O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aprovou uma operação de crédito de US$ 260 milhões – que corresponde a cerca de R$ 1,3 bilhão – para a Prefeitura do Recife, que serão aplicados num projeto de melhoria da infraestrutura e das condições de habitabilidade de comunidades de baixa renda da cidade: o ProMorar (Programa de Requalificação e Resiliência Urbana em Áreas de Vulnerabilidade Social).
Apontado como o maior projeto de requalificação urbana e social do Recife, o ProMorar foi lançado em agosto de 2021 e, num prazo de oito anos, deve alcançar 40 comunidades da capital pernambucana, incluindo as que foram afetadas pela tragédia das chuvas ocorrida em maio de 2022. “Vamos fazer os serviços em quatro lotes, contemplando dez comunidades em cada um. Acreditamos que em cada lote o programa leve dois anos para ser implementado, com obras de contenção de encostas, construção de novos equipamentos públicos, como quadras e parques, instalação das redes de saneamento e esgotamento sanitários e também intervenção nas moradias, quando necessário”, explica Beatriz Menezes, secretária executiva de Captação de Recursos da Prefeitura do Recife.
Ainda de acordo com Beatriz Menezes, o projeto foi aprovado pelo BID sem ressalvas e está em fase de transição, saindo do estágio de alocação de recursos para a implementação prática. O Consórcio TPF e a empresa Eng Consult já foram contratados e iniciaram os trabalhos de elaboração dos projetos, “que tem o diferencial de contar com a escuta da população. A primeira comunidade onde esse trabalho já está acontecendo é a João Paulo II, que fica próxima ao Compaz do Coque. Lá, as equipes já estão visitando as casas, conhecendo as necessidades apontadas pela população e trabalhando a participação popular no projeto”, esclarece a coordenadora.
Esse modelo de gestão participativa de projetos de intervenção urbanística é inspirado num trabalho semelhante, feito na cidade de Medellín, na Colombia – cidade conhecida por ser alvo da intervenção do tráfico de drogas e da violência. “A prefeitura contratou o consultor colombiano Jorge Melguizo, que atuou na transformação em Medellín, e que está nos ajudando na aplicação do ProMorar com esse grande diferencial, que é a engenharia trabalhar alinhada às necessidades da população para quem o trabalho está sendo feito”, disse Menezes.
Ao todo, o ProMorar deve beneficiar de forma direta entre 50 e 70 mil pessoas, moradoras das áreas alcançadas e quase 600 mil recifenses de forma indireta. Dentro do programa, estão previstos também serviços macrodrenagem para o melhor escoamento das águas das chuvas, além do alargamento da calha e dragagem de rios Tejipió, Jiquiá e Moxotó – o que deve reduzir em 40% os pontos de risco de grau mais severo do Recife, onde são registradas as maiores perdas (humanas e materiais) durante as enchentes anuais que afetam a cidade. A Prefeitura deverá iniciar as obras do ProMorar no segundo semestre de 2023.
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