Cinturão das Águas: CE avança com desapropriações em lotes da obra

PGE firmou 50 acordos de desapropriação para viabilizar obras dos lotes 3 e 4 do Cinturão das Águas
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Projeto vai distribuir água do Rio São Francisco para municípios do Cariri. Foto: Governo do Ceará/Divulgação

Inteiramente situado no semiárido, o Ceará deu mais um passo para concretizar o Cinturão das Águas, obra hídrica voltada à elevação da capilaridade das vazões da transposição do Rio São Francisco. A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) anunciou ter firmado 50 acordos de desapropriação de imóveis para dar mais celeridade ao Lote 3 do projeto, que vai de Barbalha ao Crato, passando por Juazeiro do Norte, e ao Lote 4, entre o Crato e o município de Nova Olinda, na altura do Rio Cariús.

O mutirão foi realizado no Crato, na semana passada, e tinha o objetivo de realizar 45 atendimentos, mas superou as expectativas, com 60 casos atendidos e 50 acordos firmados. Segundo a PGE, como alguns imóveis estavam envolvidos em divisão de bens e tinham mais de um proprietário, houve o desmembramento de algumas tratativas e a ampliação das metas.

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“As negociações conduzidas pela Procuradoria-Geral têm o objetivo de centralizar e otimizar as ações, assegurando uma resolução mais ágil e justa das pendências. A PGE-CE atingiu o objetivo de realizar as negociações de forma transparente, assegurando os interesses dos envolvidos e o progresso das obras do Cinturão das Águas”, informou o Governo do Estado.

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Cinturão das Águas vai ligar 12 bacias hidrográficas da região do Rio Salgado ao Rio Cariús. Foto: Governo do Ceará/Divulgação

Cinturão das Águas vai dar segurança hídrica a área castigada pela aridez

O Cinturão das Águas do Ceará foi concebido para ligar 12 bacias hidrográficas ao Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco. O empreendimento é formado por 145,3 km de segmentos de canal a céu aberto, túneis e sifões, com a função de aduzir a água derivada da barragem Jati, na região hidrográfica do Rio Salgado, até as nascentes do Rio Cariús, em Nova Olinda. A obra é importante para a segurança hídrica no Cariri, segunda em densidade populacional no estado.

O projeto é realizado pelo Governo do Ceará com aportes próprios e também repasses do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional. De acordo com a gestão estadual, os lotes 1 e 2 já estão concluídos e recebendo água do São Francisco. Um quinto lote, composto por 3,76 quilômetros de canais e 5,82 quilômetros de túneis segmentados nos lotes 2, 3 e 4 também já estão funcionando. Falta a conclusão dos lotes 3 e 4, o que dá à obra 75% de conclusão total no momento.

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Ano de 2024 tem sido positivo para os reservatórios do Ceará. Foto: Governo do Ceará/Divulgação

Ceará tem 72 açudes sangrando, mas padece na região de Crateús

O ano vem sendo positivo para a maioria dos reservatórios do Ceará. O estado alcançou, agora em abril, 7,23 bilhões de metros cúbicos acumulados, o que levou à marca de 72 açudes sangrando, melhor registro de 2009. Destaque para o açude Martinópole, no noroeste do Ceará, que não tinha um evento de sangria havia 15 anos.

Conforme a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), outros 12 açudes têm mais de 90% da capacidade, resultado de aportes de água em bacias hidrográficas que abastecem as regiões do Acaraú, Coreaú, Litoral, Metropolitana, Serra da Ibiapaba, Salgado e Baixo Jaguaribe. O volume total acumulado no estado é de 54,8% da capacidade total.

Contudo, 22 reservatórios têm menos de 30% do volume total, com destaque negativo para a bacia hidrográfica de Crateús, com índice ainda menor, abaixo de 25%. “Isso demonstra os desafios persistentes impostos pelo clima semiárido da região, com chuvas distribuídas de forma irregular no tempo e espaço”, avalia o diretor de Operações da Cogerh, Tércio Tavares.

Leia mais: Sustentabilidade ambiental: Ceará é líder no Nordeste e 12º no ranking nacional

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