Graças ao turismo, vendas em outlets crescem em julho, diz About

Com três outlets, o Nordeste tem o turismo a seu favor. É preciso, no entanto, que os receptivos valorizem esse equipamento como atrativo turístico.
Recife Outlet
Recife Outlet, situado na BR-232, em Moreno, é um dos mais novos em operação no Brasil/Foto: divulgação

“Os outlets estão salvando as marcas”. A afirmação é de André Costa, CEO da About, a Agência Brasileira de Outlets. “O e-commerce e os outlets são os dois canais onde o comércio mais cresce”, assegura. Segundo o CEO, o mês de julho foi difícil em todas canais de vendas, com exceção desses dois. O que favoreceu os outlets foi o mês de férias, já que os turistas são grandes consumidores nesses espaços de compras.

O Brasil tem hoje 18 outlets – três no Nordeste – que movimentam R$ 5 bilhões. Nos Estados Unidos, onde essa indústria nasceu, são mais de 220, movimentando US$ 50 bilhões. Entre 2006 e 2013, 33 Outlet Centers foram inaugurados nos EUA, enquanto apenas um shopping tradicional abriu as portas.

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O último relatório de mercado da About, revela que entre 2023 e 2025 oito novas unidades devem abrir as portas no Brasil. É um salto significativo se considerarmos que de 2009 – quando surgiu o primeiro equipamento em São Paulo – para cá, 18 unidades entraram em operação no país.

O Nordeste viu seu primeiro equipamento em 2014, com Outlet Primum de Fortaleza. Depois veio o de Salvador, e, em 2021, o Recife Outlet abriu as portas na BR-232, em Moreno, pela iniciativa do Grupo BCI. Em Pernambuco, esse negócio chegou com atraso devido ao aquecimento do polo logístico do Grande Recife, que elevou o preço dos terrenos.

Nordeste, porém, tem algo a seu favor: o apelo turístico. É preciso, no entanto, que os receptivos de turismo entendam esses equipamentos como atrativos turísticos. Porque o turista é um consumidor potencial, propenso a gastar, com dinheiro e tempo sobrando. Se isso acontecer, ganham todos, inclusive a cidade, que poderá reter seu visitante por mais tempo.

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Turistas no Nordeste

Segundo dados da ANAC, o aeroporto internacional de Salvador movimentou no, 1º semestre de 2023, um volume de 3,19 milhões de passageiros domésticos no (embarque e desembarque), representando um crescimento de 1,8% em relação ao mesmo período de 2022.

O aeroporto internacional de Guararapes, em Recife, registrou uma queda de 0,5% na movimentação em relação a 2022, com 4,07 milhões, mas segue como principal aeroporto da Região Nordeste. A movimentação de passageiros no aeroporto de Fortaleza foi de 2,617 milhões no 1º semestre  de 2023, correspondendo a um incremento de 3,6% em relação a igual período de 2022.

“Converter o fluxo de turistas para os outlets nordestinos ajudará na sua consolidação e podemos então passar a pensar em expandir mais equipamentos pela a região”, analisa André Costa. Por hora, os equipamentos no Nordeste têm como desafio a qualificação e ancoragem. E todos eles precisam que o público não os confundam com galerias de centros urbanos, homônimas, que em vez de grifes vendem marcas falsificadas.

dados outlet
Fonte: About

Consumidor dos outlets

São pessoas das classes A, B e C os maiores consumidores desse mercado. Os dois primeiros são clientes das marcas que aproveitam os outlets para obter ganhos em promoções. Já o público C é aquele cliente aspiracional, que não é consumidor fiel mas adquire a marca graças aos descontos que consegue nos outlets. Ele tende a se tornar fiel através desses espaços de compras. “É por isso que se diz que os outlets abrem a base de clientes de forma significativa para as marcas”, diz André Costa.

Cenário favorável

“Alguns fatores favorecem os outlets, como a crise econômica, que tende a criar a consciência sobre os preços e levar os consumidores a buscar mais oportunidades”, completa o CEO. Já o dólar em alta diminui os gastos de vestuário no exterior mesmo entre público A e B, que troca as viagens pelas compras em outlets. O aumento da inflação, segundo André Costa, é outro fator favorável: ele reduz o poder de compra e direciona clientes para esses centros. E como os outlets conseguem dar descontos que chegam a até 70, 80%? “Porque seu custo operacional é mais baixo. Em geral as construções são abertas e planas, sem ar condicionado central, elevadores e escadas rolantes, permitindo grande economia de energia”, ensina.

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