Empresas chinesas têm sido as protagonistas no Porto de Suape nos últimos dias com movimentações de cargas volumosas. A Goldwind foi uma delas, responsável por um inédito desembarque de 108 conjuntos eólicos. A carga exigiu um contrato com o Tecon Suape para a armazenagem e custódia.
O terminal venceu a concorrência que lhe garantiu prestar o serviço por um período de 15 meses. O valor não foi revelado. Segundo Rodrigo Aguiar, diretor comercial do Tecon Suape, durante este tempo os componentes ficarão estocados num pátio premium até serem entregues para nacionalização. As pás não entraram no contrato, mas excepcionalmente, foram aceitas no primeiro desembarque.
A operação foi um grande esforço de manobra devido justamente ao tamanho das pás, que medem 84 metros de comprimento, mas a estrutura do terminal de contêiner é muito favorável. Não foi preciso fazer qualquer adaptação na área, que tem saída direta para a rodovia portuária, onde se conecta com a BR-101.
O desembarque da carga da Goldwind, inédita pelo seu porte – as torres foram importadas em sua integridade -, ocorreu em paralelo a outro de grandes proporções da montadora BYD. Ela deve trazer por Suape 14 mil veículos para o Nordeste até junho, para atender à forte demanda do mercado por carros elétricos antes do novo aumento do imposto de importação, previsto para julho.
As operações encheram os cais do Tecon de equipamentos eólicos e de veículos. E nos próximos meses o cenário vai se repetir. O primeiro desembarque da BYD, entre 15 e 16 de abril, foi de quase dois mil veículos. Volume semelhante ao desta semana que se encerra. O próximo será ainda maior e deve superar os 3 mil automóveis. Ele está previsto para os próximos dias.
Relevância de Suape
Essas operações ampliam a relevância do Porto de Suape como porto regional. Entram pelo atracadouro, principalmente pelo Tecon, não só o que vem para Pernambuco, mas também para o Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas, além das regiões ao sul do Ceará e norte da Bahia.
Líder no Nordeste em carga conteinerizada, o Porto de Suape, é o sexto atracadouro público mais movimentado do Brasil. De acordo com o Anuário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), referente ao balanço de 2023, o porto pernambucano movimentou 523.956 TEUs (unidade equivalente a 20 pés), um crescimento de 6,5% em relação ao ano anterior. O mês de maior volume foi em dezembro, com 51.261 TEUS. Esse tipo de carga representou 24,1% do total registrado em Suape.
Já os granéis líquidos (derivados de petróleo), carga que representou 68,9% do total do atracadouro, somaram 16.515.104 toneladas (-7% em relação a 2022).
Suape, que completou 45 anos de fundação em novembro de 2023, também apresentou elevação significativa no hub de veículos (42% a mais em unidades) e na exportação de açúcar ensacado (38% ) para outros estados e países diversos.
De janeiro a dezembro de 2023, 1.509 embarcações, dos mais variados tamanhos e procedentes de dezenas de países, atracaram no porto, número que representou 0,2% a mais em relação a 2022. O total de carga movimentada foi de 23.982.451 toneladas.
Primeiro trimestre
A movimentação do Porto de Suape cresceu 3% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. No total, foram 6.006.942 toneladas de cargas movimentadas pela estatal em janeiro, fevereiro e março de 2024. O destaque está na operação de óleo bruto de petróleo (+11%, 1.400.136 toneladas), assim como contêineres (+15,6%, 145.082 TEUs) e veículos (+34%, 21.298 unidades).
O número de atracações também já surpreende. O porto soma 383 navios atracados nesse período, o equivalente a um crescimento de 4,1%. A diversidade de cargas e a eficiência na gestão das operações fazem toda diferença nos resultado
Com a chegada de um novo terminal de contêineres (atualmente a operação é realizada apenas pelo Tecon Suape), o porto praticamente vai ampliar consideravelmente a movimentação de cargas, a partir do segundo semestre de 2026. A unidade será instalada ao lado do Estaleiro Atlântico Sul, numa área de 50 hectares, pela APM Terminals, empresa subsidiária da A.P. Moller-Maersk, uma das gigantes mundiais do setor. As obras para instalação do terminal já estão em curso.
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