“O Open Finance é uma continuação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), mas num novo sistema onde as pessoas têm poder sobre seus dados”, disse Bruno Loiola, CEO da fintech Pluggy, sobre o Open Finance, no evento promovido pelo Torq, núcleo de inovação aberta da gigante de software Sinqia. O evento, que ocorreu na última quinta-feira (23), foi a 5ª edição do Torq Talks, que se propôs a discutir as novidades no mundo do empreendedorismo e da tecnologia.
Open Finance e Inovação Aberta foi o tema central do encontro. Em cerca de duas horas, especialistas do setor e empreendedores debateram sobre o presente e o futuro da relação entre compartilhamento de dados, mercado financeiro e a atuação das empresas dentro desse contexto.
O Opne Finance consiste no compartilhamento de dados dos correntistas. “Não há ativo mais valioso do que os dados e os comportamentos de um cliente”, ele relata. Nesse formato, a escolha de vender ou não os dados seria pessoal e transparente. “Toda transação gera dados e, no Open Finance, essa economia será compartilhada, interconectada e superior”, disse o Loiola.
Paulo Valadares, CEO da startup Akropoli, que participou do painel Open Finance e Open Data: qual o caminho no uso de dados para gerar valor ao usuário, afirmou que o Open Finance mudará o cenário financeiro do mundo. “Há muito tempo, o mercado financeiro tem nossos dados, mas eles nunca usaram para o bem do consumidor. Com a revolução do Open Finance, o cenário competitivo será renovado”, disse.
Os especialistas entendem que, uma vez que as empresas passarem a oferecer serviços e vantagens para seus clientes em troca dos dados, isso se tornará a norma – aqueles que não adotarem essa prática tendem a deixar de existir.
Nesse sentido, Kiko Carnut, CTO do banco digital Zro Bank, ressaltou que a nova dinâmica se estabelecerá, em conjunto com uma mudança geracional. “Nossa geração está acostumada com uma realidade onde não controlamos nossos dados. As pessoas não se importam se uma empresa tem posse dos dados delas”.
Carnut entende que uma mudança comportamental e cultural é necessária. “O que nós precisamos fazer é ensinar isso para os nossos filhos e netos para que eles nasçam em uma nova realidade.”
“Queremos trazer o benefício para o usuário”, diz Alvaro Leal, CEO da Pague Bem Brasil. Ele entende que, durante muito tempo, as pessoas foram ingênuas ao darem tanto poder às companhias que detém os dados.
Pitch Day
Ao fim do evento, houve duas apresentações de empresas que atuam no universo de Open Finance. A startup Dootax, de São Bernardo do Campo, mostrou detalhes sobre seu serviço de automação fiscal. A empresa, que começou como uma consultora financeira e tributária, hoje oferece uma solução capaz de descomplicar rotinas fiscais por meio da automação. A Dootax oferece uma ferramenta capaz de gerir pagamentos de tributos, gestão de certidões, gestão de tarefas fiscais, caixa postal fiscal e documentos fiscais eletrônicos.
A segunda startup participante foi a Lovecrypto, de Recife. A empresa quer transformar a cultura dos pagamentos digitais por meio da disseminação das criptomoedas, criando produtos que tornem o blockchain acessível para todos – uma API é capaz de transformar criptomoedas estáveis em real e vice-versa.
Por meio da ferramenta, é possível depositar uma criptomoeda e receber o valor em real. Outro API em desenvolvimento pela empresa é o Love Pay, aplicativo que permite que o usuário faça fluxo de pagamentos usando criptomoedas de forma mais rápida e fácil.
O evento foi aberto por Daniela Agostini, coordenadora de cultura e ecossistema de inovação do Torq, e Felipe Sabat, head de Open Innovation do Porto Digital, ressaltaram a importância da conversa. “O objetivo dessas reuniões é movimentar o ecossistema de startups em diversas regiões do Brasil, pautando debates fundamentais para o setor”, disse Daniela.
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