Valéria Saturnino explica o RendA+, uma nova opção para planejar a aposentadoria

A principal diferença do RendA+ para os demais títulos é que, ao invés de receber o valor completo no vencimento, a pessoa pode recebê-lo em parcelas pelos 20 anos seguintes.
Valéria Saturnino

Podemos começar 2023 com uma ótima novidade para quem estava buscando um investimento para a aposentadoria: o novo Título do Tesouro Direto RendA+, que tem perfil voltado para aposentadoria complementar.

Desde a última segunda, 30 de janeiro, que o RendA+ já está disponível na plataforma do Tesouro Direto (https://www.tesourodireto.com.br/rendamais/). Seu perfil é parecido com o Tesouro IPCA+, pois ambos os títulos rendem um percentual fixo de juros acrescido da inflação medida pelo IPCA, garantindo assim o poder de compra.

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A principal diferença do RendA+ para os demais títulos é que, no vencimento do mesmo, ao invés de receber o valor completo, a pessoa tem a opção de receber os valores investidos em parcelas pelos vinte anos seguintes, justamente como forma de complementar a renda mensal da aposentadoria. Além disso, destaca-se que o saldo do investimento que ainda permanece nesse período de recebimento em parcelas continua sendo corrigido pela inflação, mantendo o poder aquisitivo do investimento.

Outra vantagem do RendA+ é a possibilidade de isenção da taxa de custódia (que é paga à B3 pela operacionalização dos títulos junto ao Governo Federal) para quem mantiver o investimento até o prazo de resgate. Em caso de resgate antecipado, haverá a cobrança da taxa de custódia sobre o valor resgatado, a depender do tempo de investimento.

Os títulos disponíveis permitem a acumulação de valores entre oito anos (RendA+ 2030) e 42 anos (RendA+ 2065), flexibilizando o tempo de aposentadoria escolhido. Na tabela abaixo, segue a simulação que fiz do RendA+ para três valores de renda complementar em todos os títulos.

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A simulação no site do RendA+ não é garantia de investimento, pois as taxas de rendimento mudam conforme o IPCA. Basicamente são feitas quatro perguntas no simulador: quantos anos você tem, com quantos anos deseja começar a receber a renda complementar, quanto deseja receber por mês após o prazo de investimento e quanto teria para dar de entrada atualmente.

Fiz duas simulações para apresentar aqui, a primeira delas considerando que o investidor deseja receber R$ 2.000 por mês de renda complementar durante vinte anos após o prazo do investimento, investindo na primeira parcela R$ 200. A segunda simulação, mais ousada, para quem deseja receber R$ 5.000 por mês de renda complementar durante vinte anos após o investimento, com valor inicial de R$ 500. Seguem as tabelas.

Como é possível observar, o prazo de aportes mensais conta consideravelmente na diminuição do valor dos aportes. Se o investidor quisesse começar a receber R$ 2.000 por mês durante vinte anos daqui há oito anos, teria que depositar durante 96 meses o valor de R$ 2.132,80, ou seja, maior do que a própria meta. Já se aumentasse esse prazo para 13 anos (156 aportes), o valor investimento mensalmente deveria ser de cerca de R$ 900. Por incrível que pareça, investir apenas R$ 40 por mês durante 43 anos traria o mesmo valor, por isso a importância de começar a juntar cedo para a aposentadoria.

Pensar em investimentos para a aposentadoria é pensar no longo prazo, e quanto antes você começar, melhor. O RendA+ aparece como uma grande vantagem, pois basta ter uma conta em uma corretora e no site do Tesouro Direto, que com R$ 30 por mês você consegue começar a investir. É um investimento para quase todos.

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