A elaboração do projeto de engenharia básico e executivo de 239 quilômetros que fazem parte do trecho pernambucano da Ferrovia Transnordestina foi finalmente contratado nesta quinta-feira. O traçado da ferrovia em Pernambuco prevê um percurso total de 534 km, se estendendo entre as cidades de Salgueiro, no Sertão Central do Estado, e o Porto de Suape, no Grande Recife. As obras da Ferrovia Transnordestina foram iniciadas em 2006 e estão abandonadas desde 2016.
As obras do trecho pernambucano devem ser retomadas em 2025 e a previsão é de que sejam concluídas em 2029, de acordo com informações da estatal Infra S.A, que contratou o Consórcio Estratégica-Prosul, composto pelas empresas Estratégica Engenharia Ltda e Prosul – Projetos, Supervisão e Planejamento Ltda- para fazer os estudos básico e executivo pelo valor de R$ 15.217.431,06.
O extrato do contrato foi publicado no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (19). A contratação do consórcio acontece cinco meses depois do lançamento do edital da licitação que foi publicado em abril último. A abertura das propostas da concorrência ocorreu no último dia 20 de maio. Depois disso, foram classificadas as empresas pelo menor preço, ocorreram recursos – que foram julgados – até ser divulgado finalmente o grupo vencedor.
De acordo com as informações da Infra, o projeto de engenharia para os primeiros 55 quilômetros da ferrovia será entregue em quatro meses, possibilitando que a estatal inicie a licitação para as obras assim que os documentos sejam aprovados.
O cronograma total de execução prevê que a elaboração dos projetos básico e executivo do trecho pernambucano da Transnordestina serão realizados em 18 meses, conforme plano de trabalho pactuado com a contratada.
Segundo informações da Infra, o projeto de engenharia é o primeiro passo para viabilizar as obras da ferrovia, que devem ser iniciadas em 2025. Nessa etapa dos estudos, são realizados estudos de engenharia, revisão do traçado da ferrovia e levantamento dos recursos necessários à conclusão do empreendimento.
Trecho pernambucano da Transnordestina no PAC
Incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Ferrovia Transnordestina é considerada fundamental para redução dos custos logísticos da produção dos polos industriais, minerais e de agronegócio existentes na região Nordeste.
Ainda não foi informado quem vai bancar os recursos do trecho pernambucano. No Orçamento Geral da União (OGU) via PAC, foi colocado uma rubrica de cerca de R$ 450 milhões para a parte pernambucana da Transnordestina. Antes de serem realizados os estudos, havia uma estimativa de que o trecho pernambucano precisaria de R$ 5 bilhões para ser concluído. O valor exato de quanto será o trecho pernambucano será indicado nos estudos que estão sendo realizados pelo consórcio.
Originalmente, o projeto da Ferrovia Transnordestina começava na cidade de Eliseu Martins, no Piauí, seguia até a cidade de Salgueiro e a partir daí se dividia em dois trechos: Salgueiro-Suape e Salgueiro-Porto de Pecém, no Ceará. Acontece que a empresa que estava à frente da obra, devolveu a concessão do trecho pernambucano ao governo federal e continuou fazendo o trecho cearense.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco, Bruno Veloso, disse que está “otimista” com a assinatura deste contrato e que a empresa vencedora tem capacidade para fazer este projeto. Desde o começo da licitação, Bruno defendia que a empresa fosse entregando os estudos por pequenos trechos para que fosse possível fazer uma licitação para as obras.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti, afirmou que torce para que a retomada do projeto dê certo e que o governo do Estado faz parcerias com o governo federal para que avance a retomada das obras do trecho pernambucano.
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