Sua fonte de informação sobre os negócios do Nordeste

Sua fonte de informação sobre os negócios do Nordeste

BYD lança pedra fundamental para acelerar operação do Brasil

No Brasil, a BYD vai produzir carros híbridos a etanol, ao contrário do que faz na China.
BYD
Foto: BYD Divulgação

Nesta segunda-feira (09), a chinesa BYD, uma das maiores fabricantes de carros elétricos do mundo, promoverá a cerimônia de lançamento da pedra fundamental da sua futura montadora em Camaçari, na Bahia. Para o estado, será um marco importante, uma reviravolta dois anos após o fechamento da fábrica da Ford, fato que abalou a economia baiana e deixou um rastro de desemprego na região. Para o Nordeste, um avanço na consolidação da região como polo automotivo descarbonizado.

A BYD investirá R$ 3 bilhões para instalar três fábricas na Bahia. As unidades irão produzir chassis de ônibus, caminhões elétricos, veículos de passeio elétricos e híbridos, e processar lítio e ferro fosfato. A expectativa é iniciar a produção entre o fim de 2024 e o começo de 2025. A capacidade estimada será de 150 mil veículos por ano na primeira fase de implantação.

No Brasil, a BYD vai produzir carros híbridos a etanol, ao contrário do que faz na China. Lá, a maioria dos modelos são híbridos plug-in, ou seja, suas baterias podem ser recarregadas na tomada ou pelo gerador que fica no próprio carro, movido a gasolina. De acordo com a classificação chinesa, esse tipo de veículo é considerado “zero emissões”, embora use combustível fóssil. Mas isso aqui não cola. No Brasil, a BYD vai mesmo ter que entrar na pauta da descarbonização legítima, o que, por tabela, beneficia outra montadora: a Stellantis.

A razão é que a produção de veículos híbridos e 100% elétricos requer novos fornecedores alinhados com a agenda da descarbonização. A Stellantis já comunicou ao mercado sua meta de zerar emissões globais em 2038. Para isso, seus carros precisam ser providos de peças que gerem zero carbono no seu ciclo de produção.

Stellantis e BYD vão necessitar de fornecedores locais para reduzir custos e otimizar a produção. Pelas contas do setor automotivo, é necessário que a produção de veículos alcance ao menos 200 mil unidades para justificar os investimentos de sistemistas nos supplier parks dessas montadoras. As operações simultâneas nos dois estados farão com que essa conta feche mais facilmente.

- Publicidade -
Byd
BYD Dolphin é um dos modelos vendidos pela BYD no Brasil. Imagem: BYD

Disputa com a Tesla

A disputa da BYD com a norte-americana Tesla pela liderança nas vendas de carros elétricos no mundo será boa para o Brasil. A empresa já anunciou, através de chairman do seu Conselho de Administração, Alexandre Baldy de SantÁnna Braga, que em cinco anos quer estar entre as três maiores montadoras do Brasil em produção e vendas, o que lhe dá muito fôlego na briga com a Tesla.

A imprensa global alardeou em junho, que a montadora chinesa havia ultrapassado a norte-americana como a maior fabricante de veículos elétricos do mundo, tendo vendido cerca de 641.000 EVs (incluindo PHEVS), no primeiro semestre de 2022, contra os 564.350 da Tesla.

Mas é preciso entender nem todos esses veículos eram totalmente elétricos. Do total, pouco mais de 50% (323.519 unidades) eram veículos elétricos a bateria (BEV); o resto eram híbridos plug-in (PHEV). Como os 564.743 veículos da Tesla são totalmente elétricos, em tese, ela segue como a maior fabricante de veículos elétricos a bateria do mundo em vendas.

Força da BYD

A BYD levou 13 anos do carro elétrico número 1 até o carro elétrico 1 milhão. E 18 meses entre o carro 1 milhão e 3 milhões e apenas 9 meses entre o carro 3 milhões e o carro 5 milhões que saiu da fábrica em agosto deste ano.

A BYD se apresenta como uma greentech que se dedica a fornecer soluções de energia com emissão zero para reduzir a dependência global de combustíveis fósseis. Visão da marca é reduzir a temperatura da Terra em 1°C com ajuda do ecossistema da empresa, que tem painéis solares para captação de energia, baterias para o armazenamento e os veículos elétricos que não poluem.

 Leia série de reportagens O Desafio da Neoindustrialização:

Neoindustrialização do Brasil vai passar pela energia renovável do Nordeste

No Nordeste, setor automotivo sai na frente na corrida pela neoindustrialização

Neoindustrialização abre passagem para o verde

- Publicidade -
- Publicidade -

Mais Notícias

- Publicidade -