Em dois anos, metade dos dados deve migrar para o 5G

O 5G vai trazer mais automação, conectividade, maximizando o uso da internet das coisas, entre outras tecnologias.
Responsável pelo laboratório de mecatrônica e hidrogênio verde do Iati, o pesquisador Robson Carmelo como o 5G vai impactar a economia. Foto: Iati/Divulgação

“A internet vai mudar depois do 5G. Acredito que num prazo de sete a oito anos não vai mais ter a internet física como a gente conhece hoje”, diz o responsável pelo laboratório de mecatrônica e hidrogênio verde do Instituto Avançado de Tecnologia e Inovação (Iati), o pesquisador Robson Carmelo. Ele compara a internet física com um orelhão, um telefone fixo que existia nas ruas para as pessoas fazerem ligações, usando fichas ou um cartão, ambos pré-pagos. O orelhão desapareceu e hoje existem mais celulares no País do que habitantes. A previsão de alguns executivos que atuam no próprio setor de telefonia é de que metade do tráfego de dados esteja no 5G num prazo de dois a três anos.

O 5G é uma tecnologia de telefonia móvel que vai permitir o tráfego de uma maior quantidade de dados com uma latência (resposta) muito menor, permitindo a comunicação quase em tempo real. No Brasil, o serviço de 5G começou em julho último por Brasília, mas já está presente em mais sete capitais, sendo apenas duas no Nordeste: João Pessoa, na Paraíba, e Salvador na Bahia. O calendário do início do serviço já passou por vários adiamentos. Agora, a expectativa é que chegue em mais 15 capitais, incluindo sete do Nordeste, até o dia 27 de novembro.

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Segundo Robson, a tendência é toda a internet ser usada via 5G. “A internet fixa como a gente conhece hoje vai perder o sentido”, conta. Para ele, as operadoras de telefonia vão poder aumentar em 10 vezes as atuais conexões. “Mais conexões simultâneas vão possibilitar mais operações ao mesmo tempo. Isso vai permitir mais automações em todos os níveis. Vai ficar mais barato automatizar uma casa. Cirurgias médicas poderão ser realizadas com mais precisão, podendo ter o acompanhamento de especialistas que vão estar em qualquer lugar do mundo”, comenta.

Com o 5G, o futuro terá a conexão e a automação mais baratas, diz o pesquisador

O especialista cita outros exemplos de automação que ficarão mais baratos com o 5G. “Acompanhar o filho na escola, a conectividade de semáforos, a iluminação pública, entre outros. Tudo isso vai demandar outros equipamentos que fazem o monitoramento em tempo real”, comenta. E acrescenta: “O 5G vai ser muito positivo. Vai impactar os sistemas de atendimento públicos, abrir mercado para profissionais na área de engenharia de telecomunicações, técnicos, analistas de sistemas. Os cidadãos vão conseguir abrir mais facilmente os aplicativos”.

O destino dos aplicativos, segundo Robson, é se tornar personalizado dentro de um prazo de cinco anos, oferecendo mais informações e serviços. “O 5G é um caminho sem volta. Em decorrência do 5G, os aplicativos vão ter inteligência computacional, tornando o seu uso mais fácil para quem é leigo. A tendência é os serviços serem ampliados e facilitados. A indústria vai ficar mais conectada assim como também o comércio. Isso também vai ocorrer na área de segurança e educação”, resume o pesquisador. “As empresas podem aproveitar estas oportunidades para baixarem os seus custos”, argumenta Robson.

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Segundo ele, o custo da conectividade também deve cair. A interatividade vai acontecer em tempo real com mais interações em site de compras, um comércio eletrônico mais rápido. “O sistema de segurança de dados vai ter que evoluir e a tendência é o blockchain se disseminar, ficando mais acessível”, comenta. O blockchain é uma forma de registrar transações em lotes chamados blocos que são protegidos por criptografia e são imutáveis. É o sistema usado nas bitcoins.

Robson também acredita que o 5G deve chegar a todo o Brasil antes de 2029, o prazo que está previsto pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A previsão é de que a implantação do serviço ocorra, primeiro, nas cidades com grande densidade popularcional até chegar nas que têm menos habitantes. “Não vai ser em 2029. A dificuldade será zero. E o 5G vai crescer exponencialmente. A operadora vai poder multiplicar por 10 o volume de clientes. Todos os problemas que surgirem no 5G serão solucionados”, conclui Robson.

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