STF aprova empréstimo consignado a beneficiários de programas sociais

O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou, por unanimidade, a liberação de empréstimos consignados para beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). O crédito consignado é aquele concedido pelas instituições financeiras com desconto automático das parcelas em folha de pagamento do salário ou benefício. A votação no STF […]
Brasília (DF) - Novo cartão Bolsa Família 2023. Foto: MDAS/Divulgação
Brasília (DF) – Novo cartão Bolsa Família 2023. Foto: MDAS/Divulgação

O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou, por unanimidade, a liberação de empréstimos consignados para beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). O crédito consignado é aquele concedido pelas instituições financeiras com desconto automático das parcelas em folha de pagamento do salário ou benefício.


A votação no STF foi concluída na noite desta segunda-feira (11), no plenário virtual. A ação para barrar a liberação de consignado a beneficiários dos programas de transferência de renda foi aberta em agosto do ano passado pelo PDT. É importante lembrar que Carlos Lupi, ministro da Previdência Social também é o presidente nacional do PDT.

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Porém, Lupi que antes travava uma verdadeira batalha contra a aprovação da medida recuou após a diminuição da Selic pelo Banco Central. ““A ideia é: reduziu a Selic, repassa para o consignado”, falou o ministro antes da aprovação da medida pelo STF. “Quando você baixa para 1,91% ao mês, dá 22,5% ao ano, 9 pontos acima da Selic que foi para 13, 25% ao ano. Se isso não é ganhar dinheiro, o que é? Os bancos querem ver o capeta e não querem me ver. Paciência”, explicou Lupi.


O partido questionou, entre outros pontos, a possível ampliação do superendividamento dos beneficiários que aderirem a essa modalidade de crédito. Para o partido, o empréstimo consignado torna vulnerável quem contraiu o crédito, uma vez que parte da renda fica comprometida antes mesmo do recebimento.


As alterações questionadas estão previstas na Lei 14.431/2022, sancionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que permitiu que os descontos em folha poderiam chegar a até 45% dos benefícios.

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Julgamento


O julgamento no STF foi iniciado em junho deste ano, quando o relator do caso, ministro Nunes Marques, alegou que a suposta posição de vulnerabilidade do público-alvo não retira sua capacidade de iniciativa e de planejamento próprio. Segundo ele, os novos limites da margem consignável “não se mostram incompatíveis com os preceitos constitucionais”.


Em 30 de junho, a Corte já havia formado maioria para manter o consignado a beneficiários de programas sociais, mas o julgamento foi paralisado com o pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes. A análise foi retomada em 1º de setembro e Moraes seguiu o voto do relator, assim como os demais ministros.


Esse tipo de crédito foi interrompido em março deste ano quando o governo publicou a medida provisória que recriou o Bolsa Família. Na tramitação do texto no Congresso Nacional, os parlamentares mantiveram o consignado. O projeto aprovado, entretanto, autoriza no máximo 35% de desconto, enquanto a legislação anterior permitia até 45%.

BPC


O BPC, pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), é destinado a idosos com mais de 65 anos de idade e pessoas com deficiência que comprovem baixa renda. Para isso, a renda per capita (por pessoa da família) deve ser de até um quarto do salário mínimo, o que hoje dá R$ 330.


Em comunicado, o INSS informou que, em razão da decisão do STF, a instrução normativa regulamentando o consignado no âmbito do instituto será publicada nesta terça-feira (12). Assim como previsto em lei, o beneficiário poderá comprometer até 35% da renda básica, que é de um salário mínimo, hoje R$ 1.320.


Segundo dados de agosto, 5.467.595 pessoas recebem o BPC. Desse total de beneficiários, 1.699.057 tem ao menos um contrato ativo de empréstimo consignado. O valor médio de desconto é de R$ 434,97. O valor máximo da parcela, no entanto, pode chegar a R$ 462.


Já a regulamentação do consignado para beneficiários do Bolsa Família passa pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.

Preocupação

O advogado especialista em Direito Previdenciário João Varella comentou sobre os riscos de empréstimos para população em vulnerabilidade. Foto: Divulgação.


O retorno desse tipo de empréstimo aos beneficiários do BPC é visto como preocupante por especialistas na área da Previdência, pois pode trazer mais prejuízos do que benefícios. É que diferente da aposentadoria, o BPC tem caráter assistencial, através da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), e é limitado a um salário mínimo.


“Emprestar dinheiro para quem está em situação de vulnerabilidade comprometer 35% da sua renda mensal, além de não mudar a realidade social dessa pessoa, pode abrir a porteira para um maior endividamento da população já vulnerável”, comenta o advogado especialista em Direito Previdenciário João Varella.

Aumento de limite

No julgamento, o plenário do STF também validou o aumento da margem de empregados celetistas e de beneficiários do INSS que pode ser comprometida com empréstimos consignados, que passou de 35% para até 45%.

*Com Agência Brasil

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