Hidrogênio verde atrai a atenção de europeus para o Porto de Pecém

Porto de Pecém prepara-se para receber a esperada refinaria de petróleo.
A ministra de Baden-Württemberg, Nicole Hoffmeister-Kraut, e o presidente de Pecém, Hugo Figueirêdo/Foto: divulgação Porto de Pecém

A última semana foi agitada no Porto de Pecém, no Ceará. Na quarta-feira (08) duas comitivas da Alemanha e Holanda visitaram o complexo portuário. A primeira foi da ministra da Economia de Baden-Württemberg (Alemanha), Nicole Hoffmeister-Kraut (CDU). A outra comitiva foi do diretor internacional do Porto de Roterdã (Holanda), Rene van der Plas.

Nicole Hoffmeister-Kraut visitou as instalações do complexo portuário para conhecer os projetos dea produção de hidrogênio verde. A ministra reforçou a necessidade de Baden-Württemberg ampliar o uso de energia limpa e apontou o Ceará como um potencial parceiro.

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Gostaríamos de acompanhar e participar desses primeiros passos do hidrogênio verde no Ceará. Temos conhecimento e podemos oferecer novas tecnologias. Achamos que as condições do Ceará são muito vantajosas, por toda a infraestrutura que se tem aqui e pela possibilidade de produzir hidrogênio a custos acessíveis”, disse a ministra.

Primeira molécula

No 19 de janeiro passado, houve o lançamento da primeira molécula de Hidrogênio Verde (H2V) produzida no Ceará – e no país. Foi o passo inicial no projeto piloto de H2V no Complexo Termelétrico do Pecém (UTE Pecém), que tem à frente a EDP Brasil e parceiras estratégicas.

Isso coloca o Ceará na vanguarda do H2V. Na reunião do Consórcio Nordeste em janeiro, os governadores da região definiram que a transição energética é pauta prioritária, dando ênfase na produção do hidrogênio verde e nas possibilidades econômicas e sociais que a cadeia produtiva do combustível proporciona. “Por isso, vejo com muito entusiasmo a vinda da comitiva ao Ceará para conhecer como estamos em relação à descarbonização da nossa matriz energética e à produção de hidrogênio verde”, comentou o governador Elmano de Freitas.

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Porto de Pecém
Porto do Pecém/Foto: reprodução do site oficial

Baden-Württemberg tem 11,5 milhões habitantes e um PIB de 540 bilhões de euros. É uma das regiões mais competitivas e mais avançadas economicamente da Europa, especialmente nos setores de alta tecnologia e de pesquisa e desenvolvimento.

Parcerias como essa reforçam o nosso compromisso de construir o maior polo de produção, consumo e exportação de hidrogênio verde da América Latina, destacou o presidente do Complexo do Pecém, Hugo Figueirêdo. Ele considerou o encontro como uma oportunidade de apresentar todo o potencial do Ceará na produção de hidrogênio verde.

Roterdã

Em sua visita a Pecém, o diretor internacional do Porto de Roterdã (Holanda), Rene van der Plas, também esteve com o governador e como o presidente do porto. Novamente, a principal discussão girou em torno dos desafios para a transição energética no Ceará e as oportunidades que são oferecidas ao Complexo do Pecém para os próximos anos.

Comitiva do Porto de Roterdã liderada pelo diretor internacional do Porto de Roterdã (Holanda), Rene van der Plas/Foto: divulgação Porto de Pecém

O Porto de Roterdã, principal porto da Europa, tem participação de 30% no Complexo do Pecém, numa joint venture formada com o Governo do Estado do Ceará em 2018. Os holandeses ocupam posições na Diretoria Executiva e no Conselho Fiscal e de Administração.

“A parceria com o Porto de Roterdã é um dos nossos principais diferenciais para viabilizar alguns grandes projetos aqui no Ceará, como é o caso do Hub de Hidrogênio Verde, tendo em vista que Roterdã está se tornando o principal Hub de Hidrogênio da Europa e nos oferece todo o know how e influência para captar novos investimentos”, disse Figueirêdo.

Com a parceria com os holandeses, o Complexo do Pecém conta com a expertise e o know-how do Porto de Roterdã para a gestão conjunta do complexo industrial e portuário. Isso, segundo Figueiredo, tem ampliando a capacidade de o Ceará atrair investimentos internacionais não somente na área portuária, mas também no segmento de infraestrutura e na instalação de novas indústrias na região, consolidando o Estado do Ceará como hub marítimo e o futuro Centro Logístico e Comercial da região. O valor total investido pelo porto holandês foi de 75 milhões de euros.

Refinaria

O Porto de Pecém nasceu com o propósito de ter uma siderúrgica e uma refinaria. Ele foi inaugurado em 2002. Demorou, mas a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) começou a operar em 2016. A refinaria, porém, não se concretizou.

Em janeiro deste ano, o Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE) aprovou o projeto de refino industrial da empresa Noxis Energy. Agora, finalmente, uma planta será instalada no Setor 2 da ZPE Ceará. Serão gerados 150 empregos diretos e aproximadamente 3.000 postos de trabalho indiretos.

Com a aprovação, a refinaria está autorizada a instalar e produzir GLP, Gasolina A, Diesel Automotivo, Diesel Marítimo (MGO) e Óleo Combustível Marítimo (Bunker). O projeto, que já está em processo de licenciamento ambiental. A capacidade de refino é de 50.000 barris por dia. Quando totalmente implantada, a produção deve alcançar 1,5 milhão toneladas por ano de combustível, até 2025.

A aprovação do CZPE também garante à refinaria do Pecém os incentivos administrativos, cambiais e tributários oferecidos pelo regime de ZPEs no Brasil, além de uma segurança jurídica pelo prazo de 20 anos, desde que cumpridas as determinações legais. As empresas instaladas em ZPE também contam com procedimentos burocráticos simplificados, conforme a legislação nacional.

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