Marco regulatório do setor automotivo pode traçar a rota para descarbonização

O Brasil tem o etanol, que já conta com mais de 40 mil postos de abastecimento, o que demanda menos investimentos em infraestrutura para a descarbonização.
descarbonização
Setor automotivo nacional na corrida pela eletrificação veicular/Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

A regulamentação do setor automotivo brasileiro é um dos desafios para a indústria nos próximos anos. Um passo fundamental que pode, inclusive, garantir uma maior inserção dos veículos brasileiros no mercado internacional.

Para João Irineu, vice-presidente de Assuntos Regulatórios para América do Sul da montadora Stellantis, o marco regulatório vai abrir para o Brasil uma rota de descarbonização diferenciada daquela dos países desenvolvidos, que têm grande poder econômico para estimular o consumo dos elétricos com incentivos.  No seu entendimento, e ele fala pela montadora, o marco permitirá ao Brasil fazer isso de forma social, ambiental e economicamente responsável.

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Sem demérito do social e do ambiental, o pilar econômico é fundamental, porque poderá fomentar e estimular as tecnologias de hibridização para que as montadoras possam envolver toda a cadeia – de fornecedores, academia, institutos de tecnologia ao governo – na produção verde.

A Stellantis percebe o Brasil bem posicionado na corrida pela eletrificação veicular, porque sua matriz energética já é predominantemente limpa, ao contrário de muitos países que não têm alternativa de descarbonização além da eletrificação em 100%.

Descarbonização com etanol

O Brasil tem o etanol, que já conta com mais de 40 mil postos de abastecimento, o que demanda menos investimentos em infraestrutura para preparar o país para fazer sua transição energética no setor automotivo.

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João Irineu Medeiros - Stellantis
Vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis para América do Sul, João Irineu Medeiros/Foto: Divulgação/Stellantis

Mas não é só isso. Como ressalta João Irineu, o próprio carro híbrido a etanol será bem mais acessível que o modelo 100% elétrico, porque seu preço tende a ser semelhante ao dos carros a combustão que se vê hoje nas ruas do país, de modo que não será necessário agregar novos custos para se chegar a um modelo descarbonizado.

Para entrar nessa nova fase de produção, a Stellantis deve fazer robustos investimentos, inclusive na sua montadora situada em Goiana (PE), preparando a unidade para a produção dos veículos híbridos a etanol. Isso deve acontecer porque o primeiro ciclo de investimentos adicionais, iniciado em 2018, com aportes de R$ 7,5 bilhões, se encerra em 2025.  

O atual ciclo de investimentos se voltou a Pesquisa & Desenvolvimento, sistemas de produção e capacitação de pessoas. Mas agora, a empresa foca na descarbonização de seus automóveis, com meta de chegar a 2030 ofertando 20% de sua produção no Brasil com algum tipo de eletrificação.

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