Quem gastou mais com cartão corporativo, Bolsonaro, Lula, Dilma ou Temer?

Medida atende uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), tomada em novembro do ano passado.
Lula, Dilma Temer e Bolsonaro: gastos milionários com cartão corporativo/foto: montagem ME

O governo federal tornou público, nesta quinta-feira (12), os gastos com o cartão corporativo dos ex-presidentes da República entre 2003 e 2022. Regido por um decreto federal, o cartão de gastos do governo é utilizado para pagamento de despesas materiais e prestação de serviços, como hospedagem, transporte e alimentação, por exemplo.

Segundo o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, a liberação dessas informações – que abrangem os mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), Dilma Rousseff (2011-2016), Michel Temer (2016-2018) e Jair Bolsonaro (2019-2022) –  atende uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), tomada em novembro do ano passado.. Desde 2017, segundo o ministro, a corte de contas discutia a forma como essas informações deveriam ser divulgadas.

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Pelas planilhas disponibilizadas, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que terminou o mandato no fim do ano passado, gastou cerca R$ 27,6 milhões entre 2019 e 2022 no cartão corporativo. A maior parte dos gastos se refere a hospedagem (R$ 13,7 milhões), tanto em viagens nacionais quanto internacionais; alimentação e supermercado (R$ 10,2 milhões). Também há gastos com abastecimento e outras despesas.

Gastos com cartão

No primeiro mandato do presidente Lula foram gastou R$ 22 milhões – considerando os valores da época. No segundo mandato também somam R$ 22 milhões. Dilma Rousseff, na primeira gestão, gastou R$ 24,5 milhões no cartão corporativo da presidência. Já, no segundo mandato, que dividiu com Michel Temer, o valor totalizou R$ 18 milhões.

Quando os valores são corrigidos pela inflação, o 1º governo Lula gastou R$ 59 milhões, e o segundo, R$ 47,9 milhões. Já Dilma gastou R$ 42,3 milhões em seu primeiro mandato e, no segundo (com Temer), R$ 25,5 milhões – gastos reduzidos pelo impeachment. Bolsonaro, por sua, vez gastou em valores corrigidos R$ 32,6 milhões. Analistas lembram que os primeiros governos de Lula foram marcados por muitas viagens internacionais, o que eleva o custo dos gastos. O mesmo não se pode dizer de Bolsonaro, porque seu mandato foi afetados pelo lockdown da pandemia e também, porque o ex-presidente não era muito popular internacionalmente.

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Despesas de Bolsonaro

Entre os gastos de Bolsonaro que chama atenção estão 44 despesas que somam R$166 mil em hospedagem, alimentação e combustível feitas entre os dias 9 e 10 de julho de 2021, na Serra Gaúcha e em Porto Alegre, quando o ex-presidente fez passeios de moto com apoiadores. Outros R$ 8,6 mil foram gastos em 62 compras em cinco sorveterias. Esses são apenas alguns exemplos.

O que se espera é que presidentes, ministros e funcionários próximos usem seus salários para gastos pessoais. Lembrando que o caso de uma tapioca comprada com cartão corporativo pelo então ministro dos Esportes Orlando Silva virou um escândalo em 2008.

Pela Lei de Acesso à Informação, os dados que coloquem em risco o presidente e vice-presidente, incluindo cônjuges e familiares, deve ser mantido sob sigilo até o término do mandato.

“O Acórdão [do TCU] do dia 30/11 determinou que a divulgação deve ser feita e com transparência ativa, portanto, publicada no site de transparência do governo”, explicou Pimenta.

Para cumprir a determinação, o governo anterior teria disponibilizado os dados até 2018, no fim de dezembro. Já no dia 6 de janeiro, com o término do mandato de Bolsonaro, os dados do período 2019 a 2022 também foram incluídos.

A disponibilização dos números também é decorrente de um pedido da agência Fiquem Sabendo, especializada no acesso a informações públicas.

Recursos

De acordo com Paulo Pimenta, esses dados agora disponíveis sobre o cartão corporativo presidencial não se referem a outros sigilos que estão sob análise da Controladoria Geral da União (CGU). No dia 1º de janeiro, logo ao tomar posse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto determinando que a CGU analisasse a necessidade de manutenção ou levantamento de sigilo de uma série de dados.

O ministro explicou que, ao longo dos últimos 4 anos, mais de 65 mil informações solicitadas por cidadãos no Portal da Transparência tiveram acesso negado. Dessas, restaram 2 mil informações, em que os solicitantes interpuseram recursos, e que caberá à CGU dar a palavra final. O órgão tem até o fim deste mês para emitir o parecer, conforme o decreto de Lula.

*Com Agência Brasil

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