Transpetro vai lançar em 2024 novo programa de encomendas a estaleiros no Brasil

Um executivo que conhece muito bem a fase mais recente de ascensão e queda dos estaleiros no Brasil vai estar no comando de uma nova iniciativa para revitalização do setor. Sérgio Bacci, ex-vice-presidente do Sinaval – entidade que reúne os fabricantes do segmento – senta, agora, do outro lado do balcão: o do cliente com […]
Sérgio Bacci, da Transpetro, vai comandar programa de encomendas para estaleiros no Brasil
Novo presidente da Transpetro é ex-vice do sindicato dos estaleiros no Brasil/Foto: Transpetro (Divulgação)

Um executivo que conhece muito bem a fase mais recente de ascensão e queda dos estaleiros no Brasil vai estar no comando de uma nova iniciativa para revitalização do setor. Sérgio Bacci, ex-vice-presidente do Sinaval – entidade que reúne os fabricantes do segmento – senta, agora, do outro lado do balcão: o do cliente com poder de fogo bilionário na ponta da caneta. Na 2ª reportagem da série especial sobre os estaleiros no Brasil, confira os bastidores das novas encomendas da Transpetro

Presidente da Transpetro – braço logístico da holding Petrobras – Sérgio Bacci lidera um time que está finalizando um novo programa de encomenda de navios, a ser lançado em 2024. O número de embarcações, e portanto o valor do investimento, ainda será definido com a Petrobras. Mas o executivo deixa no ar a possibilidade de que supere os 25 incluídos no PAC 3.

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“As encomendas devem incluir principalmente navios gaseiros e embarcações para transporte de produtos claros e escuros. Queremos lançar o edital de licitação no início do próximo ano”, revela.

Segundo ele, “a expansão da frota própria atende a múltiplos objetivos. Além das questões estratégicas de negócios da Transpetro e apoio à logística da Petrobras, a retomada da indústria naval é um impulso na economia, na geração de empregos e no desenvolvimento do país.” 

Sobre o impacto esperado pelo programa na geração de empregos, o presidente afirma que “a referência que já atingimos mais de 82 mil empregos diretos na indústria naval em 2014, com cerca de 400 mil vagas indiretas.

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Estaleiros no Brasil apresentaram sugestões

“Minha primeira decisão à frente da companhia foi criar um grupo de trabalho para que seja apresentado um plano detalhado para a retomada das contratações de navios, que serão feitas de acordo com a demanda da Petrobras. Reitero que o processo de contratação não se dará a qualquer preço e a qualquer prazo”, assegura. Os estaleiros participaram desse GT.

De acordo com o presidente, o objetivo do grupo é “formatar um sólido programa de construção naval que tem como base pilares muito importantes em termos de compliance, de governança e de solidez técnica e financeira”.

Sobre a corrupção que marcou os programas lançados nos anos 2000 e 2010, Bacci ressalta que as lições foram aprendidas e que “todas as licitações de navios contarão com o apoio e a vigilância da Controladoria Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU).”

PAC 3: Adriano Pires considera um erro insistência em produção de navios nos estaleiros brasileiros.
Fundador do CBIE defende que o Brasil deve estimular produção de equipamentos submersos, conhecidos como subsea/Foto: Adriano Pires (Acervo pessoal)

Adriano Pires: insistir na produção de navios em estaleiros brasileiros é erro repetido

Voltar à questão de produzir navio no Brasil, construir petroleiro, navio-plataforma, é voltar àquele passado que a gente viu depois o que acontece. É erro repetido. E a repetição de um erro traz consequências sempre maiores”.

Essa é a avaliação do consultor, pesquisador, professor e ex-assessor da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Adriano Pires, que por pouco não assumiu a presidência da Petrobras no ano passado.

Sócio-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o economista é um dos mais respeitados especialistas em energia do país e sugere um caminho diferente do adotado pelos governos petistas para estimular a indústria de equipamentos para o setor de petróleo e gás no Brasil.

“Nenhum país do mundo pode ser eficiente na produção de tudo que se precisa para produzir petróleo e gás. O Brasil hoje é competitivo em subsea, ou seja, nos equipamentos submersos dessa indústria. Agora, estaleiro no Brasil para produção de embarcação é de uma ineficiência total”, dispara.

Para o professor carioca, de 64 anos, “a gente não tem essa tecnologia de fabricação de embarcações como os sul-coreanos ou o pessoal de Singapura”. “O Brasil deveria incentivar os setores em que tem capacidade de concorrer com qualquer outro país do mundo e o segmento de subsea é um deles”, adverte.

Acompanhe amanhã a terceira reportagem dessa série: “Desafio dos estaleiros no Brasil inclui superar modelo de empreitada

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