A energia eólica na Bahia começa 2024 com o anúncio de mais dois parques entrando em operação, depois de encerrar 2023, com 50 novos empreendimentos iniciando a produção em escala comercial no estado. Na região do rio São Francisco, a gestora Pátria Investimentos vai finalmente ativar, até o final deste ano, o Complexo São Vítor, com 465 megawatts. Já o Grupo Statkraft acaba de inaugurar o Complexo Ventos de Santa Eugênia (518 MW).
No caso do São Vítor, o cronograma tem um atraso, até o momento, superior a 12 meses, devido à demora na entrega das 75 turbinas pela Siemens Gamesa. Segundo a Essentia Energia, braço do fundo Pátria no setor, esses contratempos técnicos foram superados.
Localizado nos municípios de Xique-Xique, Gentio do Ouro e Itaguaçu, o complexo é um investimento de R$ 2,3 bilhões, dos quais R$ 910 milhões financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Com 14 parques eólicos integrados em uma área de 125 hectares.
Energia eólica na Bahia: atraso do São Vítor supera 1 ano
O São Vítor, com 75 torres, começou a ser construído em janeiro de 2021 e deveria ter sido concluído no último trimestre de 2022. É o primeiro projeto de eólica da gestora na Bahia, estado que ocupa a vice-liderança nacional em capacidade instalada de empreendimentos desse tipo e geração no segmento.
Também por meio da Essentia, o Pátria tem um segundo negócio na área de energia já inagurado no estado. É o Complexo Fotovoltaico Sol do Sertão, ativado em 2021. O empreendimento ocupa uma área de 1 mil hectares no município de Oliveira dos Brejinhos (microrregião de Boquira), a 605 km de Salvador. Com oito usinas, o projeto é um dos maiores em potência instalada no país, totalizando 474 MW.
Statkraft tem maior projeto fora da Europa
A Statkraft, uma das maiores geradoras de energia renovável da União Europeia e líder em energia hidrelétrica, inaugurou, este mês, o Complexo de Santa Eugênia, maior empreendimento do grupo fora da Europa.
Localizado nos municípios de Uibaí e Ibipeba, na mesma microrregião de Xique-xique, o empreendimento recebeu investimentos de R$ 2,3 bilhões. Conta com uma área total de 489 hectares, onde estão localizados 14 parques eólicos, totalizando 91 aerogeradores de 5,7 megawatts cada.
A produção de energia do projeto é estimada em 2.300 Gigawatt-hora (GWh) por ano, o suficiente para abastecer 1,17 milhão de residências brasileiras.
Energia solar na Bahia quase dobra capacidade da Statkraft
Com esse empreendimento, a empresa amplia em 73% sua capacidade eólica no Brasil, passando de 710 MW para 1.229 MW, e não vai parar por aí. A projeção da companhia é de, até o final de 2024, atingir uma potência total instalada no país, de 2.230 MW, somando-se os projetos hidrelétricos, eólicos, solares e baterias.
O CEO da Statkraft, Christian Rynning-Tønnesen, destaca a importância do projeto baiano para o grupo. “O desenvolvimento bem-sucedido do Complexo de Santa Eugênia, na Bahia, é um marco para a Statkraft no Brasil e mostra nosso compromisso em contribuir para a transição energética verde no país”, afirma.
“Isso coloca a Statkraft entre as dez maiores empresas eólicas no mercado de energia mais importante da América Latina”, ressalta.
Gigante europeia terá projeto solar híbrido
A Statkrakt vai iniciar este ano, segundo cronograma divulgado, a construção de um parque VSE Solar Híbrido na Bahia. O objetivo é aproveitar a complementaridade das centrais geradoras de energia eólica de Santa Eugênia com a geração solar.
O empreendimento – com capacidade prevista de 682 MWac – vai utilizar tecnologia BESS, que usa o mesmo ponto de conexão entre as duas energias. Oficialmente, será a estreia da empresa na geração solar.
O projeto, que foi 100% desenvolvido pela própria multinacional, traz como principal inovação o uso de baterias para armazenamento da energia produzida. A previsão é de que as obras comecem ainda no primeiro semestre deste ano e que as operações sejam iniciadas em 2025.
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