Novo terminal de contêineres vai investir R$ 2,6 bilhões em Suape

O novo terminal de contêineres da APM vai receber um investimento de R$ 2,6 bilhões e entrar em operação no final de 2025.
Estaleiro Atlântico sul
O APM Terminals ofereceu R$ 455 milhões para ficar com uma área do Estaleiro Atlântico Sul, que está em recuperação judicial. Foto: Divulgação/Suape

O Porto de Suape terá um novo terminal de contêineres da APM Terminals, – que pertence a uma das maiores operadoras do mundo, a Maersk -, que deve receber um investimento de R$ 2,6 bilhões com o início da operação previsto para o final de 2025. O APM Terminals ofereceu R$ 455 milhões para adquirir a área Pré- constituída B do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), que está em recuperação judicial. Inicialmente, o empreendimento terá a capacidade de movimentar até 400,000 TEUs, aumentando a capacidade do complexo portuário em 55%. A empresa também pretende movimentar cargas gerais no novo empreendimento.

Antes do novo terminal entrar em operação, o Porto de Suape vai fazer a dragagem do canal de acesso e da bacia de evolução. ”A perspectiva é de que Suape cresça três vezes mais num setor que agrega valor a carga de importação e exportação, mudando o patamar da carga de Pernambuco e de Suape a médio e longo prazo”, diz o presidente do Porto de Suape, Roberto Gusmão. “Foi uma vitória política muito importante, que vai consolidar um novo rumo ao porto”, acrescentou.

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A APM Terminals tem um protocolo de intenções assinado com o Porto de Suape para implantação do terminal de contêineres. “Agora, será feito o licenciamento, a modificação do objeto da área e modificações no cais”, comenta Roberto. Do total a ser empregado, R$ 1,8 bilhão será em obras civis e o restante em equipamento. A obra deve gerar cerca de 2 mil empregos e o empreendimento deve gerar 500 vagas de trabalho, quando for concluído.

Até hoje, a movimentação de contêineres era exclusividade do Tecon-Suape operado pelo grupo filipino a ICTSI Rio, que opera este tipo de carga desde 2001 no porto pernambucano. As tarifas cobradas pelo Tecon-Suape são muito caras e em parte isso se deve ao contrato de concessão assinado entre o governo de Pernambuco em 2001 e a empresa. Os custos da outorga estão sendo repassados para a cobrança da tarifa, segundo empresários locais, o que fez alguns tipos de cargas procurarem os portos vizinhos em busca de preços mais competitivos, como ocorreu com as frutas do Vale do São Francisco. No ano passado, foram movimentados 455 mil TEUs no Porto de Suape. TEU é uma unidade que equivale a carga transportada por um contêiner de 20 pés.

“Um terminal privado de contêineres fora do porto organizado vai estabelecer um nível de concorrência importante com reflexo direto nos custos dos produtos que utilizam insumos importados e dos que são exportados pelo porto”, comenta o diretor de Planejamento e Gestão de Suape, Francisco Martins. O terminal privado não vai ter que pagar as taxas nem obedecer as mesmas regras do porto organizado e isso provavelmente vai resultar em tarifas mais baixas.

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Segundo Roberto Gusmão, o processo de revisão do equilíbrio econômico financeiro do contrato do Tecon-Suape para que a empresa pague um preço mais justo está há três anos sendo analisado pela Secretaria Nacional dos Portos, que tem a decisão final sobre o que acontece no porto organizado desde 2013, quando a então presidente Dilma Roussef tirou a autonomia de todos os portos organizados, como é o caso de uma parte de Suape. “Temos que dar condições melhores para que o Tecon-Suape consiga competir a longo prazo”, afirma Gusmão.

Leilão

A proposta da APM Terminals no valor de R$ 455 milhões encerrou uma novela que se estende há mais de ano sobre uma das áreas que pertence ao EAS. A APM foi colocada no processo de recuperação judicial como como stalking horse e tinha oferecido, durante o processo de recuperação judicial, R$ 300 milhões para adquirir a área. O Stalking horse é um concorrente da disputa judicial que tem a preferência na compra do bem que será vendido.

Depois de ser adiado pelo menos duas vezes, o leilão para a venda das áreas do EAS ocorreu na quinta-feira (21), quando o grupo pernambucano Conepar, do Cone, ofereceu uma proposta de R$ 450 milhões para comprar a área na qual a APM Terminal também tinha interesse. A Justiça deu um prazo de três dias para que a APM se manifestasse e a empresa decidiu cobrir a proposta, ofertando o valor de R$ 455 milhões para adquirir a área.

Em nota, o APM Terminals informou que espera ver concluídos as etapas do leilão judicial e acertos finais entre o EAS e a APM Terminals para a empresa ser oficialmente declarada a vencedora do leilão e acrescenta: “o fechamento da transação ainda está sujeito à obtenção das aprovações regulatórias relevantes e certas licenças e autorizações necessárias para instalar e operar o novo terminal.”

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