Energia solar por assinatura avança em Pernambuco

Portuguesa EDP tem meta de 800 assinantes de energia solar em Pernambuco até dezembro próximo, enquanto a Setta quer ter a modalidade como carro-chefe do negócio até 2028
Energia solar: EDP tem meta de 800 assinantes em Pernambuco até dezembro de 2023
Energia solar: EDP lança assinatura no Nordeste, primeiro em Pernambuco, e, em 2024, ativa o serviço na Bahia e Ceará/Foto: Blog Intelbras (Site)

A energia solar por assinatura avança no Nordeste, onde empresas como a portuguesa EDP estão lançando o serviço e as que já contam com a modalidade esperam que a participação do produto cresça na receita, nos próximos cinco anos. A Setta, por exemplo, estima que uma fatia de 80% do faturamento da companhia virá dessa venda remota.

O serviço não é novidade em Minas Gerais e Paraná. Mas, em outros estados, como São Paulo, só chegou em agosto desse ano. No Nordeste, a EDP vai estrear a assinatura, em Pernambuco, nesses últimos meses de 2023, para começar o fornecimento entre março e abril de 2024.

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A fase atual é dedicada à captação de clientes – com uma meta de 800 contratos até dezembro – e ações de marketing, principalmente nas redes sociais.

Energia solar por assinatura para pequenas e médias empresas

O foco da EDP é o mercado B2B e o serviço de assinatura – chamado Solar Digital – tem como target as pequenas e médias empresas que consomem a partir de R$ 300 de energia por mês. No caso de Pernambuco, o nicho de maior interesse para a empresa é o varejo, no qual os estudos apontaram uma maior demanda para a modalidade.

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É uma excelente alternativa para pequenos lojistas que não têm recursos para investir em equipamentos próprios ou não dispõem de área para instalação das placas”, afirma o diretor comercial Diogo Baraban.

“Além disso, tem todo um apelo de branding, de posicionamento da empresa para seus consumidores como ambientalmente responsável, sem que ela precisa investir em geração de energia limpa”, acrescenta.

A clientela local será atendida a partir da usina, de 1,25 megawatts (MW), que a EDP está construindo no município pernambucano de Pedra, a 256 quilômetros do Recife e que foi projetada para o serviço por assinatura.

A planta integra um pacote de investimentos em geração que a EDP está executando no Brasil. O empreendimento se encontra em fase final de implantação, será ativado no final deste ano e começa a operar comercialmente no primeiro trimestre de 2024.

Energia solar: EDP lança assinatura na Bahia e Ceará em 2024

Depois de Pernambuco, o Solar Digital será expandido para mais dois estados nordestinos: Bahia e Ceará. No mercado baiano, a multinacional também está construindo uma usina, de 2 MW.

Atualmente, o produto está disponível no Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. Não há taxa de adesão ou fidelidade de contrato. Também não há troca de medidor ou qualquer alteração/adaptação no imóvel.

Saiba como funciona a energia solar por assinatura da EDP

No Solar Digital – em que a contratação é 100% on-line – os créditos de energia gerados pela EDP são injetados na rede elétrica da distribuidora local. Ou seja, a energia chega até o consumidor da mesma forma, pela rede da distribuidora de energia, mas com desconto.

A única diferença para o consumidor, além da economia e do ganho ambiental, é que ele passa a receber duas faturas: a da EDP, com a energia solar consumida, e a da sua distribuidora local. A conta da concessionária da região passa a vir com 10% de desconto e os custos obrigatórios (disponibilidade, iluminação pública, impostos não compensáveis de PIS/COFINS e ICMS), além do excedente de energia, caso tenha consumido mais kW do que o volume de solar contratado.

Para agregar valor à assinatura, a EDP também está investindo na oferta de consultoria aos consumidores, para maximizar a redução de custo.

“Nosso time de gestão de clientes monitora, mês a mês, o perfil de consumo de cada unidade, a fim de realizar os ajustes necessários e calibrar a alocação dos créditos de energia solar”, explica Diogo Baraban.

