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Em 2024 vamos ter horário de verão? Especialistas dizem “sim”, governo “talvez não”

Durante reunião extraordinária do comitê formado para monitorar o setor elétrico nacional, o ministro de Minas e Energia garantiu que não há risco de crise energética este ano no Brasil, mas horário de verão será decisão de Lula
296º Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) horário de verão ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira
Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que uma decisão sobre o horário de verão deve ser tomada nos próximos dez dias. Foto: Tauan Alencar/MME

Por recomendação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), formado por representantes do Ministério de Minas e Energia e de autoridades do setor elétrico, como o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o horário de verão poderá retomado, inclusive ainda neste ano.

A medida visa reduzir o consumo de energia ao fim da tarde, quando o sistema elétrico brasileiro sofre mais com a redução da oferta de fontes intermitentes, como eólica e solar. O CMSE teve a sua 296ª reunião convocada de forma extraordinária nesta quinta-feira (19), no Rio de Janeiro.

A estratégia de adiantar o ponteiro do relógio, que funcionou de 1931 a 2019, quando foi extinta por decreto do ex-presidente Jair Bolsonaro, também foi apontada como necessária pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para não ser necessário acionar termelétricas e encarecer o custo da energia. A decisão, no entanto, caberá ao presidente Lula.

O ONS apresentou estudos que apontam para os impactos positivos para o setor elétrico com a adoção do horário de verão. De acordo com os representantes da entidade, a implementação geraria economia de até 2,5 GW de despacho termelétrico no horário de ponta, o que reduziria custos e contribuiria para a eficiência do Sistema Interligado Nacional (SIN), ampliando a capacidade de atendimento das 18h às 21h.

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) avalia que o ano de 2024 retomará, nos próximos dias, o volume normal de chuvas.

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De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, uma decisão deve ser tomada nos próximos dez dias. Se for adotada, a medida valeria ainda para 2024, não necessariamente em todo o verão.

Alexandre Silveira disse que, apesar da indicação da ONS, não há risco energético em 2024 graças ao planejamento adotado. Por isso, a adoção do horário de verão ainda será melhor avaliada.

“Não temos chance de crise energética este ano, mas devemos cuidar para que não tenhamos nenhum evento pontual em especial nos horários de ponta. A nossa missão é equilibrar segurança energética com modicidade tarifária, ou seja, menores tarifas para o consumidor. Se energia é vida, energia mais barata é sinônimo de renda, emprego e desenvolvimento nacional”, disse Silveira.

No entanto, o ministro destacou que é preciso pensar a longo prazo, com o olhar em 2025 e 2026. Silveira apontou o horário de verão como uma medida que contribui para a sustentabilidade energética e citou o Canadá como exemplo de outro país que adota o mecanismo.

Instituído em 1931 no Brasil, o horário de verão funcionou continuamente de 1985 até 2019, quando o governo passado decidiu revogá-lo, em abril de 2019, alegando pouca efetividade na economia energética.

Maioria no Sul, Sudeste e Centro-Oeste aprova horário de verão

Levantamento feito pelo portal Reclame Aqui e pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) mostra que o horário de verão é bem-visto pela maioria das pessoas. De acordo com a pesquisa, feita com três mil pessoas, 54,9% dos entrevistados são favoráveis à mudança nos relógios ainda este ano.

Deste total, 41,8% dizem ser totalmente favoráveis ao retorno do horário de verão, e 13,1% se revelam parcialmente favoráveis. Ainda segundo o estudo, 25,8% se mostraram totalmente contrários à implementação; 17% veem com indiferença a mudança; e 2,2% são parcialmente contrários.

Os maiores índices de apoio foram observados nas regiões onde o horário era adotado: Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Sudeste, 56,1% são a favor da mudança, sendo 43,1% favoráveis e 13% parcialmente favoráveis.

No Sul, 60,6% são favoráveis, 52,3% totalmente favoráveis e 8,3% parcialmente favoráveis; e, no Centro-Oeste, 40,9% aprovariam a mudança – com 29,1% se dizendo totalmente favoráveis e 11,8% parcialmente a favor. Nas três regiões somadas, 55,74% são favoráveis ao adiantamento dos relógios em uma hora.

Para 43,6% dos entrevistados, a mudança no horário ajuda a economizar energia elétrica e outros recursos. Para 39,9%, a medida não traz economia e 16,4% disseram que não sabem ou não têm certeza.

Leia mais: “Possibilidade real”, diz ministro de MME sobre a volta de horário de verão

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