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Empreendedorismo em alta: oportunidade ou reflexo de um mercado fragilizado?

A ascensão do empreendedorismo no Brasil parece caminhar lado a lado com a redução do emprego formal
Fábio Menezes
Fábio Menezes/Foto: divulgação

Fábio Menezes*

Nos últimos anos, o Brasil tem vivido uma verdadeira explosão no número de novos empreendedores. Em 2024, segundo dados da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), o país registrou a maior taxa de empreendedorismo dos últimos quatro anos. À primeira vista, esse dado pode soar como uma boa notícia, mas é preciso ir além da euforia dos números e refletir: estamos diante de uma nova era de oportunidades ou apenas reagindo às mudanças das relações formais de trabalho?

A ascensão do empreendedorismo no Brasil parece caminhar lado a lado com a redução do emprego formal, cenário que estimula muitos trabalhadores a buscarem alternativas fora da carteira assinada. Para muitos, abrir um negócio próprio não é uma escolha idealizada, mas sim uma resposta à falta de oportunidades no mercado tradicional. Isso torna ainda mais urgente a necessidade de planejamento, qualificação e preparo estratégico por parte de quem decide trilhar esse caminho.

Empreendedorismo equivocado

Diante desse cenário, muita gente tem se movimentado para iniciar um negócio e, em muitos casos, sem antes parar para avaliar: é a melhor escolha? Sem dúvida, o ponto de partida de qualquer iniciativa empreendedora deve ser o estudo de mercado. Muitos erros poderiam ser evitados se os novos empreendedores buscassem entender melhor o setor em que desejam atuar antes de tomar decisões importantes, como alugar um ponto comercial ou investir em equipamentos. Informações básicas podem ser levantadas em conversas com clientes potenciais, pela internet ou em visitas a empresas similares.

A construção de um plano estratégico também se mostra indispensável. Definir os principais produtos ou serviços, mapear a concorrência, projetar investimentos e custos operacionais são passos que não podem ser negligenciados. Empreender não pode ser um salto no escuro, precisa ser uma decisão consciente, embasada em dados e metas claras.

Outro aspecto que merece atenção é o papel da tecnologia. A transformação digital não é mais uma tendência: é realidade. A inteligência artificial, por exemplo, já impacta profundamente diferentes setores e continuará moldando o comportamento dos consumidores e a lógica dos negócios. Ignorar essa dinâmica é comprometer a competitividade de qualquer nova empresa.

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Por fim, é fundamental reconhecer a importância da gestão estratégica. Empreender não se restringe à execução operacional: é pensar o negócio estrategicamente, acompanhar indicadores, investir na equipe e, principalmente, construir o futuro. O empreendedor de sucesso é aquele que consegue equilibrar a dedicação à operação sem descuidar da estratégia e olhar o seu negócio com visão de longo prazo. No atual cenário brasileiro, empreender é, sim, uma oportunidade, mas não pode ser tratado como um ato de improviso. Requer coragem, é verdade, mas também requer preparo. E, sobretudo, consciência de que o sucesso não virá da noite para o dia, mas do esforço contínuo em planejar, testar, corrigir e aprender.

*Fábio Menezes é consultor e sócio da TGI Consultoria. É especialista em estruturação de negócios, governança estratégica empresarial e planejamento estratégico.

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