“O Carnaval não pode servir só ao grande produtor para sobrevivência dele e de quem ele emprega, mas cabe a busca de uma solução para a grande massa dessa cadeia de eventos que lucra com a festa de rua possa ter sua sobrevivência garantida. Por isso, é necessário que os governantes apontem uma solução eficaz que possa contemplar esse público”, aponta a presidente da Abeoc-PE, Tatiana Marques.

Vale lembrar que além da Covid-19, Pernambuco convive também com a epidemia da nova cepa da H3N2 Darwin, variante da tradicional influenza ainda sem vacina e que já responde por cerca de 80% das internações em UTIs da rede pública estadual.

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