“Dessa forma, havendo disponibilidade na usina, o volume de créditos a serem injetados é ajustado automaticamente pela EDP para cima, fazendo com que o assinante tenha uma economia maior de custos com energia, ao usar mais geração solar e reduzir a conta na distribuidora”, acrescenta.

EDP avança no mercado de energia solar, onde está consolidada na geração distribuída

A EDP está expandindo seu portfólio, por meio da assinatura de energia. Antes, o principal negócio da empresa era a oferta de soluções de infraestrutura para o setor corporativo, como a construção de projetos de geração e microgeração solar distribuída para venda da energia a empresas, área em que é uma das pioneiras no mercado global.

No Brasil, a meta da companhia é, com investimento de R$ 2,3 bilhões, atingir 530 MW de capacidade instalada em geração solar distribuída até 2026, crescimento de 520% em relação a 2022. Este ano, a empresa está construindo 50 usinas, com capacidade somada de 170 MW, o que vai ampliar sua potência total instalada para 260 MW.

País que tem um dos maiores níveis de incidência solar no planeta, o Brasil é uma das prioridades da EDP, que está presente em 29 países, com ativos totais de R$ 41 bilhões e 12 mil colaboradores, entre diretos e terceirizados. O mercado brasileiro, onde a marca atua há 27 anos, é aquele em que a empresa tem o segundo maior volume de operações no mundo.  

A EDP atua nos segmentos de geração, distribuição, transmissão e comercialização de energia, além do desenvolvimento, construção e manutenção de ativos eólicos e solares.

Energia solar: modelo de assinatura vai representar cerca de 80% do faturamento da Setta, que espera ter cinco mil clientes até 2028
Setta Energia: Geraldo Uchôa, João Pontual, Augusto Andrade são os sócios da empresa/Foto: Setta (Divulgação)

Pernambucana Setta Energia aposta as fichas no novo produto

A pernambucana Setta Energia, sediada no Recife, há sete anos no mercado – e com faturamento anual de mais de R$ 100 milhões por ano –  trabalha com a meta de que a energia renovável se torne o seu principal negócio nos próximos cinco anos.

“Nesse panorama, estimamos que o modelo de assinatura vai representar cerca de 80% de nosso faturamento e terá uma base de cinco mil clientes até 2028, seguindo uma tendência mundial de crescimento desse tipo de venda de energia limpa”, afirma o sócio-diretor Augusto Andrade.

“Os outros 20% serão provenientes de inovações ou novos setores dentro do escopo de geração de energia limpa e sustentável, que é nosso principal objetivo”, acrescenta.

Ele acredita que o potencial da energia renovável, particularmente a assinatura, é enorme, considerando os atrativos de economia para o consumidor e o apelo da geração solar num cenário mundial de descarbonização da economia.

“Incentivamos nossos clientes a considerarem o impacto ambiental, fazendo a seguinte pergunta: você prefere pagar por uma energia suja e cara ou optar por uma energia limpa, renovável e mais barata?”, frisa.

“Fechamos a negociação com o argumento imbatível de que nossa geração é 100% limpa e renovável. E que o cliente não precisa fazer nenhum investimento ou obras em seu estabelecimento, pois a energia é gerada em nossas usinas e oferecida com um desconto de 20% em relação às distribuidoras convencionais presentes nos estados onde atuamos”, ressalta.

Setta expande capacidade instalada de energia solar em 25 MW

A Setta atua em Pernambuco e no Rio Grande do Norte, e está em fase de expansão para outros estados do Nordeste, possuindo mais de mil clientes no mercado corporativo. A companhia companhia possui 32 MW de capacidade instalada em usinas solares próprias e está acrescentando mais 25 MW este ano. Assim, até junho de 2024, a capacidade total será de 57 MW.

As plantas em operação estão localizadas nos municípios pernambucanos de Inajá, Sertânia, Buíque, Cachoeirinha, Gravatá e Glória do Goitá, e também no Rio Grande do Norte.

Leia a série O Desafio da Neoindustrialização:

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