Pernambuco registra a maior queda da produção industrial em novembro

Dos 18 locais pesquisados pelo IBGE, seis apresentaram queda na produção industrial.
Indústria. Foto: Portal CNI
Em novembro último, das 12 atividades pesquisadas na indústria pernambucana, sete registraram desempenho negativo. Foto: Portal CNI

A produção industrial de Pernambuco teve queda de 9,7% em novembro último, comparando com o mês anterior. Foi o maior recuo entre os 18 locais pesquisados pela Produção Industrial Mensal Regional (PIM Regional) divulgada nesta sexta-feira (12) pelo IBGE. No Nordeste, o maior crescimento do setor ficou com a Bahia que registrou uma alta de 2,7%, seguida pelo Ceará com um crescimento de 2% em novembro último, na mesma base de comparação. No Brasil, o crescimento médio foi de 0,5%

“O ano de 2023 não foi fácil para a indústria no Nordeste. Geralmente, há um crescimento da produção industrial e depois uma queda. Não ocorreu um movimento que indicasse uma recuperação do setor consistente. Por exemplo a queda que ocorreu agora em Pernambuco praticamente anulou o crescimento de outubro que tinha sido de 9,8%”, resume a gerente de Planejamento e Gestão do IBGE em Recife, Fernando Estelita. Ela estava se referindo a performance industrial dos Estados de Pernambuco, Ceará e Bahia. O ranking não considera Maranhão, Rio Grande do Norte e Mato Grosso do Sul, que entraram na pesquisa recentemente e ainda não apresentam informações na comparação com o mês anterior.

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Na comparação de novembro de 2023 e o mesmo mês de 2022, o volume de produção da indústria pernambucana caiu 1,8%, sendo o quarto resultado mais baixo do país. No Brasil, ocorreu um avanço de 1,3%. Por outro lado, na variação acumulada do ano, Pernambuco registrou uma alta de 0,9%, enquanto o resultado do Brasil foi de 0,1%, o que indica instabilidade. Na mesma base de comparação, o Ceará registrou uma queda de 5,8% e a Bahia um recuo de 2,4%.

Produção industrial em Pernambuco

Em novembro de 2023, sete das 12 seções e atividades industriais pesquisadas apresentaram resultados negativos em comparação ao mesmo mês de 2022. Setores que apresentaram quedas expressivas foram a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, registrando a maior retração (-16,5%), seguida pela fabricação de produtos químicos (-16%).

A boa performance da indústria pernambucana ficou com metalurgia com uma alta de 126,1%, a mais acentuada do período. Também apresentaram boas performances a fabricação de outros
equipamentos de transporte, exceto veículos automotores, com um crescimento de 125,3%, ficando em segundo lugar. O terceiro maior crescimento ficou com a fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (80,4%).

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“Em outubro, a indústria pernambucana aumentou a produção com a expectativa do final do ano e não ocorreram as vendas esperadas. Então, houve um excesso de estoque e isso contribuiu para a queda da produção em novembro”, explica o coordenador do Núcleo de Economia da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Cezar Andrade.

Na produção industrial do Ceará, a fabricação de produtos têxteis puxou a produção industrial cearense com uma alta de 20,8% em novembro último. A produção de bebidas também teve um avanço de 10,3%. Os produtos de metal puxaram a produção industrial do Ceará pra baixo com uma queda de 26,3% e também houve retração na produção de máquinas, aparelhos e materiais elétricos com um recuo de 15,7%.

Na Bahia, a alta da produção industrial foi puxada pelo aumento da fabricação de coque e produtos derivados de petróleo que registraram uma alta de 35,1%. A produção de alimentos e de bebidas registraram alta de 5% e 5,7%. Também tiveram recuos a fabricação de produtos químicos (-13,5%), metalurgia (-18,5%) e fabricação de máquinas e aparelhos elétricos com -27,2%.

Expectativas para 2024

Segundo Fernanda Estelita, há indicadores que estão sugerindo uma melhora da produção industrial para 2024, como o desemprego que está diminuindo e os juros que estão menores. “Isso pode provocar uma recuperação mais consistente do setor. Em 2023, houve um ambiente em que os empresários sentiram pouca confiança para investir. Geralmente, eles seguram os investimentos pra ver como a economia vai ficar. E os investimentos na área industrial também são caros”, comenta Fernanda.

Ela argumenta também que se uma indústria investe para aumentar a produção e o cenário de aumento do consumo não se concretiza, a empresa não vai conseguir escoar a sua produção, o que resulta em prejuízo.

Os aspectos positivos citados por Fernanda são elencados também por Cezar Andrade. Ele argumenta também que alguns aspectos podem ter impacto negativo na produção industrial em 2024. “A reoneração da folha de pagamento dificulta a vida do empresário, aumenta custos e pode gerar demissões. E se ocorrerem desligamentos, a produção industrial será reduzida”, comenta.

Ele também acrescenta outras variáveis que podem impactar neste cenário, como a reforma tributária e o programa Desenrola, que pode trazer como consequência o aumento do consumo. O Desenrola é um programa de negociação de dívidas e a adesão à iniciativa deixa o consumidor apto a conseguir crédito.

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