Confeiteira pernambucana Bruna Hannouche é destaque na lista Forbes Under 30

Com dez anos de trajetória na confeitaria, 15 funcionários e faturamento de quase R$ 2 milhões ao ano, Bruna Hannouche conta como tudo começou e quais serão os próximos passos, após o reconhecimento da Forbes
Bruna Hannouche
O que começou como um hobby, virou negócio e hoje é inspiração para jovens talentos que Bruna busca incentivar. Foto: acervo pessoal / divulgação

Bruna Hannouche, tem 29 anos e é proprietária e confeiteira na Cake Hannouche. Sua, marca é especializada em bolos artísticos e é hoje uma referência no mercado confeiteiro do Nordeste. Recentemente, teve o seu nome publicado incluído na famosa – e cobiçada – lista da Forbes “Under 30”, que destaca talentos jovens que comandam negócios promissores nas mais diversas áreas. O que levou a pernambucana a esse ranking, segundo ela mesma define, foi unir uma atividade que é muito marcada por tradição (o que remete ao engessamento) a muita inovação, talento e ousadia, como a criação de mais de 20 sabores diferenciados, além dos desenhos dos bolos feitos de forma digital e o uso de uma impressora 3D para fazer miniaturas, que o cliente pode guardar de lembrança.

Para o futuro, Bruna Hannouche revela que assinará todos os bolos da próxima edição do reality “Casamento às Cegas”, da Netflix, e também, adiantou ao Movimento Econômico que está em fase de produção sua plataforma exclusiva de streaming, onde a empresária vai dedicar seu tempo para ministrar cursos e mentorias especializadas. Confira abaixo a entrevista completa, em que a jovem confeiteira fala mais sobre sua trajetória e seus planos daqui para a frente.

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Bruna Hannouche
Inovação é uma marca do trabalho de Bruna Hannouche, que usa, por exemplo, uma impressora 3D em seus projetos. Foto: acervo pessoal / divulgação

Movimento Econômico (ME): Bruna, fale um pouco sobre a sua trajetória, desde seus primeiros passos na confeitaria, até chegar à Forbes Under 30, por gentileza

Bruna Hannouche (BH): Eu comecei na confeitaria de forma despretensiosa. Desde pequenininha sempre tive em mente que seria Procuradora. Então, todos os meus passos foram dados em direção ao Direito. Eu passei numa federal de Direito (a Faculdade de Direito do Recife, da Universidade Federal de Pernambuco) e estagiei em vários órgãos públicos, sempre trilhando a carreira que eu pensei que seria a minha. No meio do caminho, eu acabei presenteando uma pessoa com cupcakes coloridos (sempre gostei de presentes criativos) e essa pessoa saiu distribuindo os cupcakes para outras pessoas (já que eram muitos) e foi aí que tudo se iniciou. As pessoas comiam e perguntavam se eu fazia por encomenda. Costumo falar que fugi bastante, eu recusava e dizia que era apenas hobby, mas uma amiga, pegou meu sobrenome “Hannouche” e criou uma página e disse para eu administrar e ganhar um pouco de dinheiro. Foi aí que tudo começou…

ME: Quais aspectos do teu negócio ou da tua história, da tua atuação no mercado te levaram a esse reconhecimento da Forbes?

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BH: Muita coragem, ousadia, criatividade e capacidade de inovação em um mercado que era apegado ao tradicional. Além disso, sempre busquei qualidade alta nos produtos e no acabamento. Acho que uma empresa é feita de um conjunto, sempre tento somar da melhor forma possivel todas essas caracteristicas.

ME: Fala um pouco do teu negócio em números: há quantos anos ele existe, quantas pessoas vc emprega, faturamento…

BH: Esse ano de 2023 iremos fazer 10 anos de empresa. Eu comecei com 20 aninhos, ainda na faculdade e extremamente despretenciosa. A Cake Hannouche começou a entrar no mercado de eventos maiores e de luxo há aproximadamente 6 anos, desses 10. Eu tenho o total de 15 funcionários e um faturamento que gira em torno de R$ 150 mil a R$ 250 mil por mês.

ME: Como você acha que novos negócios, nesse contexto pós pandemia, num país com tantas barreiras ao empreendedorismo, como Brasil, podem superar tais entraves e achar um caminho sustentável e de sucesso no mercado, assim como o seu exemplo?

BH: A pandemia veio pra ensinar muita coisa. Quem de fato conseguiu enxergar abriu novos espaços e a mente para diferentes caminhos e abordagens. O Brasil, de fato, é um país que trata muito mal seus empreendedores. Você pode verificar isso em qualquer listagem de melhores países para se empreender, estamos sempre lá atrás, muitas vezes, junto, a nações falidas. O Brasil possui um potencial gigante e estar nessa situação deixa claro como sua parcela empreendedora é aguerrida e capaz. Mas, mesmo frente a tantos obstáculos, nosso país possui pessoas munidas de capacidade para se destacar. Acho que o que deve ser buscado é sair da caixinha. Foi assim que eu consegui, mesmo diante de uma pandemia, fazer a empresa crescer economicamente. Criar produtos novos, sustentáveis, procurar os nichos defasados de produtos, fazer o que ninguém quer fazer, por preguiça, ou medo de arriscar…. são algumas coisas que eu fiz durante a pandemia e pós a pandemia. Esse é um trabalho constante e cíclico, o bom empresário esta sempre em busca do melhoramento próprio e da empresa.

ME: O que vc acha que tem acontecido no Brasil que tem favorecido que cada vez mais jovens brasileiros figurem na lista Forbes Under 30? E como inspirar ainda mais pessoas a alcançarem esse reconhecimento?

BH: Eu acredito que a nova geração é uma geração desprendida do conceito de estabilidade. Somos jovens que buscamos a felicidade, a realização, fazer a diferença, impactar a sociedade, ajudar outras pessoas… acho que o foco do empreendedorismo jovem mudou. O sucesso, o dinheiro, tudo isso… se torna mera consequência de uma busca distinta dentro do ramo empreendedor. Eu pelo menos busco isso: ser feliz, cuidar dos meus, ajudar outras pessoas, melhorar meu país, meu estado… os objetivos são tantos, mas estabilidade, que tanto se buscava antigamente, mais estagna do que impulsiona. Acho que inspirar tem a ver com mostrar de verdade quem você é. Eu busco fazer isso nas redes sociais, presencialmente, numa palestra ou em qualquer lugar que eu for. A inspiração, ela vem de diversas formas, seja através de um ato, de uma palavra, de um exemplo… acho que a resposta certa esta no outro. Explico: eu posso fazer diversas coisas que muitos digam ser inspiradoras, mas, se o outro não estiver aberto para ser tocado e inspirado, se o outro não estiver buscando o crescimento próprio interior, profissional, de nada adiantaria. Acho que a inspiração funciona melhor quando há uma abertura no outro para receber.

ME: Quais os planos e próximos passos?

BH: Aaaah, isso é algo que me deixa até emocionada, só de falar… são tantos novos planos. Estamos vindo nesse ano de 2023 com plataforma de streeming, cursos online, mentorias presenciais e online, livro, workshops… é tanta coisa incrível…. Irei inaugurar nosso novo ateliê, onde teremos uma sala de aula, tanto pra abrirmos cursos nossos, como para alugarmos e tantos outros projetos virão de lá também. Estou animada ao extremo.

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