Aumenta a inadimplência em Pernambuco em agosto

Um dos fatores que contribuiu para o aumento da inadimplência foi a alta do desemprego em Pernambuco

Compartilhe:

Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no telegram
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no facebook
Compartilhar no email
rafael lima - Fecomércio
Economista da Fecomércio-PE Rafael Lima diz que o aumento da inadimplência é ruim para o comércio e para o consumidor. Foto: Divulgação/Fecomércio-PE.

A inadimplência aumentou em Pernambuco em agosto, quando 173 mil pessoas não conseguiram quitar as suas contas, como mostrou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), calculada pela Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e que fez um recorte estadual. São 432 mil pernambucanos endividados com cartão de crédito, financiamentos, carnês, crédito pessoal, entre outros.

Tanto o endividamento como a inadimplência são ruins para os consumidores e para a economia. O endividamento sobrecarrega a renda mensal das famílias e reduz o consumo, inclusive de bens essenciais, como a alimentação. “O maior problema tanto para o consumidor como para o comércio é a inadimplência. No comércio, a inadimplência compromete o fluxo de caixa das empresas que ao não receber em dia podem atrasar suas obrigações com os fornecedores e com os seus empregados”, diz o economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima.

“A inadimplência também é ruim para o consumidor, porque quanto mais ele atrasa mais aumentam os juros e o risco deste cidadão não conseguir um empréstimo, um financiamento ou um cartão de crédito, quando precisar”, comenta Rafael. A inadimplência prolongada tem um impacto negativo tanto no consumo das famílias quanto nos investimentos das empresas, pois diminui a capacidade social de gastar e de investir, o que acaba desacelerando a economia pela via do consumo e dos investimentos.

A pesquisa também percebeu um aumento da percepção da inadimplência por causa das altas taxas de desemprego registradas em Pernambuco. “Se a pessoa não tem emprego hoje e não há perspectiva de arranjar um trabalho, aumenta a porção da população que percebe que não vai conseguir pagar as dívidas”, explica Rafael. A avaliação desfavorável das oportunidades profissionais é compartilhado por quatro em cada 10 pernambucanos, segundo o Índice de Consumo das Famílias feito pela CNC. 

O levantamento mostra que os tipos de dívidas mais frequentes entre as famílias pernambucanas de menor renda são o cartão de crédito (94,3%), seguido por carnês (28,6%) e crédito pessoal (6,6%). Já o tempo médio de comprometimento com dívidas em Pernambuco é de 8 meses, enquanto o tempo médio de contas em atraso é de 61 dias, ante 63 dias no Brasil.

Falta educação financeira

A falta de educação financeira faz, segundo Rafael, o consumidor, por exemplo, tirar o nome da inadimplência e já fazer outra dívida no mesmo momento. “A renda baixa da população também influi nisso”, comenta, acrescentando que o ideal era o consumidor ter uma reserva de emergência para bancar os gastos extras.

“Se o consumidor usar o cartão de crédito, não deve atrasar o pagamento por causa dos juros elevados. O não pagamento do cartão de crédito vira uma bola de neve e o consumidor não consegue mais pagar”, adverte Rafael. No Brasil, os juros do rotativo do cartão de crédito alcançam, em média, 450% ao ano.

Leia também

Presença dos varejistas pernambucanos no e-commerce cai em dois anos

432 mil pernambucanos ficaram endividados em junho, aponta pesquisa

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no telegram
Compartilhar no email

Mais Notícias